Hoje nosso estudo será sobre o VALOR DAS COISAS. Dentre
tantos repensares que podemos ter para nossa Reforma Interior, acredito que
este é um bom tema para analisarmos. Hoje em dia ouvimos falar o tempo todo sobre valores éticos,
valores morais, valores religiosos, etc.
Primeiro vamos definir o que é valor. Segundo o dicionário Valor significa “o preço que se paga ou se recebe por
alguma coisa”, “Qualidade que faz com que algo se torne importante para
alguém”, “Atributo pessoal que incita respeito”, etc. É comum confundirmos
Valor com Preço. “Hoje em dia sabemos o preço de tudo, mas não sabemos o valor de nada.”
A vida é feita de muitas trocas. Necessitamos de algumas coisas. Adquirimos
bens. Saber o preço é quase uma condição para viver e conviver. O mundo dos
negócios é hábil em colocar preços. Porém, quando se trata de saber o valor
mesmo, nem sempre temos critérios. O preço estabelecido nem sempre é coerente
com valor. Por exemplo, quanto vale uma vida? Certamente a vida vale mais do
que qualquer coisa nesse mundo. E o valor de uma amizade? E o valor da saúde? O
valor da paz? Podemos notar que o que é mais significativo não tem preço.
Simplesmente tem valor. O preço pode favorecer as trocas; o valor inspira o
inatingível. Muitos necessitam perder alguém para saber qual o valor que tinha.
Outros, no entanto, intensificam as relações e os gestos pois sabem do imenso
valor. De modo simplificado, podemos entender valor como o principio norteador
das escolhas humanas. Hoje falaremos especificamente sobre VALOR MORAL. Valores morais são os conceitos, juízos e pensamentos que são considerados “certos” ou “errados”
por cada um de nós. Normalmente, os valores morais foram transmitidos para nós,
primeiro por nossos familiares, e depois pelos grupos sociais que pertencemos. Os
valores morais são variáveis, ou seja, podem ser diferentes entre sociedades ou
grupos. Para um grupo de indivíduos uma ação pode ser considerada correta,
enquanto que para outros esta mesma atitude é repudiada e tida como errada ou
imoral. Vivemos tempos em que os valores encontram-se confusos:
damos grande importância às coisas que tem pouca ou nenhuma importância e damos
pouca ou nenhuma importância àquilo que tem grande valor.” Por exemplo:
1) você tem ido a academia de ginástica ou salão de beleza, ultimamente? Justo,
muito justo; mas tem também dedicado tempo para o fortalecimento do ânimo e
embelezamento dos sentimentos, através da leitura de um bom livro ou da
frequência a uma reunião de estudos doutrinários? 2) você reúne parentes e
amigos para confraternizações em torno de uma churrasqueira? Que ótimo! Mas
consegue reservar meia hora na semana, com os familiares, para alimentar a alma
em torno do “culto do evangelho no lar”? 3) você tem lazer no final de
semana? Tem incluído na agenda das diversões para levar a alegria do alimento,
do abrigo ou da palavra amiga à hospitais, asilos, orfanatos? Não dá pra negar que a maioria de nós está em falta
com os ensinamentos do Mestre. Precisamos nos consultar e ver como anda nossa
escala de valores. Jesus disse: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido
ligado aos céus, e tudo o que desligardes na terra será desligado aos céus”.
A orientação anotada pelo evangelista nos remete a muitas reflexões. A
princípio, devemos levar em conta que a palavra “céus” representa o mundo
espiritual, que é, segundo a questão 85 de O Livro dos Espíritos, o principal,
“pois que preexiste e sobrevive a tudo”. Tudo que é material, fica na terra. O
que o espírito leva então para o mundo espiritual? Leva somente os valores
adquiridos, o que estiver fixado dentro de sua consciência, alimentado por suas
ideias e desejos. Leva também sua cultura, sua educação intelectual, moral e
religiosa, seus sentimentos, e o resultado de suas conquistas sempre ligadas à
lei de ação e reação. Jesus disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”, o
que nos leva a entender que os interesses materiais podem nos manter presos ao
mundo físico ao invés de continuarmos nossa escalada evolutiva no mundo
espiritual quando partirmos desse planeta. É evidente que temos que lidar com o
mundo material, que é onde estamos nesse exato momento, mesmo porque a vida de
encarnado é composta de provas e expiações necessárias ao progresso do
espírito, porém temos que buscar o equilíbrio para que excessos não ocorram,
nem de um lado e nem de outro. A Doutrina Espírita, na condição de Consolador
anunciado por Jesus, satisfaz as necessidades de esclarecimentos para nosso
espírito, ao mesmo tempo em que nos remete aos ensinos morais do Mestre, para
entendimento da Lei de Amor, que nos possibilita uma vida em harmonia com as
leis naturais. E é por isso que o Espírito da Verdade nos recomenda no capítulo
6 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “Espíritas! Amai-vos, eis
o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo”.
A literatura espirita é extensa, e tem leitura para todos os gostos. Os
luminares da Codificação Espirita, em o “Livro dos Espíritos”, questões 84 a 86 esclarecem que existem dois mundos, um
material e outro espiritual, que se entrelaçam e interpenetram e que o mais
importante deles é o mundo espiritual, “porque preexiste e
sobrevive a tudo”. Para exemplificar melhor isso podemos voltar ao grande dia do
Calvário, justamente para relembrar aquele momento em que se defrontam duas
formas distintas de ver o mundo e de interpretar a vida: de um lado temos
Pilatos, representante de César e claro, da vida material e interesses
terrenos, e do outro lado Jesus que via as coisas dos céus, representante de
Deus e claro da vida espiritual e interesses eternos. “Meu Reino não é deste Mundo” disse o Mestre, como a informar a
Pilatos, na ocasião, e à humanidade, no caso para nós, que há um lugar, que não
é o do aqui nem o do agora, em que as coisas terão os seus valores ajustados na
medida certa. A verdade é que a matéria nos distrai e nos entretém a tal ponto que esquecemos a realidade da alma, a
nossa verdadeira missão. O Hinduísmo alerta: “Pode o barco estar na água, mas a água não deve estar no
barco; pode o Homem viver no mundo, mas o mundo não pode viver nele.” Uma das recomendações básicas da
Doutrina Espírita, e ditadas pelos espíritos superiores, para que consigamos
dar início a tão falada e sonhada reforma
íntima, é a necessidade de fazermos uma autoanálise, uma introspecção e, dentro
desse olhar interno possamos ver como anda a nossa escala de valores. Será
que temos ocupado nosso tempo com coisas úteis ao nosso progresso intelectual e
moral ou temos somente ocupado o tempo com as coisas passageiras, na busca de
satisfações imediatas, futilidades. Esses
questionamentos devem ser uma constante em nossas vidas, ou, pelo menos na vida
daqueles que realmente anseiam por dias e um futuro melhor. Muitas pessoas dedicam muito tempo lamentando o passado.
(lamentar é diferente de analisar) ou, ainda, pensando no futuro e esquecendo
de viver o presente, o momento atual, o hoje. O passado deve somente
nos servir de lição, de experiência, mas é passado e não pode ser modificado. O
futuro, este sim, é construído agora, no momento atual, mas não pode ser
antecipado, pode ser programado. Leon Dennis, no livro “Depois da Morte”, diz: “O espírito é criado para a felicidade, criado portanto
para vivenciar valores mais elevados, mas para poder apreciar esses valores,
para poder conhecer o seu justo valor,
o homem deve conquistar esses valores por si próprio, só que para isso,
o espírito deve desenvolver as potencialidades que estão guardadas em seu
íntimo, mas como ainda não
conseguimos desenvolver essas potencialidades existentes em nós, projetamos os nossos valores no
mundo material, ou seja: carros, roupas, casas, promessas românticas, títulos
acadêmicos e por ai vai. Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier,
diz: “a desilusão em nossa vida
é a visita da verdade.” Atrás
da desilusão há sempre um processo inicial chamado ilusão. A ilusão se instala
em nossa alma quando damos valor ao que não nos edifica como viajantes do
universo. A conquista de valores nobres não pode ser vista como uma questão de
circunstâncias, de estarmos sozinhos ou acompanhados, os outros não são
empecilhos ao nosso crescimento, nem
tampouco ter como impedimento os problemas que carregamos. Talvez a conquista
de valores morais mais abrangentes, seja reconhecer que são os nossos erros e
acertos que nos levarão a um único resultado, que é o APRENDIZADO. Allan Kardec, na Revista Espírita de 1865,
esclarece que o objetivo de todo indivíduo na terra, é querer a
felicidade a qualquer custo, mas como conquistá-la sem vivenciar valores morais
a altura dessa necessidade. Jesus,
vivendo o seu tempo, construiu valores universais únicos, que, pela
profundidade e extensão, modificaram os aspectos culturais, sociais, políticos
e econômicos da humanidade. Se basearmos nossos valores morais na síntese que
Jesus fez dos 10 mandamentos poderemos dizer que estamos no caminho certo.
Encontramos tal síntese em Mateus 22, 36-40: “Mestre, qual é o maior mandamento
da Lei? Pergunta um doutor da Lei. Respondeu
Jesus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de
todo o teu espirito. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo,
semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Nesses dois
mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas.” Jesus Cristo, em sua
existência cósmica, disse “Eu Sou o caminho, a verdade, a vida, ninguém vai ao
Pai senão por mim.” Jesus é padrão de comportamento aberto para nos auxiliar nessa
empreitada de um futuro mais feliz, Ele é exemplo claro de comportamento moral
que reflete a identidade do ser com o Universo e com Deus. Muitos são os motivos que nos levam à procurar uma Casa
Espírita: pelo amor, pela dor, convite de alguém, curiosidade. E o que acontece? assistimos
palestras, tomamos o passe, água fluidificada, fazemos tratamentos e vamos
embora. Enquanto estamos dentro da Casa espirita sentimo-nos muito bem, mas se
não mudarmos nossos valores e comportamentos viciados, quando voltamos para
nossa rotina do dia a dia, continuaremos do mesmo modo. Vou exemplificar isso contando uma historinha: Um jovem foi ao médico,
queixando-se de dores abdominais. Tendo sido atendido pelo médico, este
atencioso, realizou exames, fez entrevistas, e ao final chegou ao diagnóstico:
Cirrose hepática, doença do fígado por ingestão de bebida alcoólica.
Enfermidade conhecida e facilmente tratável, receitou um tratamento, onde o
paciente deveria tomar uma medicação, fazer caminhadas diárias, ao final da
caminhada realizar algumas ginásticas. O paciente saiu satisfeito pois ficaria
livre de suas dores. Ao final de um mês, retornou novamente o paciente ao
consultório médico, onde o doutor o atendeu solícito. Doutor, o tratamento
não deu resultado, pois continuo a sentir dores. O médico estranhou, pois tinha
confiança em seu diagnóstico, mas voltou a examiná-lo. – O senhor tomou o
remédio que lhe receitei? Sim senhor doutor, certinho, três vezes ao dia! – O senhor fez as caminhadas para melhorar a
circulação? 5 km todos os dias
doutor! – O senhor fez as ginásticas
como recomendado? Uma hora diária após as caminhadas doutor! – O senhor parou de beber? Não doutor… e
acrescentou: doutor minha barriga continua doendo…A medicina terrena
trata das enfermidades do corpo físico, o Espiritismo trata das enfermidades
do espírito (encarnado e desencarnado). O médico nos escuta,
analisa, faz exames e nos recomenda um tratamento. A Casa Espírita, nos escuta,
analisa, consola, e também nos recomenda mudanças de atitudes; mas esta vai
mais além em nosso benefício, pois nos fornece o passe, a água
fluidificada e em alguns casos tratamentos de desobssessões e
desmaterialização. Mas assim como, no caso do paciente
enfermo, se quisermos melhorar, cumpre que façamos a nossa parte mudando as
nossas tendências negativas, ou ficaremos indefinidamente tomando remédios,
realizando caminhadas, fazendo ginásticas, recebendo passes, tomando água
fluidificada… A Doutrina Espírita esclarece a respeito da transformação moral
que deve ser operada em nós e por nós mesmos. Somos todos iguais perante Deus,
nosso Criador. Ele nos dá a oportunidade, através de inúmeras encarnações, de
modificar o nosso interior, pois possuímos o gérmen divino que dormita em
nossos corações. É imprescindível uma mudança de dentro para fora, sendo
necessário identificar todos os sentimentos negativos, como o orgulho, o
egoísmo. Vigiar pensamentos, atos e atitudes. A reforma é lenta e gradativa e
exige persistência. Através da leitura de bons livros, de palestras
edificantes, do estudo que nos eleva espiritualmente, da busca do conhecimento
e esclarecimento, vamos nos autoconhecendo para proporcionar a colocação de
valores positivos em nossas vidas. Necessário se faz, ainda, julgarmos a
nós próprios, ignorar os defeitos alheios, empregar o perdão, aniquilar com a
maledicência, exercitar a caridade, anular as ofensas. Nosso modelo e
guia é Jesus, que há dois mil anos veio nos mostrar a melhor forma de caminhar
até a perfeição, ensinando-nos a amar a Deus e aos nossos irmãos como a nós
mesmos. Muitas vezes, a dor nos bate à porta. Trata-se de uma alerta de
que algo em nós não está de acordo com a Justiça Divina. São ocasiões que nos
oportunizam melhorias mais intensas. Também através da convivência com a
nossa família e amigos observaremos a ocorrência de mudanças, num exercício
diário de despertar virtudes e dominar más tendências. Grande auxílio,
nesse fim, nos proporciona a oração. Quando feita com fé e vibração, ela nos
liga ao Pai Celeste e torna receptivos coração e mente às energias que
fortalecem o espírito. Além disso, deixa-nos em sintonia com benfeitores
espirituais que nos auxiliam na busca do bem viver, estimulando o amor, esse sublime
sentimento que conduz à felicidade, à paz interior e à harmonia. Neste
mundo de provas e expiações, onde nos deparamos com inúmeras dificuldades e
desentendimentos, sejamos tal qual uma pequena luz, a irradiar esperança, fé,
otimismo, alegria. Aprendamos a valorizar as pequenas maravilhas que Deus nos
oferece todos os dias, incondicionalmente... E quem sabe, a partir de
agora, cultivaremos melhor aqueles gestos tão simples, mas tão poderosos e
importantes: as palavras de gentileza, a saudação jovial e vibrante, o aperto
de mão firme e o abraço caloroso, o permanente sorriso no rosto, aberto e
sincero... Evitemos queixas e lamentações, respondendo sempre aos
cumprimentos com um "Eu vou bem!". Pois, apesar de eventuais
dificuldades, na qualidade de filhos de Deus, possuímos enorme força interior,
capaz de vencer qualquer desafio. Você é mais forte do que pode imaginar. Dispomos
de amparo e de infinitas bênçãos divinas, basta saber ver e direcionar a nossa
vontade. Ao acordar pela manhã, agradeçamos a oportunidade de recomeçar
tudo outra vez, de corrigir, de acertar, de melhorar! Mentalizemos bons
propósitos para o dia que inicia. E a noite, agradeçamos por tudo o que passou,
bons ou difíceis momentos. É importante fazer uma avaliação diária de nossas
atitudes. Assim, com o desejo sincero da reforma íntima, vamos trocando valores
negativos por positivos. Através de nossa conduta moral elevada, com
nosso exemplo, influenciaremos os que estão a nossa volta, sendo instrumentos
de Jesus a transmitir os seus ensinamentos, que são todos de amor. A
única maneira de nos unirmos a Deus é com a auto reforma. Ele espera
pacientemente cada um de nós, sem violentar nosso livre-arbítrio, para que
atinjamos a perfeição, a felicidade absoluta, e nos unamos em uma grande e fraterna
família universal. Encerro minhas palavras
citando Emmanuel,
em uma de suas mensagens que nos diz: “O pastor conduz o seu rebanho, mas são
as ovelhas que andam com as próprias pernas”. Enfim, tudo depende só e exclusivamente de nós. Paz
e luz para todos nós!
Fonte: https://www.agendaespiritabrasil.com.br/2016/07/22/sinais-trocados-valores-invertidos/
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