segunda-feira, 18 de março de 2019

VALOR DAS COISAS


Hoje nosso estudo será sobre o VALOR DAS COISAS. Dentre tantos repensares que podemos ter para nossa Reforma Interior, acredito que este é um bom tema para analisarmos. Hoje em dia ouvimos falar o tempo todo sobre valores éticos, valores morais, valores religiosos, etc. Primeiro vamos definir o que é valor. Segundo o dicionário Valor significa “o preço que se paga ou se recebe por alguma coisa”, “Qualidade que faz com que algo se torne importante para alguém”, “Atributo pessoal que incita respeito”, etc. É comum confundirmos Valor com Preço.  “Hoje em dia sabemos o preço de tudo, mas não sabemos o valor de nada.” A vida é feita de muitas trocas. Necessitamos de algumas coisas. Adquirimos bens. Saber o preço é quase uma condição para viver e conviver. O mundo dos negócios é hábil em colocar preços. Porém, quando se trata de saber o valor mesmo, nem sempre temos critérios. O preço estabelecido nem sempre é coerente com valor. Por exemplo, quanto vale uma vida? Certamente a vida vale mais do que qualquer coisa nesse mundo. E o valor de uma amizade? E o valor da saúde? O valor da paz? Podemos notar que o que é mais significativo não tem preço. Simplesmente tem valor. O preço pode favorecer as trocas; o valor inspira o inatingível. Muitos necessitam perder alguém para saber qual o valor que tinha. Outros, no entanto, intensificam as relações e os gestos pois sabem do imenso valor. De modo simplificado, podemos entender valor como o principio norteador das escolhas humanas. Hoje falaremos especificamente sobre VALOR MORAL. Valores morais são os conceitos, juízos e pensamentos que são considerados “certos” ou “errados” por cada um de nós. Normalmente, os valores morais foram transmitidos para nós, primeiro por nossos familiares, e depois pelos grupos sociais que pertencemos. Os valores morais são variáveis, ou seja, podem ser diferentes entre sociedades ou grupos. Para um grupo de indivíduos uma ação pode ser considerada correta, enquanto que para outros esta mesma atitude é repudiada e tida como errada ou imoral. Vivemos tempos em que os valores encontram-se confusos: damos grande importância às coisas que tem pouca ou nenhuma importância e damos pouca ou nenhuma importância àquilo que tem grande valor.” Por exemplo: 1) você tem ido a academia de ginástica ou salão de beleza, ultimamente? Justo, muito justo; mas tem também dedicado tempo para o fortalecimento do ânimo e embelezamento dos sentimentos, através da leitura de um bom livro ou da frequência a uma reunião de estudos doutrinários? 2) você reúne parentes e amigos para confraternizações em torno de uma churrasqueira? Que ótimo! Mas consegue reservar meia hora na semana, com os familiares, para alimentar a alma em torno do “culto do evangelho no lar”? 3) você tem lazer no final de semana? Tem incluído na agenda das diversões para levar a alegria do alimento, do abrigo ou da palavra amiga à hospitais, asilos, orfanatos? Não dá pra negar que a maioria de nós está em falta com os ensinamentos do Mestre. Precisamos nos consultar e ver como anda nossa escala de valores.  Jesus disse: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado aos céus, e tudo o que desligardes na terra será desligado aos céus”. A orientação anotada pelo evangelista nos remete a muitas reflexões. A princípio, devemos levar em conta que a palavra “céus” representa o mundo espiritual, que é, segundo a questão 85 de O Livro dos Espíritos, o principal, “pois que preexiste e sobrevive a tudo”. Tudo que é material, fica na terra. O que o espírito leva então para o mundo espiritual? Leva somente os valores adquiridos, o que estiver fixado dentro de sua consciência, alimentado por suas ideias e desejos. Leva também sua cultura, sua educação intelectual, moral e religiosa, seus sentimentos, e o resultado de suas conquistas sempre ligadas à lei de ação e reação. Jesus disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”, o que nos leva a entender que os interesses materiais podem nos manter presos ao mundo físico ao invés de continuarmos nossa escalada evolutiva no mundo espiritual quando partirmos desse planeta. É evidente que temos que lidar com o mundo material, que é onde estamos nesse exato momento, mesmo porque a vida de encarnado é composta de provas e expiações necessárias ao progresso do espírito, porém temos que buscar o equilíbrio para que excessos não ocorram, nem de um lado e nem de outro. A Doutrina Espírita, na condição de Consolador anunciado por Jesus, satisfaz as necessidades de esclarecimentos para nosso espírito, ao mesmo tempo em que nos remete aos ensinos morais do Mestre, para entendimento da Lei de Amor, que nos possibilita uma vida em harmonia com as leis naturais. E é por isso que o Espírito da Verdade nos recomenda no capítulo 6 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo”. A literatura espirita é extensa, e tem leitura para todos os gostos. Os luminares da Codificação Espirita, em o “Livro dos Espíritos”, questões 84 a 86 esclarecem que existem dois mundos, um material e outro espiritual, que se entrelaçam e interpenetram e que o mais importante deles é o mundo espiritual, “porque preexiste e sobrevive a tudo”.  Para exemplificar melhor isso podemos voltar ao grande dia do Calvário, justamente para relembrar aquele momento em que se defrontam duas formas distintas de ver o mundo e de interpretar a vida: de um lado temos Pilatos, representante de César e claro, da vida material e interesses terrenos, e do outro lado Jesus que via as coisas dos céus, representante de Deus e claro da vida espiritual e interesses eternos. “Meu Reino não é deste Mundo” disse o Mestre, como a informar a Pilatos, na ocasião, e à humanidade, no caso para nós, que há um lugar, que não é o do aqui nem o do agora, em que as coisas terão os seus valores ajustados na medida certa. A verdade é que a matéria nos distrai e nos entretém a tal ponto que esquecemos a realidade da alma, a nossa verdadeira missão. O Hinduísmo alerta:Pode o barco estar na água, mas a água não deve estar no barco; pode o Homem viver no mundo, mas o mundo não pode viver nele.” Uma das recomendações básicas da Doutrina Espírita, e ditadas pelos espíritos superiores, para que consigamos dar início a tão falada e sonhada reforma íntima, é a necessidade de fazermos uma autoanálise, uma introspecção e, dentro desse olhar interno possamos ver como anda a nossa escala de valores.  Será que temos ocupado nosso tempo com coisas úteis ao nosso progresso intelectual e moral ou temos somente ocupado o tempo com as coisas passageiras, na busca de satisfações imediatas, futilidades. Esses questionamentos devem ser uma constante em nossas vidas, ou, pelo menos na vida daqueles que realmente anseiam por dias e um futuro melhor.  Muitas pessoas dedicam muito tempo lamentando o passado. (lamentar é diferente de analisar) ou, ainda, pensando no futuro e  esquecendo de viver o presente, o momento atual, o hoje.  O passado deve somente nos servir de lição, de experiência, mas é passado e não pode ser modificado. O futuro, este sim, é construído agora, no momento atual, mas não pode ser antecipado, pode ser programado. Leon Dennis, no livro “Depois da Morte”, diz: “O espírito é criado para a felicidade, criado portanto para vivenciar valores mais elevados, mas para poder apreciar esses valores, para poder conhecer o seu justo valor, o homem deve conquistar esses valores por si próprio, só que para isso, o espírito deve desenvolver as potencialidades que estão guardadas em seu íntimo, mas como ainda não conseguimos desenvolver essas potencialidades  existentes em nós, projetamos os nossos valores no mundo material, ou seja: carros, roupas, casas, promessas românticas, títulos acadêmicos e por ai vai. Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, diz: a desilusão em nossa vida é a visita da verdade.” Atrás da desilusão há sempre um processo inicial chamado ilusão. A ilusão se instala em nossa alma quando damos valor ao que não nos edifica como viajantes do universo. A conquista de valores nobres não pode ser vista como uma questão de circunstâncias, de estarmos sozinhos ou acompanhados, os outros não são empecilhos ao nosso crescimento, nem tampouco ter como impedimento os problemas que carregamos. Talvez a conquista de valores morais mais abrangentes, seja reconhecer que são os nossos erros e acertos que nos levarão a um único resultado, que é o APRENDIZADO.  Allan Kardec, na Revista Espírita de 1865, esclarece que o objetivo de todo indivíduo na terra, é  querer a felicidade a qualquer custo, mas como conquistá-la sem vivenciar valores morais a altura dessa necessidade. Jesus, vivendo o seu tempo, construiu valores universais únicos, que, pela profundidade e extensão, modificaram os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos da humanidade. Se basearmos nossos valores morais na síntese que Jesus fez dos 10 mandamentos poderemos dizer que estamos no caminho certo. Encontramos tal síntese em Mateus 22, 36-40: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Pergunta um doutor da Lei.  Respondeu Jesus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espirito. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Nesses dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas.” Jesus Cristo, em sua existência cósmica, disse “Eu Sou o caminho, a verdade, a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim.” Jesus é padrão de comportamento aberto para nos auxiliar nessa empreitada de um futuro mais feliz, Ele é exemplo claro de comportamento moral que reflete a identidade do ser com o Universo e com Deus.  Muitos são os motivos que nos levam à procurar uma Casa Espírita: pelo amor, pela dor, convite de alguém, curiosidade. E o que acontece? assistimos palestras, tomamos o passe, água fluidificada, fazemos tratamentos e vamos embora. Enquanto estamos dentro da Casa espirita sentimo-nos muito bem, mas se não mudarmos nossos valores e comportamentos viciados, quando voltamos para nossa rotina do dia a dia, continuaremos do mesmo modo. Vou exemplificar isso contando uma historinha: Um jovem foi ao médico, queixando-se de dores abdominais. Tendo sido atendido pelo médico, este atencioso, realizou exames, fez entrevistas, e ao final chegou ao diagnóstico: Cirrose hepática, doença do fígado por ingestão de bebida alcoólica. Enfermidade conhecida e facilmente tratável, receitou um tratamento, onde o paciente deveria tomar uma medicação, fazer caminhadas diárias, ao final da caminhada realizar algumas ginásticas. O paciente saiu satisfeito pois ficaria livre de suas dores. Ao final de um mês, retornou novamente o paciente ao consultório médico, onde o doutor o atendeu solícito.  Doutor, o tratamento não deu resultado, pois continuo a sentir dores. O médico estranhou, pois tinha confiança em seu diagnóstico, mas voltou a examiná-lo. – O senhor tomou o remédio que lhe receitei? Sim senhor doutor, certinho, três vezes ao dia!  – O senhor fez as caminhadas para melhorar a circulação?  5 km todos os dias doutor!  – O senhor fez as ginásticas como recomendado? Uma hora diária após as caminhadas doutor!   – O senhor parou de beber? Não doutor… e acrescentou: doutor minha barriga continua doendo…A medicina terrena trata das enfermidades do corpo físico, o Espiritismo trata das enfermidades do espírito (encarnado e desencarnado). O médico nos escuta, analisa, faz exames e nos recomenda um tratamento. A Casa Espírita, nos escuta, analisa, consola, e também nos recomenda mudanças de atitudes; mas esta vai mais além em nosso benefício, pois nos fornece o passe, a água fluidificada e em alguns casos tratamentos de desobssessões e desmaterialização. Mas assim como, no caso do paciente enfermo, se quisermos melhorar, cumpre que façamos a nossa parte mudando as nossas tendências negativas, ou ficaremos indefinidamente tomando remédios, realizando caminhadas, fazendo ginásticas, recebendo passes, tomando água fluidificada…  A Doutrina Espírita esclarece a respeito da transformação moral que deve ser operada em nós e por nós mesmos. Somos todos iguais perante Deus, nosso Criador. Ele nos dá a oportunidade, através de inúmeras encarnações, de modificar o nosso interior, pois possuímos o gérmen divino que dormita em nossos corações. É imprescindível uma mudança de dentro para fora, sendo necessário identificar todos os sentimentos negativos, como o orgulho, o egoísmo. Vigiar pensamentos, atos e atitudes. A reforma é lenta e gradativa e exige persistência. Através da leitura de bons livros, de palestras edificantes, do estudo que nos eleva espiritualmente, da busca do conhecimento e esclarecimento, vamos nos autoconhecendo para proporcionar a colocação de valores positivos em nossas vidas. Necessário se faz, ainda, julgarmos a nós próprios, ignorar os defeitos alheios, empregar o perdão, aniquilar com a maledicência, exercitar a caridade, anular as ofensas. Nosso modelo e guia é Jesus, que há dois mil anos veio nos mostrar a melhor forma de caminhar até a perfeição, ensinando-nos a amar a Deus e aos nossos irmãos como a nós mesmos. Muitas vezes, a dor nos bate à porta. Trata-se de uma alerta de que algo em nós não está de acordo com a Justiça Divina. São ocasiões que nos oportunizam melhorias mais intensas. Também através da convivência com a nossa família e amigos observaremos a ocorrência de mudanças, num exercício diário de despertar virtudes e dominar más tendências. Grande auxílio, nesse fim, nos proporciona a oração. Quando feita com fé e vibração, ela nos liga ao Pai Celeste e torna receptivos coração e mente às energias que fortalecem o espírito. Além disso, deixa-nos em sintonia com benfeitores espirituais que nos auxiliam na busca do bem viver, estimulando o amor, esse sublime sentimento que conduz à felicidade, à paz interior e à harmonia. Neste mundo de provas e expiações, onde nos deparamos com inúmeras dificuldades e desentendimentos, sejamos tal qual uma pequena luz, a irradiar esperança, fé, otimismo, alegria. Aprendamos a valorizar as pequenas maravilhas que Deus nos oferece todos os dias, incondicionalmente... E quem sabe, a partir de agora, cultivaremos melhor aqueles gestos tão simples, mas tão poderosos e importantes: as palavras de gentileza, a saudação jovial e vibrante, o aperto de mão firme e o abraço caloroso, o permanente sorriso no rosto, aberto e sincero... Evitemos queixas e lamentações, respondendo sempre aos cumprimentos com um "Eu vou bem!". Pois, apesar de eventuais dificuldades, na qualidade de filhos de Deus, possuímos enorme força interior, capaz de vencer qualquer desafio. Você é mais forte do que pode imaginar. Dispomos de amparo e de infinitas bênçãos divinas, basta saber ver e direcionar a nossa vontade. Ao acordar pela manhã, agradeçamos a oportunidade de recomeçar tudo outra vez, de corrigir, de acertar, de melhorar! Mentalizemos bons propósitos para o dia que inicia. E a noite, agradeçamos por tudo o que passou, bons ou difíceis momentos. É importante fazer uma avaliação diária de nossas atitudes. Assim, com o desejo sincero da reforma íntima, vamos trocando valores negativos por positivos. Através de nossa conduta moral elevada, com nosso exemplo, influenciaremos os que estão a nossa volta, sendo instrumentos de Jesus a transmitir os seus ensinamentos, que são todos de amor. A única maneira de nos unirmos a Deus é com a auto reforma. Ele espera pacientemente cada um de nós, sem violentar nosso livre-arbítrio, para que atinjamos a perfeição, a felicidade absoluta, e nos unamos em uma grande e fraterna família universal. Encerro minhas palavras citando Emmanuel, em uma de suas mensagens que nos diz: “O pastor conduz o seu rebanho, mas são as ovelhas que andam com as próprias pernas”. Enfim, tudo depende só  e exclusivamente de nós. Paz e luz para todos nós!

Fonte: https://www.agendaespiritabrasil.com.br/2016/07/22/sinais-trocados-valores-invertidos/


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