O tema escolhido para nosso estudo é HUMILDADE... na busca de nossa
Reforma Interior vamos atualizando nosso entendimento sobre os sentimentos que
vivem dentro de nós.. alguém sabe me dizer o que é ser humilde? O Mestre
colocou como ponto culminante de suas palavras a humildade ao lado do amor e do
respeito, porque só sabe respeitar quem é humilde, pois este consegue
visualizar o outro sem preconceitos. Só consegue ouvir quem é humilde,
pois que este sabe não possuir toda verdade. Só tem forças para não
julgar quem é humilde. Só se propõe a fazer, ou servir quem é humilde porque
não se preocupa com o julgamento dos outros. Não há privilégios na
criação divina, por isso não cabe a nós acreditar que somos maiores e melhores
do que os outros. Enquanto muitos homens dominados pela matéria disputam sobre
a terra o status dos cargos, outros mais conscientes da necessidade de se
espiritualizarem se esforçam em sua Reforma Interior no trabalho
construtivo, do bem servir. Pregar ou falar de humildade, não torna ninguém
humilde, e também essa virtude nada tem a ver com a presença ou ausência de
bens materiais porque é uma forma de comportamento íntimo. Ainda, confundimos
humildade com inferioridade, submissão e pobreza, no entanto, ela está
relacionada com distinção, gentileza, lucidez, graciosidade e simplicidade.
Entre todas as virtudes, somente a humildade não realça a si mesma porque o
verdadeiro humilde não acredita que o seja. Só quem tem plena consciência de
seu valor pessoal é que não precisa se exaltar. Quando adquirimos o auto
descobrimento somos levados à verdadeira humildade perante a vida;
facultando-nos a simplicidade de coração e o respeito cultural por todos os
seres desse planeta. Os humildes apreenderam com a introspecção, ou seja, auto
descobrimento, a fazer de si mesmos um “canal ou espaço transcendente”, por
onde flui silenciosamente a Inteligência Universal, instrumento pelo qual
retomamos a conexão com a causa primeira, que é Deus. Esse auto descobrimento
não está confinado a nenhuma religião especificamente; ao contrário, é
acessível a todos os seres, contudo só se deixa penetrar por aqueles que têm
“simplicidade de coração e humildade de espírito”. Ser humilde como Jesus
Cristo, Ghandi e Sócrates, não é alienar-se ou ser agressivo contra as demais
pessoas e apresentar-se descuidado, sem higiene, indiferente ao progresso. Quem
assim se comporta é preguiçoso e não humilde, da mesma forma aquele que aceita
todos os caprichos que se lhe impõem, esse se aproxima mais daqueles que tem
medo de enfrentamentos das lutas. Humildade não é conivente com o erro ou com o
mal. Os fariseus e escribas surpreendiam continuamente Jesus com perguntas absurdas,
armando-lhe ciladas e fingindo serem seus admiradores, mas a intenção era de
oprimi-lo, humilhá-lo e acusá-lo. O que fazer diante dessas oportunidades em
que tentavam humilhá-lo injustamente? Deixar ser menosprezado? Deixar ser
esmagado, desmoralizado? Não, Jesus não era um covarde, não era um tímido, não
era um subserviente passivo, não era arrogante. Sua humildade era altaneira,
sua mansidão era cheia de autoridade espiritual e sua bondade não chegava ao
extremo de renunciar à seu espírito de justiça que o caracterizava. Além de
tudo devia defender sua integridade moral, precisava manifestar-se a altura de
sua doutrina, que não podia ser rebaixada na sua pessoa. Então, não perdia a
ocasião de ensinar e respondia sempre com um aprendizado, tipo: “Aquele que se
humilhar e se tornar pequeno como uma criança será o maior no reino dos céus”.
Continuando com seu pensamento acrescentou: “Todo aquele que se eleva será
rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado”. A pureza de coração é
inseparável da simplicidade e da humildade como se mostram numa criança. O
Espiritismo acrescenta que a Humildade é a virtude que nos aproxima de Deus, já
que “sem a simplicidade de coração e humildade de espírito ninguém pode entrar
no reino de Deus”. A humildade é, pois, a chave para se vencer o orgulho e
assim conhecer-se, reformar-se e desse modo evoluir. Simples assim! Jesus nunca se cansou de combater o orgulho e
de enaltecer a humildade, virtude da qual Ele, o Mestre, deu vários exemplos. A
humildade, um dos valores essenciais da Alma, estimula-nos a examinar as fraquezas
enquanto o orgulho, ou sentimento de amor-próprio exagerado, o grande estorvo
da elevação espiritual do homem e a razão de suas desventuras, evita
observá-las. “Pobreza de espírito”, ou “humildade de espírito”, ou “humildade
de coração”, quer dizer: modéstia, simplicidade, pureza, daí, Jesus ter
priorizado esse dispositivo. O Evangelho segundo Mateus reafirma isso:
“Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus”. Para Deus somos todos iguais: não há diferença
entre o sangue que corre nas veias de uma rainha e o que corre nas veias do
serviçal da rainha. É triste uma pessoa considerar-se superior por pertencer à
alta hierarquia social, achar-se melhor que outras só porque é branca ou negra,
ou de outra cor; só porque nasceu nesse ou naquele país, é adepta ou representa
essa ou aquela religião, uma seita. Ora, se hoje possuímos alta posição, se
pertencemos a essa ou àquela nacionalidade, se a nossa pele é dessa ou daquela
cor, se cremos assim ou assado, amanhã poderemos ser completamente diferentes
de acordo com as medidas impositivas da Lei de Causa e Efeito. As leis divinas
encerram muita sabedoria, Deus nada faz de inútil, daí as reencarnações
regeneradoras. Sócrates, filósofo grego,
há quinhentos anos antes de Cristo, declarou não saber absolutamente de tudo.
Ele, o modelo dos sábios, disse: “Sei que nada sei”. Jesus, símbolo da
humildade e bondade, sequer insinuou ser Deus. Portanto, humildade, força moral por
excelência, nivela todos os homens como irmãos e os estimula à prática mútua do
bem; orgulho, ao contrário, uma fraqueza: dispersa, odeia, revida e faz o homem
sucumbir ante a menor das contrariedades, sentindo-se permanentemente infeliz.
Ser humilde é ser corajoso durante os reveses da vida, é perseverar no combate
às próprias más tendências, é, portanto, vencer os obstáculos naturais, mas sem
revolta, sem violência, perdoando a quem nos ofenda, trabalhando, servindo com
abnegação e incessantemente, isso é ser humilde conforme Jesus deixou
bem exemplificado. Conta-se que Gandhi, sempre que viajava de
trem pela Índia, comprava passagem de terceira classe. Ali os passageiros, como
só acontece em alguns outros países, também não cultivavam hábitos de higiene,
nem de boas maneiras. Certa ocasião,
quando empreendia uma das suas viagens, ele chamou a atenção de um rapaz que
viajava junto a ele no mesmo vagão e que de quando em quando cuspia no chão.
Diante da advertência recebida, o moço respondeu indelicadamente e repetiu
varias outras vezes o gesto. Gandhi calou-se. Depois de um bom tempo de viagem,
o rapaz pegou no seu violão, dedilhando-o por uns momentos até afiná-lo, e começou
a tocar e também a cantar músicas que exaltavam o grande líder e herói nacional
Gandhi. Quando, finalmente, o trem parou
na estação da cidade para onde Gandhi se dirigia, ele se levantou,
preparando-se para descer. O jovem, que também ficaria ali, juntou suas coisas
para sair. Na estação, ele percebeu que alguém de certa importância e grande
respeito estaria chegando, porque havia uma enorme recepção organizada com
músicas instrumentais, fogos de artifício e discursos. Parou para ver... Era
Gandhi quem chegava! Só quando o viu
recebido com tamanha honra e distinção foi que o rapaz se deu conta de que o
passageiro a quem havia respondido de maneira tão descortês e insolente era
exatamente aquele que havia enaltecido com tanta veemência através das suas
canções. Ele não conhecia Gandhi, mas certamente entendeu que para ele nada
significaram suas músicas e o seu cântico.
Um pouco mais sobre Ghandi .. ele escreveu esta maravilha: “Creio em mim
mesmo; Creio na minha família; Creio nos meus amigos; Creio nos
que trabalham comigo; Creio que Deus me emprestará tudo que necessito para
triunfar, contanto que eu me esforce para alcançar com meios lícitos e
honestos; Creio nas orações e nunca fecharei os meus olhos para dormir sem
pedir antes a devida orientação a fim de ser paciente com os outros e tolerante
com os que não acreditam como eu acredito; Creio que o triunfo é resultado de
esforço inteligente, que não depende de sorte, de magia, de amigos,
companheiros duvidosos ou de meu chefe; Creio que tirarei da vida exatamente o
que nela colocar. E, assim sendo, serei
cauteloso quando tratar os outros, como quero que eles sejam comigo. Não
caluniarei aqueles que não gosto, não diminuirei meu trabalho por ver que os
outros o fazem. Prestarei o melhor serviço de que sou capaz, porque jurei
a mim mesmo triunfar na vida, e sei que o triunfo é sempre resultado do esforço
consciente e eficaz. Finalmente, perdoarei os que me ofendem, porque compreendo
que às vezes ofendo os outros e necessito de perdão." Podemos acreditar que a
verdadeira humildade se
conquista após vencer o orgulho, chaga que assola a humanidade, segundo “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”.
O Espírito de Verdade alertou sobre nossa responsabilidade de auxiliar o outro,
independente da atitude de nossos irmãos: “os que carregam seus
fardos e assistem os seus irmãos são bem amados meus … Bebei na fonte viva do
amor e preparai-vos, cativos da vida, a lançar-vos um dia, livres e alegres, no
seio d’Aquele que os criou fracos para vos tornar perfectíveis e que quer que
modeleis vos mesmos a vossa maleável argila, a fim de serdes os artífices da
vossa imortalidade”. A humildade tem como objetivo ajudar o próximo como um
ato natural e espontâneo. Não deveis ajudar esperando algo em troca, pois Jesus
alertou que a espera de recompensas por atos bons não consiste no amor puro aos
nossos semelhantes. A humildade não está na
nobreza, não está na indigência, na penúria, na necessidade, na nudez e nem na
fome. A humildade está na pessoa que tendo o direito de reclamar, julgar,
reprovar e tomar qualquer atitude compreensível no brio pessoal... apenas
abençoa.
Encerro esse estudo lendo Emmanuel - trecho do Livro “Pensamento e Vida”: “A humildade, por
força divina, reflete-se, luminosa, em todos os domínios da Natureza, os quais
expressam, efetivamente, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a
renovação. Magnificente, o Sol, cada
dia, oscula a face do pântano sem clamar contra o insulto da lama; a flor, sem
alarde, incensa a glória do céu. Filtrada na aspereza da rocha, a água se
revela mais pura, e, em seguida às grandes calamidades, a colcha de erva cobre
o campo, a fim de que o homem recomece a lida. A carência de humildade, que, no
fundo, é reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo, surge na alma
humana qual doentio enquistamento de sentimentos, quais sejam o orgulho e a
cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se responsabilizam pela discórdia e pela delinquência em todas as direções. Sem o reflexo da humildade, atributo de Deus
no reino do "eu", a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens
que a cercam, despreocupada da sua condição real de espírito em trânsito nos
carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista,
converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao
contato com as realidades fundamentais da vida. Sob o fascínio de semelhante
negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o
espírito ao aproveitamento das horas, já que, sem o clima da humildade, não se
desvencilha da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade
que todos deixamos para trás, após a auréola da razão. Possuída pelo espírito
da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o
despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam
perigosas síndromes na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no
desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos
referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência
da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos
passionais. Quem retrata em si os louros dessa virtude quase desconhecida
aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar e servir, a benefício de
todos, assimilando, deste modo, a bênção do equilíbrio e substancializando a
manifestação das Leis Divinas, que jamais alardeiam as próprias dádivas.
Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que
nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o
bem. Cultivá-la é avançar para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de
si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente
a tarefa do amor, cada dia... Refletindo-a, do Céu para a Terra, em penhor de
redenção e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se
dos homens pelos braços da Cruz.” Paz e Luz para todos!
Fonte: http://cursodeespiritismo.blogspot.com/2015/06/humildade-nao-e-subserviencia.html
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