Para esse tema, iniciemos lendo a questão
718, de O Livro dos Espíritos, onde Kardec
pergunta aos Espíritos Superiores: “A Lei de Conservação obriga a prover as
necessidades do corpo”? E os Benfeitores Espirituais respondem que sim, porque,
sem a força e a saúde, o trabalho seria impossível. Vivendo, pois, uma vida
material, que é o que fazermos nesse
exato momento, é necessário cuidar da vida, seja no âmbito do próprio corpo, seja nas relações que estabelecemos com quem nos
cerca. O problema não está nessa necessidade natural de cuidar da vida, mas na maneira
como entendemos isso, entendimento esse que nos coloca sob as forças das Leis
divinas, que harmonizam tudo no Universo. Nisso reside, então, o conceito de
que cada escolha que fazemos está sujeita à consequências. Isso vale, também,
para as questões do Espírito que necessita de cuidados. Do ponto de vista do
Espírito, o corpo é uma prisão da qual ele necessita para viver as experiências
aqui no planeta terra, em
cumprimento ao programa evolutivo que norteia nossa existência. Em outras palavras: nosso corpo é nossa
casa enquanto estivermos encarnados. André Luiz lembra que: “Cada dia é novo
ensejo para adquirirmos enfermidades ou curar nossos males. O melhor remédio,
antes de qualquer outro, é a vontade sadia, porque a vontade débil enfraquece a
imaginação e a imaginação doentia debilita o corpo. Doença do corpo pode criar
doença da alma e doença da alma pode acarretar doença do corpo”. Temos aí um ciclo perigoso. Se meu corpo adoece, posso adoecer minha
alma e ao contrário também, se minha alma adoece, posso adoecer meu corpo.
Portanto temos a obrigação de cuidar dele com
respeito, o que vale dizer que todo aquele que acreditar que, maltratar o
corpo, purifica a alma, comete ação contra o patrimônio divino. Vocês
sabem por que o nosso corpo é um patrimônio divino? É comum ouvirmos as pessoas
dizendo: “Esse corpo é meu e faço o que quiser com ele”. Mas será que ele
pertence realmente a nós? Vamos analisar: somos Espíritos, criados imortais,
usando um corpo como instrumento para experiências evolutivas, então, quem diz
que o corpo é seu pressupõe que ele pertença ao Espírito. Bom se assim fosse por que esse corpo
físico não o acompanha quando ele desencarna? Temos consciência de que a
matéria fica e o Espírito parte sozinho. Então pergunto novamente: A quem
pertence o corpo? Podemos responder, sem medo de errar, que ele é patrimônio
divino, emprestado ao Espírito para que, através dele, possa se manifestar nesse
planeta. E tudo que é emprestado, deve
ser devolvido, isso a gente aprende desde pequeno, por ser emprestado, é
que precisamos zelar e cuidar muito bem dele.
Kardec, em O Livro dos Espíritos, na questão 719, quando pergunta aos
Espíritos Superiores: “É repreensível ao homem procurar o bem-estar? A resposta é clara: “O bem-estar é um desejo
natural. Deus não proíbe senão o abuso, porque o abuso é contrário à
conservação. Ele não incrimina a procura do bem-estar, se esse bem-estar não é
adquirido à custa de ninguém, e se não deve enfraquecer, nem as vossas forças
morais, nem vossas forças físicas”. Podemos concluir, então, que cuidar
do corpo significa nutri-lo, proporcionar-lhe bem-estar, através da higiene,
exercícios físicos e alimentação adequada – tudo isso sem exageros –, evitando
os vícios – não importa quais sejam eles. Ainda hoje algumas ideias erradas
sobre esse tema permanece na cabeça das pessoas. De um lado, temos os que
acreditam que, maltratando o corpo, purifica-se o Espírito; de outro lado, os
que não acreditam na existência do espirito, não o valorizam, cuidando, apenas,
de cultuar o corpo. Extremos que se chocam e que acabam praticando violências
contra um e contra o outro. Entre esses dois extremos, há uma multidão de
criaturas preguiçosas e indolentes em relação ao corpo. Encontramos, também,
aqueles que não se interessam em fortificar o Espírito com valores morais. Vejam
bem, é necessário compreender que ambos estão ligados entre si e que os
excessos de um trazem consequências para o outro. Assim, quando nossa
atenção está voltada apenas para o fortalecimento dos músculos, esquecemo-nos
de dar força ao Espírito, preparando-o para enfrentar os problemas do dia a
dia. Se, de outro lado, nossa atenção se concentra, somente, nas coisas do
Espírito, não nos damos conta de que precisamos viver as coisas do mundo, caso
contrário não progrediremos e não faremos progredir tudo o que está ao nosso
redor. É tolice ignorar que assim evitaremos as tentações, pois é na luta
contra elas que nos tornamos mais fortes. A verdade é que, em ambas as
situações, deixamos de cumprir as Leis do Trabalho e do Progresso, dadas a nós,
por Deus, para nossa evolução. O que fazer então? O equilíbrio é sempre o
melhor caminho. Tanto o corpo quanto o Espírito possuem necessidades
particulares, que precisam e devem ser atendidas, pois elas se complementam.
Buscar esse equilíbrio com calma, respeito e dignidade é nossa tarefa
planetária, objetivando crescimento e evolução. É, sem dúvida alguma, uma tarefa
individual, porque cada um de nós será responsável pelas escolhas que fizer. E
não fazer nada também é uma escolha, lembremo-nos disso. Tudo é energia.
Nossos pensamentos e nossas palavras são as maiores fontes de transmissão de
energia de que dispomos e assim alcançamos pessoas a quilômetros de distância tanto
com pensamentos bons como ruins. Mas, o primeiro a ser alcançado por essa
energia é quem emana estes pensamentos e palavras, ou seja nós mesmos. Para se
ter uma ideia ao vibrar positividade, é como se cuidássemos de nós mesmos com
um "autopasse”. O contrário também acontece, só que jogando coisas ruins
para dentro de nós. Vou exemplificar o que falei: imagine que você abriu o chuveiro da sua casa
e, ao invés de água, sai lama. É isso o que acontece com nosso organismo físico
quando vibramos negativamente, ainda que acreditemos estar vibrando
positivamente: recebemos a 'lama' de nossas vibrações negativas. Só para
esclarecer, o nosso corpo é composto por diversos elementos químicos que
se reagem entre si e aglomeram-se formando estruturas complexas, que são
moléculas, células, órgãos, e que também interagem e reagem as vibrações
externas e internas. Cada um de nós possui
incontáveis formas de seres vibrando em sintonia com o nosso corpo, onde
o Espírito é o comandante. Já parou para olhar para sua mão? Já parou
para pensar que sua pele é formada por várias células unidas que trabalham
incansavelmente para manter tudo funcionando? O nosso corpo é composto de
muitas vidas para nos manter aqui nesse planeta, deveríamos olhar para esse
corpo fisico com mais amor e respeito. Se agredimos esse corpo com drogas, cigarro, bebidas alcoólicas,
gula nós estamos atacando a organização universal que habitamos pois nossos
órgãos respondem as vibrações de nossos sentimentos,
emoções e pensamentos. Nossa mente interfere sobre as células do nosso corpo
físico: cultivar sentimentos de esperança, de fé, de amor, de alegria, de paz e
as ideias edificantes proporcionam boas energias que equilibram e deixam o
nosso corpo saudável, já cultivar sentimentos de ódio, rancor, raiva, tristeza,
vingança nos causam perturbações doenças. No livro “Autodescobrimento”, obra psicografada por Divaldo Pereira Franco, pelo
espírito de Joanna de Angelis podemos ler: “A vida mental do homem expressa-se
na organização emocional e física, dando surgimento aos estados de equilíbrio
como de desarmonia pelos quais ele se movimenta. As forças vivas da mente estão
sempre construindo, recompondo, perturbando ou bombardeando os campos
organo-genéticos responsáveis pela geratriz dos caracteres físicos e
psicológicos, bem como sobre os núcleos celulares. Assim, emoções fortes, tais
como medos, cóleras, agressividades, ciúmes, provocam uma forte descarga de
adrenalina na corrente sanguínea, graças às glândulas supra-renais. Essa ação
emocional, reagindo no corpo físico, produz a elevação da taxa de açúcar e
promove mais forte contração muscular e uma volumosa irrigação sanguínea, bem
como aumenta sua capacidade de coagulação. A repetição deste fenômeno provoca
várias doenças, como a diabetes, a artrite, a hipertensão, etc., evidenciando o
fato de que na raiz de cada enfermidade física existe um componente psíquico,
emocional ou espiritual. Assim, em razão da desarmonia psíquica, desajustam-se
os centros de energia da criatura, facultando a ocorrência de processos
orgânicos patológicos, provocados por vírus e bactérias que se instalam em seu
organismo. Por outro lado, os impulsos primitivos do corpo, não disciplinados,
provocam estados ansiosos ou depressivos, sensação de inutilidade, receios ou
inquietações que se expressam ciclicamente e que a longo prazo se transformam
em neuroses, psicoses e perturbações mentais. Conscientizar-se desta realidade
é despertar para os valores ocultos que, não interpretados, continuam
produzindo desequilíbrios e somatizando doenças, como mecanismos degenerativos,
na organização somática. Assim, a harmonia entre os campos mental e físico deve
prevalecer a favor do equilíbrio da criatura que busca despertar para as
atribuições e finalidades elevadas da vida, dando rumo correto e edificante à
sua reencarnação. Quando a mente elabora conflitos, ressentimentos, ódios que
se prolongam, os dardos reagentes disparados desatrelam as células de seus
automatismos, degenerando-as e dando origem a tumores de vários tipos,
especialmente os cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as
agride. Outras vezes, os anseios insatisfeitos dos sentimentos convergem como
força destruidora, esfacelando a organização celular e a respectiva mitose,
facultando o surgimento de focos infecciosos resistentes a toda a terapêutica,
enquanto permanecer o centro desencadeador do processo vibrando negativamente
contra a saúde. Vinganças disfarçadas voltam-se contra o organismo físico e
mental daquele que as acalenta, produzindo úlceras cruéis e distonias
emocionais perniciosas, que empurram a criatura para estados desoladores.
Ideias não digeridas ressurgem em processos enfermiços como mecanismos
autopurificadores. Angústias cultivadas ressumam como distonias nervosas,
enxaquecas, desfalecimentos, camuflando a necessidade de valorização do perdão.
Dispepsias, indigestões, hepatites, originam-se nos aconchegos do ódio, da
inveja, do medo, da competição malsã – geradora da ansiedade. O desamor
pessoal, os complexos de inferioridade¸ as mágoas sustentadas pela autopiedade,
as contrariedades próprias aos de temperamento forte, resultam em cânceres de
mamas, de próstata, taquicardia, disfunções cardíacas, enfartos, etc.
Impetuosidade, violência, queixas sistemáticas, desejos insaciáveis, respondem
por derrames cerebrais, estados neuróticos, psicoses de perseguição, etc. As
enfermidades, sobre outro aspecto, podem ser consideradas como processo de
purificação, especialmente aquelas de grande porte, as que se alongam quase que
indefinidamente, tornando-se mecanismos de sublimação das energias grosseiras
que constituem o ser nas suas fases iniciais de evolução. É imprescindível um
constante renascer do indivíduo, pelo renovar da sua consciência,
aprofundando-se no autodescobrimento, a fim de mais seguramente identificar-se
com a realidade e absorvê-la. Esse autodescobrimento faculta uma tranquila
avaliação do que ele é, e de como está, oferecendo os meios para torná-lo
melhor, alcançando assim o destino que o aguarda. De imediato apresenta-se a
necessidade de levar em conta a escala de valores existenciais, a fim de
discernir quais aqueles que merecem primazia e os que são secundários, de modo
a aplicar o tempo com sabedoria e conseguir resultados favoráveis na construção
do futuro. Essa seleção de objetivos dilui a ilusão – miragem perturbadora
elaborada pelo ego – e estimula a criatura a assumir o comando das suas
aspirações, rompendo as camadas do inconsciente. Pode-se dizer que a criatura,
a partir desse momento, passa a criar-se a si mesma, de forma lúcida, desde
que, por automatismo, ela o vem fazendo através de mecanismos atávicos próprios
da lei de evolução. Quanto mais consciente a criatura, mais saudáveis os
seus equipamentos para o desempenho das relevantes tarefas que lhe estão
reservadas, salvo os casos em que, por opção pessoal, ela procure cumprir
vivências mais difíceis. O pensamento
salutar e edificante flui pela corrente sanguínea como tônus revigorante das
células, passando por todas elas e mantendo-se em harmonia com o ritmo das
finalidades que lhes dizem respeito. O oposto também ocorre, realizando o
mesmo percurso, mas perturbando o equilíbrio a criatura. A conscientização da
responsabilidade imprime ao homem destino feliz, pelo fato de poder compreender
a transitoriedade do percurso carnal, com os olhos fitos na imortalidade de
onde procede, em que se encontra e para a qual ruma, pois que ninguém jamais
sai da vida. Adequando-se à saúde e à harmonia, a mente, o pensamento, as
emoções e o corpo, receberão as cargas vibratórias benfazejas, favorecendo-se
com a disposição para os empreendimentos idealistas, libertatórios e
grandiosos, que podem ser conseguidos na Terra graças às dádivas da
reencarnação. Assim, portanto, cada um é o que lhe apraz e pelo que se esforça,
não sendo facultado a ninguém o direito de queixas, face ao princípio de que
todos os indivíduos dispõem dos mesmos recursos, das mesmas oportunidades, que
empregam segundo o seu livre-arbítrio, naquilo que realmente lhes interessa.”
Enfim a saúde, podemos dizer, não se refere somente ao corpo
físico. A saúde é algo mais amplo, é a expressão natural do corpo, da mente e
da alma quando eles estão em harmonia com a Vida. Temos a nosso favor um
mecanismo que é altamente poderoso, que é a prece. A prece é uma invocação, por
ela nós estabelecemos uma relação mental com Deus. Diz Allan Kardec, em O
Evangelho Segundo o Espiritismo, que o homem atrai os bons Espíritos, que o vêm
sustentar nas suas boas resoluções e inspirar-lhes bons pensamentos. Adquire
assim a força moral necessária para viver e vencer as dificuldades espirituais
e físicas. Através da prece ele encontra forças para resistir as tentações e
revoltas, tão comum aos seres, quando se encontram doentes.” Jesus um sábio conhecedor dos segredos do
corpo e da alma, disse que: “os olhos são as lâmpadas do corpo”. Quando a luz
dos olhos é negra o mundo todo fica mergulhado em trevas. Quando a luz dos
olhos é colorida, o mundo todo vira um arco-íris”. O mundo não muda. Mudam-se
os olhos com que o vemos. Na questão
833, de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, temos: “É pelo pensamento que
o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece
entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo.” Na
mente está a base da nossa vida ativa e o pensamento é o veículo que conduz o
que nela produzimos. Nossas deliberações, escolhas, renúncias, decisões nascem
em nossa mente e são comunicadas para o exterior através do pensamento. Assim,
todas as ações que movimentam a nossa vida têm origem na mente. Diante disso,
dentro da sabedoria que lhe é própria, Jesus sentenciou: “Vigiai e orai, para
não cairdes em tentação”, informando-nos a importância e a necessidade do
controle mental. Uma vez que o mundo exterior toma conhecimento da nossa
intimidade através da emissão dos pensamentos, é natural que devamos
equilibrá-los, censurando o que não é devido e correto e permitindo multiplicar
o que é nobre e sublime, porque a partir da emissão deles receberemos os
reflexos naturais que decorrem das suas trajetórias. A ideia de uma boa ação ou
de uma atitude infeliz começa na mente e é informada pelo pensamento. Jesus primeiro pediu que vigiássemos o
pensamento e depois sugeriu a oração como complemento, visando conter o ímpeto
nefasto do mal e dando vazão aos sentimentos imprescindíveis do bem. Temos
plena consciência de que ainda estamos bem distantes da perfeição, mas,
aprendendo, no dia a dia, a ajustar mente e pensamento, aos poucos vamos saindo
da condição inferior que nos acolhe para uma postura de superioridade moral. Para
encerrar nossa reflexão dessa noite, vou ler um trecho do livro Luz Acima,
psicografia de Chico Xavier, pelo espirito Irmão X: Certa feita, Simão Pedro
perguntou a Jesus: – Senhor, como saberei onde vivem nossos maiores inimigos?
Quero combatê-los, a fim de trabalhar com eficiência pelo Reino de Deus. Iam os
dois de caminho entre Cafarnaum e Magdala, ao sol rutilante de perfumada manhã.
O Mestre ouviu e mergulhou-se em longa meditação.Insistindo,
porém, o discípulo, ele respondeu benevolamente: – A
experiência tudo revela no momento preciso. – Oh! exclamou Simão, impaciente a experiência demora muitíssimo. O Amigo
Divino esclareceu, imperturbável: – Para os que possuem olhos de ver e ouvidos de ouvir, uma hora, às vezes,
basta ao aprendizado de inesquecíveis lições. Pedro
calou-se, desencantado. Antes que pudesse retornar às interrogações, notou que
alguém se esgueirava por trás de velhas figueiras, erguidas à margem. O
apóstolo empalideceu e obrigou o Mestre a interromper a marcha, declarando que
o desconhecido era um fariseu que procurava assassiná-lo. Com palavras ásperas
desafiou o viajante anônimo a afastar-se, ameaçando-o, sob forte irritação. E
quando tentava agarrá-lo, à viva força, uma risada se fez ouvir. A suposição
era injusta. Ao invés de um fariseu, foi André, o próprio irmão dele, quem
surgiu sorridente, unindo-se à pequena caravana. Jesus endereçou expressivo
gesto a Simão e obtemperou: – Pedro, nunca te esqueças de que o medo é um adversário terrível. Recomposto
o grupo, não haviam avançado muito, quando avistaram um levita que recitava
passagens da Tora e lhes dirigiu a palavra, menos respeitoso. Simão inchou-se
de cólera. Reagiu e discutiu, longe das noções de tolerância fraterna, até que
o interlocutor fugiu, amedrontado. O Mestre, até então silencioso, fixou no
aprendiz os olhos muito lúcidos e inquiriu: – Pedro, qual é a primeira obrigação do homem que se candidata ao Reino
Celeste? A
resposta veio clara e breve: – Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. – Terás
observado a regra sublime, neste conflito? continuou o Cristo, serenamente
recorda que, antes de tudo, é indispensável nosso auxílio ao que ignora o
verdadeiro bem e não olvides que a cólera é um perseguidor cruel. Mais
alguns passos e encontraram Teofrasto, judeu grego dado à venda de perfumes,
que informou sobre certo Zeconias, leproso curado pelo profeta nazareno e que
fugira para Jerusalém, onde acusava o Messias com falsas alegações. O pescador
não se conteve. Gritou que Zeconias era um ingrato, relacionou os benefícios
que Jesus lhe prestara e internou-se em longos e amargosos comentários,
amaldiçoando-lhe o nome. Terminando,
o Cristo indagou-lhe: – Pedro, quantas vezes perdoarás a teu irmão? – Até setenta vezes sete replicou o apóstolo, humilde. O Amigo
Celeste contemplou-o, calmo, e rematou: – A dureza é um carrasco da alma. Não
atravessaram grande distância e cruzaram com Rufo Grácus, velho romano
semiparalítico, que lhes sorriu, desdenhoso, do alto da liteira sustentada
pelos escravos fortes. Marcando-lhe o gesto sarcástico, Simão falou sem
rebuços: – Desejaria curar aquele pecador impenitente, a fim de dobrar-lhe o coração
para Deus. Jesus,
porém, afagou-lhe o ombro e ajuntou: – Por que instituiríamos a violência no mundo, se o próprio Pai nunca se impôs
a ninguém? E, ante
o companheiro desapontado, concluiu: – A vaidade é um verdugo sutil. Daí a
minutos, para repasto ligeiro, chegavam à hospedaria modesta de Aminadab. À mesa,
um certo Zadias, liberto de Cesárea, se pôs a comentar os acontecimentos
políticos da época. Indicou os erros e desmandos da Corte Imperial, ao que
Simão correspondeu, colaborando na poda verbalística. Dignitários e filósofos,
administradores e artistas de além-mar sofreram apontamentos ferinos. Tibério
foi invocado com impiedosas recriminações. Finda a animada palestra, Jesus
perguntou ao discípulo se acaso estivera alguma vez em Roma. O esclarecimento
veio depressa: – Nunca. O
Cristo sorriu e observou: – Falaste com tamanha desenvoltura sobre o Imperador que me pareceu estar
diante de alguém que com ele houvesse privado intimamente. Em
seguida, acrescentou: – Estejamos convictos de que a maledicência é algoz
terrível. O pescador de Cafarnaum silenciou, desconcertado. O
Mestre contemplou a paisagem exterior, fitando a posição do astro do dia, como
a consultar o tempo, e, voltando-se para o companheiro invigilante, acentuou,
bondoso: – Pedro, há precisamente uma hora procurava situar o domicilio de nossos
maiores adversários. De então para cá, cinco apareceram, entre nós: o medo, a
cólera, a dureza, a vaidade e a maledicência… Como reconheces, nossos piores
inimigos moram em nosso próprio coração. E,
sorrindo, finalizou: –
Dentro de nós mesmos, será travada a guerra maior. Retirei a seguinte
reflexão do livro Minutos de sabedoria, de Carlos Pastorino: “Saiba dominar-se e vencer a
si mesmo. Vitorioso não é aquele que
vence os outros, mas o que se vence a si mesmo, dominando seus vícios e superando
seus defeitos. A vitória sobre si mesmo
é muito mais difícil, e quem consegue isto pode ser classificado como
verdadeiro herói. Aprenda a dominar-se,
e jamais desanime. Se desta vez não
conseguiu, recomece e um dia sairá vitorioso! " Paz e Luz para todos!
Fontes: https://www.facebook.com/centroespiritadeSR/posts/2459913030902849
https://serespirita.com.br/quando-a-alma-adoece/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Senhores(as), este canal é para compartilharmos ideias com relação ao mundo espiritual na busca do ser pela elevação espiritual. Postagens que não atenderem esse critério serão descartadas. "Todos Somos Um".. Namastê!!!
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.