sexta-feira, 22 de março de 2019

CUIDADOS COM NOSSO CORPO FISICO


Para esse tema, iniciemos lendo a questão 718, de O Livro dos Espíritos, onde Kardec pergunta aos Espíritos Superiores: “A Lei de Conservação obriga a prover as necessidades do corpo”? E os Benfeitores Espirituais respondem que sim, porque, sem a força e a saúde, o trabalho seria impossível. Vivendo, pois, uma vida material, que é o que fazermos nesse exato momento, é necessário cuidar da vida, seja no âmbito do próprio corpo, seja nas relações que estabelecemos com quem nos cerca.  O problema não está nessa necessidade natural de cuidar da vida, mas na maneira como entendemos isso, entendimento esse que nos coloca sob as forças das Leis divinas, que harmonizam tudo no Universo. Nisso reside, então, o conceito de que cada escolha que fazemos está sujeita à consequências. Isso vale, também, para as questões do Espírito que necessita de cuidados. Do ponto de vista do Espírito, o corpo é uma prisão da qual ele necessita para viver as experiências aqui no planeta terra, em cumprimento ao programa evolutivo que norteia nossa existência. Em outras palavras: nosso corpo é nossa casa enquanto estivermos encarnados. André Luiz lembra que: “Cada dia é novo ensejo para adquirirmos enfermidades ou curar nossos males. O melhor remédio, antes de qualquer outro, é a vontade sadia, porque a vontade débil enfraquece a imaginação e a imaginação doentia debilita o corpo. Doença do corpo pode criar doença da alma e doença da alma pode acarretar doença do corpo”.  Temos aí um ciclo perigoso. Se meu corpo adoece, posso adoecer minha alma e ao contrário também, se minha alma adoece, posso adoecer meu corpo. Portanto temos a obrigação de cuidar dele com respeito, o que vale dizer que todo aquele que acreditar que, maltratar o corpo, purifica a alma, comete ação contra o patrimônio divino. Vocês sabem por que o nosso corpo é um patrimônio divino? É comum ouvirmos as pessoas dizendo: “Esse corpo é meu e faço o que quiser com ele”. Mas será que ele pertence realmente a nós? Vamos analisar: somos Espíritos, criados imortais, usando um corpo como instrumento para experiências evolutivas, então, quem diz que o corpo é seu pressupõe que ele pertença ao Espírito. Bom se assim fosse por que esse corpo físico não o acompanha quando ele desencarna? Temos consciência de que a matéria fica e o Espírito parte sozinho. Então pergunto novamente: A quem pertence o corpo? Podemos responder, sem medo de errar, que ele é patrimônio divino, emprestado ao Espírito para que, através dele, possa se manifestar nesse planeta. E tudo que é emprestado, deve ser devolvido, isso a gente aprende desde pequeno, por ser emprestado, é que precisamos zelar e cuidar muito bem dele.  Kardec, em O Livro dos Espíritos, na questão 719, quando pergunta aos Espíritos Superiores: “É repreensível ao homem procurar o bem-estar?  A resposta é clara: “O bem-estar é um desejo natural. Deus não proíbe senão o abuso, porque o abuso é contrário à conservação. Ele não incrimina a procura do bem-estar, se esse bem-estar não é adquirido à custa de ninguém, e se não deve enfraquecer, nem as vossas forças morais, nem vossas forças físicas”.  Podemos concluir, então, que cuidar do corpo significa nutri-lo, proporcionar-lhe bem-estar, através da higiene, exercícios físicos e alimentação adequada – tudo isso sem exageros –, evitando os vícios – não importa quais sejam eles. Ainda hoje algumas ideias erradas sobre esse tema permanece na cabeça das pessoas. De um lado, temos os que acreditam que, maltratando o corpo, purifica-se o Espírito; de outro lado, os que não acreditam na existência do espirito, não o valorizam, cuidando, apenas, de cultuar o corpo. Extremos que se chocam e que acabam praticando violências contra um e contra o outro. Entre esses dois extremos, há uma multidão de criaturas preguiçosas e indolentes em relação ao corpo. Encontramos, também, aqueles que não se interessam em fortificar o Espírito com valores morais. Vejam bem, é necessário compreender que ambos estão ligados entre si e que os excessos de um trazem consequências para o outro. Assim, quando nossa atenção está voltada apenas para o fortalecimento dos músculos, esquecemo-nos de dar força ao Espírito, preparando-o para enfrentar os problemas do dia a dia. Se, de outro lado, nossa atenção se concentra, somente, nas coisas do Espírito, não nos damos conta de que precisamos viver as coisas do mundo, caso contrário não progrediremos e não faremos progredir tudo o que está ao nosso redor. É tolice ignorar que assim evitaremos as tentações, pois é na luta contra elas que nos tornamos mais fortes. A verdade é que, em ambas as situações, deixamos de cumprir as Leis do Trabalho e do Progresso, dadas a nós, por Deus, para nossa evolução.  O que fazer então? O equilíbrio é sempre o melhor caminho. Tanto o corpo quanto o Espírito possuem necessidades particulares, que precisam e devem ser atendidas, pois elas se complementam. Buscar esse equilíbrio com calma, respeito e dignidade é nossa tarefa planetária, objetivando crescimento e evolução. É, sem dúvida alguma, uma tarefa individual, porque cada um de nós será responsável pelas escolhas que fizer. E não fazer nada também é uma escolha, lembremo-nos disso.   Tudo é energia. Nossos pensamentos e nossas palavras são as maiores fontes de transmissão de energia de que dispomos e assim alcançamos pessoas a quilômetros de distância tanto com pensamentos bons como ruins. Mas, o primeiro a ser alcançado por essa energia é quem emana estes pensamentos e palavras, ou seja nós mesmos. Para se ter uma ideia ao vibrar positividade, é como se cuidássemos de nós mesmos com um "autopasse”. O contrário também acontece, só que jogando coisas ruins para dentro de nós. Vou exemplificar o que falei:  imagine que você abriu o chuveiro da sua casa e, ao invés de água, sai lama. É isso o que acontece com nosso organismo físico quando vibramos negativamente, ainda que acreditemos estar vibrando positivamente: recebemos a 'lama' de nossas vibrações negativas. Só para esclarecer, o nosso corpo é composto por diversos elementos químicos que se reagem entre si e aglomeram-se formando estruturas complexas, que são moléculas, células, órgãos, e que também interagem e reagem as vibrações externas e internas. Cada um de nós possui  incontáveis formas de seres vibrando em sintonia com o nosso corpo, onde o Espírito é o  comandante.  Já parou para olhar para sua mão? Já parou para pensar que sua pele é formada por várias células unidas que trabalham incansavelmente para manter tudo funcionando? O nosso corpo é composto de muitas vidas para nos manter aqui nesse planeta, deveríamos olhar para esse corpo fisico com mais amor e respeito.  Se  agredimos esse  corpo com drogas, cigarro, bebidas alcoólicas, gula nós estamos atacando a organização universal que habitamos pois nossos órgãos respondem as  vibrações de nossos sentimentos, emoções e pensamentos.  Nossa mente interfere sobre as células do nosso corpo físico: cultivar sentimentos de esperança, de fé, de amor, de alegria, de paz e as ideias edificantes proporcionam boas energias que equilibram e deixam o nosso corpo saudável, já cultivar sentimentos de ódio, rancor, raiva, tristeza, vingança nos causam perturbações doenças.  No livro “Autodescobrimento”, obra psicografada por Divaldo Pereira Franco, pelo espírito de Joanna de Angelis podemos ler: “A vida mental do homem expressa-se na organização emocional e física, dando surgimento aos estados de equilíbrio como de desarmonia pelos quais ele se movimenta. As forças vivas da mente estão sempre construindo, recompondo, perturbando ou bombardeando os campos organo-genéticos responsáveis pela geratriz dos caracteres físicos e psicológicos, bem como sobre os núcleos celulares. Assim, emoções fortes, tais como medos, cóleras, agressividades, ciúmes, provocam uma forte descarga de adrenalina na corrente sanguínea, graças às glândulas supra-renais. Essa ação emocional, reagindo no corpo físico, produz a elevação da taxa de açúcar e promove mais forte contração muscular e uma volumosa irrigação sanguínea, bem como aumenta sua capacidade de coagulação. A repetição deste fenômeno provoca várias doenças, como a diabetes, a artrite, a hipertensão, etc., evidenciando o fato de que na raiz de cada enfermidade física existe um componente psíquico, emocional ou espiritual. Assim, em razão da desarmonia psíquica, desajustam-se os centros de energia da criatura, facultando a ocorrência de processos orgânicos patológicos, provocados por vírus e bactérias que se instalam em seu organismo. Por outro lado, os impulsos primitivos do corpo, não disciplinados, provocam estados ansiosos ou depressivos, sensação de inutilidade, receios ou inquietações que se expressam ciclicamente e que a longo prazo se transformam em neuroses, psicoses e perturbações mentais. Conscientizar-se desta realidade é despertar para os valores ocultos que, não interpretados, continuam produzindo desequilíbrios e somatizando doenças, como mecanismos degenerativos, na organização somática. Assim, a harmonia entre os campos mental e físico deve prevalecer a favor do equilíbrio da criatura que busca despertar para as atribuições e finalidades elevadas da vida, dando rumo correto e edificante à sua reencarnação. Quando a mente elabora conflitos, ressentimentos, ódios que se prolongam, os dardos reagentes disparados desatrelam as células de seus automatismos, degenerando-as e dando origem a tumores de vários tipos, especialmente os cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as agride. Outras vezes, os anseios insatisfeitos dos sentimentos convergem como força destruidora, esfacelando a organização celular e a respectiva mitose, facultando o surgimento de focos infecciosos resistentes a toda a terapêutica, enquanto permanecer o centro desencadeador do processo vibrando negativamente contra a saúde. Vinganças disfarçadas voltam-se contra o organismo físico e mental daquele que as acalenta, produzindo úlceras cruéis e distonias emocionais perniciosas, que empurram a criatura para estados desoladores. Ideias não digeridas ressurgem em processos enfermiços como mecanismos autopurificadores. Angústias cultivadas ressumam como distonias nervosas, enxaquecas, desfalecimentos, camuflando a necessidade de valorização do perdão. Dispepsias, indigestões, hepatites, originam-se nos aconchegos do ódio, da inveja, do medo, da competição malsã – geradora da ansiedade. O desamor pessoal, os complexos de inferioridade¸ as mágoas sustentadas pela autopiedade, as contrariedades próprias aos de temperamento forte, resultam em cânceres de mamas, de próstata, taquicardia, disfunções cardíacas, enfartos, etc. Impetuosidade, violência, queixas sistemáticas, desejos insaciáveis, respondem por derrames cerebrais, estados neuróticos, psicoses de perseguição, etc. As enfermidades, sobre outro aspecto, podem ser consideradas como processo de purificação, especialmente aquelas de grande porte, as que se alongam quase que indefinidamente, tornando-se mecanismos de sublimação das energias grosseiras que constituem o ser nas suas fases iniciais de evolução. É imprescindível um constante renascer do indivíduo, pelo renovar da sua consciência, aprofundando-se no autodescobrimento, a fim de mais seguramente identificar-se com a realidade e absorvê-la. Esse autodescobrimento faculta uma tranquila avaliação do que ele é, e de como está, oferecendo os meios para torná-lo melhor, alcançando assim o destino que o aguarda. De imediato apresenta-se a necessidade de levar em conta a escala de valores existenciais, a fim de discernir quais aqueles que merecem primazia e os que são secundários, de modo a aplicar o tempo com sabedoria e conseguir resultados favoráveis na construção do futuro. Essa seleção de objetivos dilui a ilusão – miragem perturbadora elaborada pelo ego – e estimula a criatura a assumir o comando das suas aspirações, rompendo as camadas do inconsciente. Pode-se dizer que a criatura, a partir desse momento, passa a criar-se a si mesma, de forma lúcida, desde que, por automatismo, ela o vem fazendo através de mecanismos atávicos próprios da lei de evolução.  Quanto mais consciente a criatura, mais saudáveis os seus equipamentos para o desempenho das relevantes tarefas que lhe estão reservadas, salvo os casos em que, por opção pessoal, ela procure cumprir vivências mais difíceis.  O pensamento salutar e edificante flui pela corrente sanguínea como tônus revigorante das células, passando por todas elas e mantendo-se em harmonia com o ritmo das finalidades que lhes dizem respeito.  O oposto também ocorre, realizando o mesmo percurso, mas perturbando o equilíbrio a criatura. A conscientização da responsabilidade imprime ao homem destino feliz, pelo fato de poder compreender a transitoriedade do percurso carnal, com os olhos fitos na imortalidade de onde procede, em que se encontra e para a qual ruma, pois que ninguém jamais sai da vida. Adequando-se à saúde e à harmonia, a mente, o pensamento, as emoções e o corpo, receberão as cargas vibratórias benfazejas, favorecendo-se com a disposição para os empreendimentos idealistas, libertatórios e grandiosos, que podem ser conseguidos na Terra graças às dádivas da reencarnação. Assim, portanto, cada um é o que lhe apraz e pelo que se esforça, não sendo facultado a ninguém o direito de queixas, face ao princípio de que todos os indivíduos dispõem dos mesmos recursos, das mesmas oportunidades, que empregam segundo o seu livre-arbítrio, naquilo que realmente lhes interessa.”   Enfim a saúde, podemos dizer, não se refere somente ao corpo físico. A saúde é algo mais amplo, é a expressão natural do corpo, da mente e da alma quando eles estão em harmonia com a Vida. Temos a nosso favor um mecanismo que é altamente poderoso, que é a prece. A prece é uma invocação, por ela nós estabelecemos uma relação mental com Deus. Diz Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, que o homem atrai os bons Espíritos, que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e inspirar-lhes bons pensamentos. Adquire assim a força moral necessária para viver e vencer as dificuldades espirituais e físicas. Através da prece ele encontra forças para resistir as tentações e revoltas, tão comum aos seres, quando se encontram doentes.”  Jesus um sábio conhecedor dos segredos do corpo e da alma, disse que: “os olhos são as lâmpadas do corpo”. Quando a luz dos olhos é negra o mundo todo fica mergulhado em trevas. Quando a luz dos olhos é colorida, o mundo todo vira um arco-íris”. O mundo não muda. Mudam-se os olhos com que o vemos.    Na questão 833, de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, temos: “É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo.”  Na mente está a base da nossa vida ativa e o pensamento é o veículo que conduz o que nela produzimos. Nossas deliberações, escolhas, renúncias, decisões nascem em nossa mente e são comunicadas para o exterior através do pensamento. Assim, todas as ações que movimentam a nossa vida têm origem na mente. Diante disso, dentro da sabedoria que lhe é própria, Jesus sentenciou: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”, informando-nos a importância e a necessidade do controle mental. Uma vez que o mundo exterior toma conhecimento da nossa intimidade através da emissão dos pensamentos, é natural que devamos equilibrá-los, censurando o que não é devido e correto e permitindo multiplicar o que é nobre e sublime, porque a partir da emissão deles receberemos os reflexos naturais que decorrem das suas trajetórias. A ideia de uma boa ação ou de uma atitude infeliz começa na mente e é informada pelo pensamento.  Jesus primeiro pediu que vigiássemos o pensamento e depois sugeriu a oração como complemento, visando conter o ímpeto nefasto do mal e dando vazão aos sentimentos imprescindíveis do bem. Temos plena consciência de que ainda estamos bem distantes da perfeição, mas, aprendendo, no dia a dia, a ajustar mente e pensamento, aos poucos vamos saindo da condição inferior que nos acolhe para uma postura de superioridade moral.  Para encerrar nossa reflexão dessa noite, vou ler um trecho do livro Luz Acima, psicografia de Chico Xavier, pelo espirito Irmão X: Certa feita, Simão Pedro perguntou a Jesus: – Senhor, como saberei onde vivem nossos maiores inimigos? Quero combatê-los, a fim de trabalhar com eficiência pelo Reino de Deus. Iam os dois de caminho entre Cafarnaum e Magdala, ao sol rutilante de perfumada manhã. O Mestre ouviu e mergulhou-se em longa meditação.Insistindo, porém, o discípulo, ele respondeu benevolamente: – A experiência tudo revela no momento preciso. – Oh! exclamou Simão, impaciente a experiência demora muitíssimo. O Amigo Divino esclareceu, imperturbável: – Para os que possuem olhos de ver e ouvidos de ouvir, uma hora, às vezes, basta ao aprendizado de inesquecíveis lições. Pedro calou-se, desencantado. Antes que pudesse retornar às interrogações, notou que alguém se esgueirava por trás de velhas figueiras, erguidas à margem. O apóstolo empalideceu e obrigou o Mestre a interromper a marcha, declarando que o desconhecido era um fariseu que procurava assassiná-lo. Com palavras ásperas desafiou o viajante anônimo a afastar-se, ameaçando-o, sob forte irritação. E quando tentava agarrá-lo, à viva força, uma risada se fez ouvir. A suposição era injusta. Ao invés de um fariseu, foi André, o próprio irmão dele, quem surgiu sorridente, unindo-se à pequena caravana. Jesus endereçou expressivo gesto a Simão e obtemperou: – Pedro, nunca te esqueças de que o medo é um adversário terrível. Recomposto o grupo, não haviam avançado muito, quando avistaram um levita que recitava passagens da Tora e lhes dirigiu a palavra, menos respeitoso. Simão inchou-se de cólera. Reagiu e discutiu, longe das noções de tolerância fraterna, até que o interlocutor fugiu, amedrontado. O Mestre, até então silencioso, fixou no aprendiz os olhos muito lúcidos e inquiriu: – Pedro, qual é a primeira obrigação do homem que se candidata ao Reino Celeste? A resposta veio clara e breve: – Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. – Terás observado a regra sublime, neste conflito? continuou o Cristo, serenamente recorda que, antes de tudo, é indispensável nosso auxílio ao que ignora o verdadeiro bem e não olvides que a cólera é um perseguidor cruel. Mais alguns passos e encontraram Teofrasto, judeu grego dado à venda de perfumes, que informou sobre certo Zeconias, leproso curado pelo profeta nazareno e que fugira para Jerusalém, onde acusava o Messias com falsas alegações. O pescador não se conteve. Gritou que Zeconias era um ingrato, relacionou os benefícios que Jesus lhe prestara e internou-se em longos e amargosos comentários, amaldiçoando-lhe o nome. Terminando, o Cristo indagou-lhe: – Pedro, quantas vezes perdoarás a teu irmão? – Até setenta vezes sete replicou o apóstolo, humilde. O Amigo Celeste contemplou-o, calmo, e rematou: – A dureza é um carrasco da alma. Não atravessaram grande distância e cruzaram com Rufo Grácus, velho romano semiparalítico, que lhes sorriu, desdenhoso, do alto da liteira sustentada pelos escravos fortes. Marcando-lhe o gesto sarcástico, Simão falou sem rebuços: – Desejaria curar aquele pecador impenitente, a fim de dobrar-lhe o coração para Deus. Jesus, porém, afagou-lhe o ombro e ajuntou: – Por que instituiríamos a violência no mundo, se o próprio Pai nunca se impôs a ninguém? E, ante o companheiro desapontado, concluiu: – A vaidade é um verdugo sutil. Daí a minutos, para repasto ligeiro, chegavam à hospedaria modesta de Aminadab. À mesa, um certo Zadias, liberto de Cesárea, se pôs a comentar os acontecimentos políticos da época. Indicou os erros e desmandos da Corte Imperial, ao que Simão correspondeu, colaborando na poda verbalística. Dignitários e filósofos, administradores e artistas de além-mar sofreram apontamentos ferinos. Tibério foi invocado com impiedosas recriminações. Finda a animada palestra, Jesus perguntou ao discípulo se acaso estivera alguma vez em Roma. O esclarecimento veio depressa: – Nunca. O Cristo sorriu e observou: – Falaste com tamanha desenvoltura sobre o Imperador que me pareceu estar diante de alguém que com ele houvesse privado intimamente. Em seguida, acrescentou: – Estejamos convictos de que a maledicência é algoz terrível. O pescador de Cafarnaum silenciou, desconcertado. O Mestre contemplou a paisagem exterior, fitando a posição do astro do dia, como a consultar o tempo, e, voltando-se para o companheiro invigilante, acentuou, bondoso: – Pedro, há precisamente uma hora procurava situar o domicilio de nossos maiores adversários. De então para cá, cinco apareceram, entre nós: o medo, a cólera, a dureza, a vaidade e a maledicência… Como reconheces, nossos piores inimigos moram em nosso próprio coração. E, sorrindo, finalizou: – Dentro de nós mesmos, será travada a guerra maior. Retirei a seguinte reflexão do livro Minutos de sabedoria, de  Carlos Pastorino: “Saiba dominar-se e vencer a si mesmo.  Vitorioso não é aquele que vence os outros, mas o que se vence a si mesmo, dominando seus vícios e superando seus defeitos.  A vitória sobre si mesmo é muito mais difícil, e quem consegue isto pode ser classificado como verdadeiro herói.  Aprenda a dominar-se, e jamais desanime.  Se desta vez não conseguiu, recomece e um dia sairá vitorioso! " Paz e Luz para todos!


Fontes: https://www.facebook.com/centroespiritadeSR/posts/2459913030902849
https://serespirita.com.br/quando-a-alma-adoece/

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