sexta-feira, 22 de março de 2019

OBSESSOR E OBSEDIADO


Hoje falaremos sobre OBSESSOR E OBSEDIADO.  Um dos nossos trabalhos da Casa do Mestre, que é na última quarta-feira, o caso, na próxima quarta, é o trabalho de desobsessão e hoje explicaremos como é esse processo. Primeiro vamos esclarecer o que é obsessão.  A palavra “obsessão”, deriva do latim “obsedere”, que significa o ato de cercar ou rodear algo ou alguém de modo insistente. No dicionário, obsessão significa “preocupação constante, ideia fixa”. No Livro dos Mediuns capitulo 23 temos a seguinte definição: “ é  domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste e o conduzem como se fora verdadeira criança”. Agora vamos esclarecer o que é o Obsessor. A palavra obsessor também vem do latim "obsessore", e é aquele que causa a obsessão; que importuna. O obsessor é uma pessoa como eu, como você. Não é um ser diferente, que só vive de crueldades, nem um condenado sem remissão pela Justiça Divina. Não é um ser estranho a nós. Pelo contrário. É alguém que privou de nossa convivência, de nossa intimidade, por vezes com estreitos laços afetivos. É alguém, talvez, a quem amamos, outrora. O obsessor é o irmão, a quem os sofrimentos e desenganos desequilibraram, certamente com a nossa participação. Os maus Espíritos são aqueles que ainda não foram tocados de arrependimento; que se deleitam no mal e nenhum pesar por isso sentem; que são insensíveis às reprimendas, repelem a prece e muitas vezes blasfemam do nome de Deus. São essas almas endurecidas que, após a morte, se vingam nos homens dos sofrimentos que suportam, e perseguem com o seu ódio aqueles a quem odiaram durante a vida, quer obsidiando-os, quer exercendo sobre eles qualquer influência funesta. A figura do obsessor realmente impressiona, pelos prejuízos que a sua aproximação e sintonia podem ocasionar. E disto ele tira partido para mais facilmente assustar e coagir a sua vítima. Os Espíritos sedutores se esforçam por nos afastar das veredas do bem, sugerindo-nos maus pensamentos. Aproveitam-se de todas as nossas fraquezas, como de outras tantas portas abertas, que lhes facultam acesso à nossa alma. Alguns há que se nos aferram, como a uma presa, mas que se afastam, em se reconhecendo impotentes para lutar contra a nossa vontade.  Contudo, devemos lembrar que os obsessores, não são Espíritos totalmente desprovidos de bons sentimentos, irremediavelmente maus. São, antes de tudo, Espíritos carentes de compreensão, de carinho e amor. São na realidade seres solitários, doentes da alma. O obsessor é, em última análise, um irmão enfermo e infeliz. Dominado pela ideia fixa de vingar-se, esquecendo de tudo o mais e passa a viver em função daquele que é o alvo de seus planos. Já falamos o que é obsessão, o que é obsessor e agora vamos esclarecer o que é o obsidiado. OBSIDIADO - A Doutrina Espírita nos informa que antes de tudo o obsidiado é vítima de si mesmo; sendo descrito no dicionário como: importunado, atormentado, perseguido. Segundo Joanna de Ângelis, define como: “prisão interior, cela pessoal”, onde grande maioria se mantém sem lutar por sua libertação, acomodada aos vícios, cristalizada nos erros. Obsidiados! Cada um deles traz consigo um infinito de problemas que não sabe precisar. O obsidiado é o algoz de ontem e que agora se apresenta como vítima. Ou então é o comparsa de crimes, que o cúmplice das sombras não quer perder, tudo fazendo por cerceá-lo em sua trajetória. As provações que o afligem representam oportunidade de reajuste, alertando-o para a necessidade de se moralizar, porquanto, sentindo-se açulado pelo verdugo espiritual, mais depressa se conscientizará da grandiosa tarefa a ser realizada: transformar o ódio em amor, a vingança em perdão, e humilhar se, para também ser perdoado.”.. Agora que já tivemos uma ideia do que é obsessão, obsessor e obsediado, vamos entender como se desenvolve a obsessão: Para inicio de conversa temos que deixar claro que a obsessão acontece porque somos Espíritos em evolução necessitando de aperfeiçoamento moral. Sentimentos menos dignos como o egoísmo, o rancor, o ódio, o materialismo e o desejo de vingança ainda estão arraigados em muitos de nós. Aliás, boa parte dos casos de obsessão está relacionada à vingança. Geralmente, como já dissemos, aqueles que prejudicamos outrora tendem a nos cobrar o mal que causamos, iniciando assim um processo obsessivo. A obsessão é desencadeada por nossas próprias condutas viciosas. Nossos pensamentos e atitudes atraem para junto de nós Espíritos afins. É como se abríssemos a porta para o "inimigo":  Allan Kardec fala sobre isso no livro “A Gênese” capitulo 14, item 15: “(...) criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. (...) Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo”.  É importante ressaltar que a obsessão não é necessariamente a influência de um Espírito desencarnado sobre um Espírito encarnado. Ela pode acontecer de diversas maneiras: 1) De encarnado para Encarnado: Pode parecer estranho, mas esse tipo de obsessão é uma das mais frequentes. Consiste na capacidade que certas pessoas possuem de manipular as outras, sequestrando de alguma forma a sua subjetividade, como, por exemplo, o marido que restringe a liberdade da esposa por ciúmes ou manifesta um "amor doentio", anulando de alguma forma a sua personalidade. 2)  De desencarnado para Desencarnado: Nas literaturas espíritas podemos encontrar vários relatos deste tipo de obsessão. Um Espírito desencarnado passa a obsediar um outro Espírito por vingança ou pelo simples desejo de escravizá-lo. Os recém-desencarnados, atormentados pela própria consciência culpada, como homicidas, suicidas, dependentes químicos etc. são mais vulneráveis à investida de falanges maléficas. 3)  De encarnado para Desencarnado: Você deve estar pensando como um Espírito encarnado pode exercer influência sobre um Espírito desencarnado, entretanto, esta situação é mais comum do que imaginamos. É natural sofrermos quando um ente querido retorna para a vida espiritual, todavia, nossas lágrimas produzidas pela dor e revolta contra as leis do Criador provocam aflição no Espírito que partiu. Estas circunstâncias podem atormentar o desencarnado, que passa a ser atraído pelo sofrimento daquele que chora, provocando uma obsessão mútua. 4) De desencarnado para Encarnado: Este é o que nos parece mais incidente. Caracteriza-se pela influência de um Espírito desencarnado sobre um Espírito encarnado. O obsessor dispõe de recursos que o obsidiado não pode ver por estar limitado ao corpo físico. Ambos tornam-se ligados pela ação do pensamento. 5) A Auto Obsessão: Nestes casos, o homem apresenta um estado doentio do próprio Espírito, que é capaz de lhe proporcionar graves consequências. Sentem-se doentes fisicamente, entretanto, procuram diagnósticos na medicina convencional e não o encontram. Trazem impressos no seu espírito patologias adquiridas em outras existências, que voltam à tona e passam a produzir uma auto obsessão. Esta condição pode desencadear no indivíduo transtornos de ansiedade como depressão, bipolaridade e síndrome do pânico. Sobre isso Allan Kardec cita no livro “Obras Póstumas”:  “O homem não raramente é o obsessor de si mesmo.”  Como deu para perceber esse assunto é muito, mas muito extenso e complexo, mas trata-se de nosso bem viver e por isso é importante buscarmos conhecimento, pois só o conhecimento pode nos ajudar.  Podemos até dizer que muito se fala em obsessão no meio espírita, mas poucos sabem de fato como acontece o mecanismo de tal doença. Isso mesmo, a obsessão pode ser considerada uma doença do Espírito que, atingindo graus adiantados, acaba por aniquilar a matéria, ocasionando depressão, loucura e até mesmo o suicídio. Com nomes diferentes, os fenômenos de obsessão têm atravessado épocas. Até mesmo a bíblia relata alguns acontecimentos nos tempos antigos. Existem casos famosos e outros que se escondem no anonimato. O fato é que a obsessão ainda é muito frequente nos dias atuais. De acordo com Richard Simonetti, autor do livro “Quem tem Medo da Obsessão?”, a obsessão é mais intensa durante a noite, quando estamos dormindo. Durante o sono o espírito se distancia do corpo físico, mas não fica inativo. Neste momento o encontro com entes queridos é possível da mesma forma com desafetos e Espíritos mal intencionados. Essa influência, se não combatida, pode nos levar à Obsessão, isto é, a uma ação prejudicial que um ou mais Espíritos exercem sobre nós. Simonetti, cita o livro “Libertação”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, onde o Espírito André Luiz reporta-se à experiência de uma senhora perseguida por dois obsessores que tinham duplo propósito: comprometer sua tarefa como médium e conturbar o trabalho de seu marido, dedicado dirigente espírita. Essa Senhora era médium espírita, mas era frágil em suas convicções, gostava de se destacar pelas suas tarefas, se tornando presa fácil nas mãos dos Obsessores. Como tinha dúvidas a respeito de sua mediunidade, os Espíritos perturbadores aproveitaram suas vacilações para incutir a ideia de que as manifestações que transmitia eram fruto de sua própria mente. Além disso, como era também muito ciumenta, atiçavam nela tendências ao ciúme, sugerindo que o marido usava sua posição no centro espírita para seduzir mulheres. Dois defeitos “bem aproveitados” pelos Espíritos perturbadores. Os obsessores conversavam com ela, confundindo-a em relação aos seus compromissos mediúnicos e à fidelidade do marido. O marido, homem disciplinado e esclarecido, amigo das virtudes evangélicas, afastava-se do veículo físico (desdobrava-se) e participava de atividades de aprendizado e trabalho, junto de benfeitores espirituais. Já sua mulher, ao despertar, sente mal estar porque aquelas “orientações” que recebia dos Espíritos perturbadores repercutiam em seu psiquismo, inspirando-lhe desânimo e indignação. André Luiz presencia uma dessas sessões de aliciamento para a perturbação e registra o deplorável estado da médium ao despertar. “Oh! Como sou infeliz! – bradou, angustiada – estou sozinha, sozinha!”. O marido, inspirado por benfeitor espiritual, tem imenso trabalho para pacificá-la. Os Obsessores, apresentando-se como “amigos” e “protetores”, conquistaram sua confiança. Como se programassem sua mente, incutem-lhes ideias infelizes que martelarão seu cérebro durante a vigília, emergindo na forma de dúvidas, temores, angústias, impulsos desajustados e depressão.   Emmanuel disse que "a obsessão é o pior flagelo deste século". De fato, as conquistas da tecnologia atual são tantas, que o apelo material a mente humana e também muito forte. Somos estimulados a obter valores materiais e a concorrer com as pessoas, para que cada vez mais tenhamos "coisas" e galguemos condições sociais que nos confiram prestigio e poder. Assim, muitas vezes acabamos por deixar em segundo plano, ou mesmo totalmente de lado, a questão da fraternidade, da caridade, do convívio amistoso, sobrevindo, então, as oportunidades de instalação do processo obsessivo. Os males morais têm como base a nossa imperfeição e o mal uso de nosso livre-arbítrio, isto é, de nossa livre vontade, de nossa decisão. Chico Xavier já referiu que “somos livres para decidir sobre o nossos atos, muito embora nos tornemos escravos de suas consequências”. Na maioria das vezes a pessoa fica muito tempo com o problema da obsessão porque não quer mudar o pensamento. Mesmo participando de tratamentos espirituais e sendo orientada, ou ouvindo o Evangelho por muito tempo, não consegue modificar o pensamento; está sempre com aquela mágoa, com aquele rancor, com aquele sentimento preso dentro de si. E isso permanece por longo tempo, até que ela realmente resolva modificar o pensamento ou se conscientizar da importância dessa modificação; e, gradativamente, ela vai se transformando, melhorando. O obsessor só se aproxima através dessa sintonia, isto é, quando o espírito e o encarnado estão na mesma frequência. Ressaltamos a importância de um preparo maior antes de dormirmos, evitando programas de TV ou filmes de conteúdo negativo, por exemplo, bem como manter aparelhos elétricos e eletrônicos perto do nosso corpo em repouso. Celular nem pensar! A prece antes de dormir é um excelente recurso para que possamos ter bons sonhos porque nos liga aos Bons Espíritos, garantindo-nos boas companhias espiritais durante o repouso do nosso corpo físico.  A forma mais eficaz para estarmos ligados ao Bem é impedirmos que venhamos a ser influenciados por Espíritos maus, é a nossa mudança de hábitos e costumes, nossa transformação moral. Façamos sempre uma autoanálise sincera a respeito do nosso comportamento, analisando nossos pensamentos e atos, e busquemos ser melhores a cada dia. A cura está no autoconhecimento, na mudança de conduta e na reforma íntima.  Isso mesmo, a reforma íntima é a transformação de valores, a modificação da sua maneira de ser e de viver. Kardec, em O Livro dos Médiuns, diz que "as imperfeições morais dão acesso aos obsessores e o meio mais seguro de nos livrarmos deles é atrair os bons espíritos pela prática do bem".  A obsessão e impotente diante de espíritos redimidos! E o que é um espírito redimido? É aquele que reconhece as suas limitações e, como enunciado pelo apostolo Paulo, sente a alegria de saber -se "matriculado na escola do bem". Através do pensamento elegemos as nossas companhias espirituais e terrenas. Segundo André Luiz: “O pensamento é tão significativo na mediunidade quanto o leito é importante para o rio”. Ele ainda alerta: “Não existe pensamento sem sentimento; na verdade, o sentimento que lhe dá forma e natureza, daí a ligação quase que imediata entre o ser e as diversas dimensões da vida”. Nossos pensamentos são ondas eletromagnéticas que transportam informações, elas superam a velocidade da luz. Toda corrente mental nasce das emoções e desejos mais recônditos do espírito. Somos transmissores e receptores de pensamentos. Nossos pensamentos tem poder. Vibre, pense, emane sempre coisas positivas! Não se maltrate ou julgue ninguém!! Lembremo-nos: um mau pensamento sempre é inspirado por um Espírito perturbador. No entanto, a sua influência somente ocorrerá se houver sintonia, isto é, se ele encontrar dentro de nós o canal para estabelecer a perturbação espiritual. Como esse assunto é complexo e extenso, tratemos mais informações em outro estudo. Que Jesus nos conceda a cura do corpo e da alma!  Paz e luz para todos.

https://www.ippb.org.br/textos/especiais/mythos-editora/obsessao-mythos-editora
https://www.kardecriopreto.com.br/noite-obsessao-e-maior/
http://www.oconsolador.com.br/ano7/338/andre_luiz.html

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