Hoje o tema escolhido é: DIFICULDADES NA VIDA. Você já notou
que as grandes oportunidades que nos impulsionam e nos fazem crescer provêm das
dificuldades que passamos na vida? Pois é, essas são as nossas propostas de
evolução. O espirito de Meimei, através da psicografia de Chico Xavier
registrou: “Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te
atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte…
Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia”. A nossa vida é repleta
de desafios: para uns desafios familiares; para outros sentimentais; para
alguns profissionais; temos também as situações financeiras; temos a vida
social; também temos a saúde física, mental e espiritual e por aí vai. Se não conseguimos
suportar o vai e vem da vida, com perseverança, dedicação e principalmente
buscando compreender o que estamos por aprender, não avançaremos na aquisição
dos valores que realmente levaremos ao desencarnar. Nossa reforma interior nos
proporciona isso. Tem um Provérbio aborígene que diz: “Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar.
Estamos só de passagem. O nosso objetivo é observar, crescer, amar… E depois
vamos para casa.” Não temos como negar que precisamos repensar no nosso modo de
viver e experimentar nossa estadia nesse planeta: substituir reclamações
e lamentações por agradecimentos. Esta
é uma tarefa individual. Sem os obstáculos não conseguiremos superar os
desafios naturais que nos levarão à perfeição conforme Jesus nos ensinou: “Na verdade, na verdade vos digo: Aquele
que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que
estas, porque eu vou para meu Pai.” É comum ouvirmos falar das dificuldades da vida como
“pedras no caminho”. Selecionei um texto
do poeta Fernando Pessoa que diz: “Posso ter defeitos, viver ansioso e
ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior
empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é
reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e
períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar
um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz
de encontrar um oásis no recôndito da alma. É agradecer a Deus, a cada manhã,
pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É
saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um 'não'. É ter segurança
para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas,
um dia vou construir um castelo...” E na sequência vou ler um trecho do livro
“Vida em Vida, quando Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier nos alerta: “As dificuldades de qualquer natureza são
sempre pedras simbólicas, asfixiando-nos as melhores esperanças do dia, do
ideal, do trabalho ou do destino, que recebemos na glória do tempo. O preguiçoso
recebe as dificuldades da luta e estende-se no caminho, sucumbindo ao seu peso.
É o espírito desanimado, indolente e enfermiço. O desesperado, em se sentindo
sob os granizos da sorte, confia-se à intemperança mental e atira-os ao
viandante inocente ou à porta de companheiros inofensivos. É o espírito
indisciplinado, renitente e impulsivo, que sabe apenas ferir o próximo ou
denegri-lo com atitudes impensadas ou levianas. O homem inteligente, todavia,
recebe as pedras da experiência e, ainda mesmo sangrando as mãos ou o coração,
recolhe-as, cuidadoso, valendo-se delas para a confecção de utilidades ou para
a construção de edifícios consagrados ao agasalho, ao reconforto ou à
benemerência, em favor dele mesmo, e de quantos o acompanham na marcha
evolutiva. Ninguém passará ileso nos caminhos do mundo. As pedras da
incompreensão e da dor, no ambiente comum da existência carnal, chovem sobre
todos. Do entendimento e da conduta de cada um dependerão a felicidade ou o
infortúnio, na laboriosa romagem terrestre.”
Claro que sabemos que o
sofrimento acompanha o homem desde a sua origem, pois no início, quando a luta
pela sobrevivência era a única preocupação humana, destacavam-se os
padecimentos físicos de todas as ordens. Na medida em que a mente foi se
desenvolvendo, surgiram também as aflições do ser, pautadas pelos problemas
existenciais e as angústias morais, resultantes de nosso livre-arbítrio.
Certamente alguém já se perguntou: Por que sofremos tanto? Outras pessoas vão
mais além e questionam: Por que Deus, sendo soberanamente justo e bom, permite
que a sua criação sofra? Em verdade, ninguém tem o destino do sofrimento, somos
criados simples e ignorantes para que possamos evoluir através de nosso próprio
esforço. A dificuldade é um reflexo de nossa conduta moral, do caráter e
sobretudo, de nossas ações praticadas, sob a aplicação da lei de causa e
efeito. Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” explica que a
origem da nossa dor, parte de duas fontes distintas: as que são geradas na vida
presente e as que têm origem em existências passadas. Para conhecer a causa do
sofrimento originado nesta reencarnação, basta consultar a própria consciência
que a todo momento nos fala. Na maioria das vezes, nossos tormentos são
reflexos de nossas decisões ou omissões, das atitudes egoístas, do orgulho e da
vaidade que ainda domina nosso íntimo. As doenças físicas que sempre nos
proporcionam momentos difíceis, são ocasionadas pelos excessos e a falta de
cuidado para com a matéria. Como podemos ver ninguém é responsável por nossos
dissabores, a não ser NÓS MESMOS. Será que existe algum sofrimento não
merecido? Como explicar, por exemplo, os inúmeros casos de deficiência
congênita, as doenças incuráveis que aparecem em tenra idade, os doentes
mentais, as mortes ditas prematuras? Seria destino, ou simplesmente má sorte?
Nestes casos, conforme os livros espiritas nos explicam, a procedência do
martírio está atribuída à existências passadas e somente através da
reencarnação, encontraremos respostas. Se não consideramos a pluralidade das
existências como ponto de partida para essas questões, de fato não
compreenderemos a origem de certas dores. Todavia, se levarmos em conta que o
espírito é uma individualidade, passível de erros e com a possibilidade de
retornar a vida física diversas vezes, entenderemos porque um bebê pode nascer
com deficiência física ou mental, ou uma criança pode sofrer, sem ter tido
tempo de gerar seu próprio sofrimento na presente reencarnação. Então devemos
interpretar o nosso sofrimento como uma espécie de punição? Claro que não! Sofremos
para evoluir, mas isso também não quer dizer que o sofrimento é a única condição
para se chegar a perfeição. Ninguém em sã consciência busca o sofrimento para
si mesmo, no entanto, por ainda sermos imperfeitos, podemos falhar, e Deus, em
sua infinita bondade, concede-nos sempre uma nova oportunidade, para que
através de nosso esforço consigamos progredir. Que tal encararmos o sofrimento como oportunidade de
regeneração? Melhor ainda, que tal substituir o sofrimento por aprendizado? Vejam bem, os momentos difíceis nos
oportunizam o exercício da fé, pois Deus não nos abandona e tampouco designa
fardos pesados a ombros frágeis. É indiscutível que todos nós já passamos por
maus momentos e ainda enfrentaremos dias difíceis, pois habitamos num mundo de
provas e expiações, onde o sofrimento ainda predomina. Mas nos esforcemos para
que dias melhores cheguem mais depressa. A chave para a felicidade está em nossas mãos. Jesus disse: “Bem-aventurados
os aflitos, porque deles é o Reino dos Céus”. Tem uma música brasileira que diz
assim: “Toda pedra do caminho você pode retirar. Numa flor que tem espinho,
você pode se arranhar. Se o bem e o mal existem, você pode escolher. É preciso
saber viver”. A canção expressa uma grande verdade. A vida é feita de
escolhas. Todos nós, diariamente, nos deparamos com pessoas, com situações e
fatos que nos instigam, exigindo-nos um posicionamento. Não há quem transite
pelas estradas do mundo sem pedras no caminho. Nenhum de nós pode alimentar a
ilusão de que não haverão espinhos que irão nos ferir, mesmo que levemente. O
que nos cabe é escolher como encarar tais situações, como lidar com pedras e
espinhos. Tem gente que acredita que o melhor é o “olho por olho, dente por
dente”, mas no entanto, não nos esquecemos de que, conforme diz a música: se o bem
e o mal existem, podemos fazer nossa opção. Se somos vítimas do mal, se alguma
situação inconveniente nos alcança, quer sejam coisas corriqueiras ou graves,
vale a pena refletir. É importante parar e analisar a ocorrência. É valioso
ponderar antes de agir. Muitas vezes, nos sentimos provocados por situações
desagradáveis, reagimos por impulso para, no momento seguinte, nos
arrependermos pelas consequências que nos alcançam. Sem reflexão, sem ponderação, sobram-nos os instintos e os
comportamentos menos nobres, que ainda trazemos como padrões de atitude e de
ação. Portanto, o que nos cabe, como sugere a canção, é saber viver. Entre
tantas possibilidades de agir, é necessário saber escolher. Se nos deixamos
levar pelo atropelo das circunstâncias, pelas limitações e dificuldades dos
outros, não teremos outro resultado que não sejam dificuldades e problemas. Saber
viver talvez possa ser simplesmente mudar nossa postura perante a vida. Perante
a calúnia, nos mantermos dignos, agindo corretamente, apoiados na consciência
tranquila. Frente à grosseria e à descompostura de alguém, oferecermos a
paciência que aguarda, a gentileza ou o silêncio, que desarmam as pessoas. Diante
da traição, da covardia e do erro, oferecermos a compreensão, que alivia;
trabalharmos o perdão, que dulcifica; aguardarmos o tempo, que oferece
ponderação. Recordemos as palavras sábias do Amigo Jesus: “Já ouvistes: amarás
o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo, amai os vossos
inimigos e orai pelos que vos perseguem”. Vou contar uma historinha: “Conta-se que um rei que
viveu num país além-mar, há muito tempo atrás, era muito sábio e não poupava
esforços para ensinar bons hábitos a seu povo.
Frequentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo
que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso. Nada de bom
pode vir a uma nação - dizia ele - cujo povo reclama e espera que outros
resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os
problemas por conta própria. Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma
enorme pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se esconder atrás
de uma cerca, e esperou para ver o que acontecia. Primeiro veio um fazendeiro
com uma carroça carregada de sementes que levava para a moagem na usina. Quem
já viu tamanho descuido? Disse ele contrariado, enquanto desviava sua carroça e
contornava a pedra. Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da
estrada? E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos
tocar, ele próprio, na pedra. Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela
estrada. A longa pluma de seu quepe ondulava na brisa, e uma espada reluzente
pendia da sua cintura. Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na
guerra e não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão
poeirento. Ergueu-se, sacudiu a poeira
da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente
haviam largado aquela pedra imensa na estrada. Então, ele também se afastou sem
pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra. E assim correu o
dia... Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra
no meio da estrada, mas ninguém a tocava. Finalmente, ao cair da noite, a filha
do moleiro por lá passou. Era muito trabalhadora e estava cansada, pois desde
cedo andava ocupada no moinho, mas disse a si mesma: -Já está escurecendo,
alguém pode tropeçar nesta pedra e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho.
E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e
empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua
surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra. Ergueu-a. Era pesada, pois
estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: "esta
caixa pertence a quem retirar a pedra". Ela a abriu e descobriu que estava
cheia de ouro. O rei então apareceu e
disse com carinho: Minha filha, com frequência encontramos obstáculos e fardos
no caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles, se
assim preferimos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam. A
decepção, normalmente, é o preço da preguiça. Então, o sábio rei montou em seu
cavalo e, com um delicado boa noite, retirou-se.” Meus irmãos, diante dos obstáculos, façamos o melhor e sigamos em
frente. Sempre desapontaremos alguém e sempre alguém nos desapontará. Assim
como nem todos podemos habitar no mesmo espaço ao mesmo tempo, nem todos
conseguimos partilhar das mesmas ideias. Podemos evitar de explodir, gritar,
irar ou desanimar, optar por perdoar, amar, trabalhar. Depois de um problema,
aguardamos outros. O erro ensina o caminho do acerto e o fracasso mostra o
caminho da segurança. Toda realização é feita pouco a pouco. André Luiz, pela
psicografia de Chico Xavier nos aconselha: “Quem procura o bem, decerto que há
de sofrer as arremetidas do mal. Plantar o bem, através de tudo e de todos, por
todos os meios lícitos ao nosso alcance, compreendendo que, se em matéria de
colheita Deus pede tempo ao homem, o homem deve entregar o tempo a Deus.” Que Jesus nos conceda a cura do corpo e da alma! Paz e Luz para todos!
Fonte: https://radioboanova.com.br/evangelho_e_reforma/por-que-sofremos/
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