O tema do estudo de hoje é a OBSESSÃO. Inciemos analisando o que Allan Kardec, o
codificador da Doutrina Espirita, registrou: No livro “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, capítulo 28, temos: "A obsessão é a ação persistente de um Espírito
mau sobre uma pessoa. Apresenta características muito diversas, desde a simples
influência de ordem moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a completa
perturbação do organismo e das faculdades mentais". Já em o “O Livro dos
Médiuns”, pag. 237”, temos: "Trata-se do domínio que alguns Espíritos
podem adquirir sobre certas pessoas. São sempre os Espíritos inferiores que
procuram dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento. ...Os maus,
pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegam a dominar
alguém, identificam-se com o Espírito da vítima e a conduzem como se faz com
uma criança". A Doutrina Espírita
ensina que todos nós recebemos a influência dos bons e dos maus Espíritos,
explicando que trata-se de um processo natural, por meio do qual a criatura é
estimulada à experiência evolutiva quando está encarnada. No entanto, quando um
Espírito atrasado se apega a uma pessoa e sua influência perniciosa torna-se
constante, temos a obsessão. A obsessão é um sistema energético que funciona
pela presença do obsessor e do obsediado. Não há um sem o outro. O assunto é extenso, exige muito estudo, atenção,
maturidade e bom senso, porque está intimamente relacionado às questões da alma
humana. As obsessões podem ocorrer: De desencarnado para encarnado, De
encarnado para desencarnado, De desencarnado para desencarnado, De encarnado
para encarnado, Auto-obsessão e Obsessão recíproca. Porém hoje falaremos um
pouco sobre a obsessão de Desencarnado para Encarnado. Para quem não tem muita
familiaridade com os termos espiritas, esclareço que ENCARNADO se refere a quem
vive na carne, eu, você, nós, e DESENCARNADO é quem não vive mais na carne, ou
seja, quem morreu. Prosseguindo: ao
desencarnar a alma leva consigo todos os aspectos de sua personalidade, o lado
positivo e o lado negativo, pois a única coisa que deixou de existir foi o
corpo físico. O temperamento, o caráter, a base moral, o universo de
pensamentos e sentimentos mais íntimos ficam preservados, porque pertencem ao
espirito. Em outras palavras, os defeitos e virtudes que a pessoa tinha quando
vivia na matéria, vai com ela para o outro lado da vida. O que uma pessoa viveu na vida material, no
que diz respeito a forma como ela pensava e sentia a vida, bem como sua
capacidade de sentir mais ou menos amor, determinará o seu endereço na vida
além-túmulo, ou seja, ao que você irá se ligar do outro lado. A coisa toda é
bem simples de entender: Se você é uma pessoa legal hoje, enquanto encarnado,
assim o será quando morrer! Se você é chato, inconveniente, negativo aqui hoje,
assim você será do lado de lá! Lembro novamente: a morte não muda as pessoas! Não tem mágica. A morte é uma transição
necessária que acontece para que as pessoas possam reavaliar seus estágios de
evolução e para que possam se reciclar quanto aos seus propósitos, valores e
necessidades. Em outras palavras, quanto mais você buscar o sentido de uma vida
física por evolução espiritual e reforma interior, mais chances você terá de
não se tornar um obsessor quando morrer! Isso mesmo.. você pode se tornar um
obsessor.. Esse é um caminho, infelizmente, muito comum! O motivo é simples: suponhamos
que você viveu uma vida inteira sem propósito espiritual, sem se importar com a
evolução da sua consciência e na realização da verdade da sua alma. A consequência disso é que a morte vem e você
não estava preparado para ela. A
justificativa mais comum é que a gente não teve tempo, não fez a reforma intima,
não repensou comportamentos quanto a sentimentos negativos, como apegos, medos,
tristezas, mágoas, ressentimentos e irritações. E é aí que as obsessões mais
simples, e mais comuns na vida da maioria das pessoas surgem. Deixa eu explicar
melhor: Você morreu, mas aquele ressentimento está mais vivo do que nunca, na
verdade, repito, foi o seu corpo que morreu,
mas aquela tristeza, aquele ódio, aquele “não sei o quê” continua forte na sua
alma. Mas como você nunca teve tempo para você foi se deixando em segundo plano
na sua vida, você não viu que esse sentimento foi corroendo sua alma. Você até
que conseguiu esconder das pessoas, mas agora a situação é você com você. Resultado: o seu corpo já virou adubo no
cemitério, mas aquele vício por cigarro, álcool, fofoca ou por aquela
alimentação desregrada ainda permanece. O que você acha que aconteceu? Você
acha mesmo que somente porque você é um espírito desencarnado é que tudo será
curado? Então... a noticia é que: do lado de lá, os vícios, incluindo os
emocionais como reclamação, crítica, apego, ficam mais intensos, mais acentuados,
portanto mais incômodos. Lá será você com você, pois mostrará a face escura e a
face clara da sua alma! Enfim o lado que você mais alimentou durante toda a sua
vida, vencerá! Um detalhe importante: não
existe um Deus que castiga, pois céu e inferno são estados de consciência que nos
sintonizam a ambientes bons ou ruins. O céu e o inferno são aglomerados de
coisas, pessoas, energias de mesmo padrão. Cada ser escolhe como e quando quer evoluir.
Aí está o nosso livre arbítrio. Evoluir pela dor ou pelo amor será sempre a
escolha oferecida por Deus a cada alma, contudo, evoluir não é uma escolha, é
uma lei natural, a qual não temos a opção de dizer não. Mesmo ao deixar o corpo material a alma
continua evoluindo e sempre há os amigos espirituais para nos estender a mão.
Todavia, ceder aos impulsos da carne e obedecer a um chamado da alma não é
tarefa simples, em especial para aquele que se intoxicou profundamente no
período de uma vida toda, com ilusões mundanas, materialismo excessivo e
paixões animalizadas. É nesse momento que a evolução pelo caminho da dor pode
começar. Como saciar os desejos de uma alma doente e dependente de elementos de
uma vida material? Somente com elementos do mundo material… Dessa forma, o
espírito apegado ao modo de vida na Terra, ignora o chamado dos bons espíritos que
querem ajuda-lo no seu aperfeiçoamento e prefere ser magnetizado aos elementos
que provocaram a ilusão da saciedade. Com
esta escolha, o espírito passará a seguir o caminho da obsessão espiritual. De
forma magnética será atraído para pessoas encarnadas que estejam mergulhadas
nas sensações em que ele é viciado, passando a participar ativamente do dia a
dia do obsediado. E o detalhe: seu objetivo não é fazer mal a ninguém, apenas
alimentar suas sensações de carência com os fluidos energéticos das práticas
realizadas na Terra por um ou mais encarnados. Se você é uma pessoa cheia de
rancor, poderá viciar-se em situações de mágoa e quando desencarnar, ficar preso
às situações similares; Se você é descompromissado, não tem vontade de crescer,
não tem ambição para vencer o comodismo, quando desencarnar, tende a ficar
preso em situações similares; Se você só reclama da vida e fica se lamentando o
tempo todo, quando desencarnar, tende a ficar preso a situações similares; Emoções
negativas são viciantes, funciona como um imã, estudos científicos já comprovam
essa afirmação, portanto, são as maiores responsáveis por dar origem a condição
de obsessor espiritual. Você não precisa ser uma pessoa maldosa para se tornar
um obsessor espiritual... basta que você
se deixe levar pelas emoções negativas, que feche as portas para a necessidade
de sua evolução e que mergulhe nos erros da invigilância espiritual, e daí você
se torna um forte candidato a obsessor. É simples assim! Da mesma forma que
vivemos no mundo material em grupos sintonizados por afinidades, quando
desencarnamos e não aprendemos a domar as emoções viciantes, voltamos a
procurá-los. Desta forma, as obsessões tem a maior tendência de acontecer com
parentes e amigos. É importante evidenciar que o elemento de ligação entre o
obsessor e o obsediado é um conjunto de emoções e sentimentos. Existem outros
padrões de obsessões bem mais complexos e arquitetados: por exemplo, quando um
conflito grave surge entre duas pessoas, as consequência dessas desavenças
podem atravessar os séculos. Quando as pessoas envolvidas estão em dimensões
diferentes, ou seja, uma está no plano físico e outra no plano espiritual, uma
obsessão espiritual pode surgir. Os laços negativos que foram criados por conta
dos conflitos criam sintonia entre os dois seres. Depois disso, o indivíduo
desencarnado toma proveito da sua invisibilidade para fazer valer sua
influenciação negativa no sentido de promover sua vingança, seu ataque ou
qualquer que seja a sua ação perniciosa. Casos assim acontecem com muita
frequência e precisam de muita dedicação e amor por parte principalmente do
obsediado para que o processo se encerre. O médium Divaldo Pereira Franco contou uma história verídica sobre isso:
“Uma jovem já havia passado por
reuniões mediúnicas de várias Casas Espíritas. Havia se submetido à
fluidoterapia, água fluidificada, afirmando que orava e que estudava a Doutrina
Espírita, a fim de se libertar da obsessão. Chegou ao Centro Espírita Caminho
da Redenção solicitando auxílio para sua perturbação espiritual, passando a
frequentar as reuniões doutrinárias. Passados alguns anos, numa das reuniões
mediúnicas da Casa, o obsessor fora doutrinado, como sempre, com amor, mas
também com doce energia. O doutrinador finalizou o seu trabalho dizendo que
havia tentando os melhores argumentos, esperando encontrar uma resposta,
esperando sensibilizá-lo mas... não obteve sucesso. O Espírito que se
conservou mudo até aquele presente momento, enfim falou: – Vocês estão
enganados. Eu preciso esclarecer-lhes algo. No início eu odiei essa mulher. São
reminiscências de outras encarnações que nos prejudicaram muito. Porém, aos
poucos, fui absorvendo as lições que são ministradas nesta Casa de Caridade e
após receber as respostas para minhas dúvidas, nos diálogos que travei com o
coordenador dos trabalhos, suavizei meu caráter, abrandei meus vícios, e hoje já
começo a viver uma vida diferente, tentando praticar aquilo que aprendi. Mas,
ao deixar a antiga inimiga, percebi que ela me evocava com seus pensamentos,
culpando-me e injuriando-me. Assim, hoje, eu sou por ela obsedado, e peço a
Deus que me liberte desse jugo. E o Espírito desligou-se do médium,
afastando-se. O diretor da Casa falou com a moça sobre a ocorrência,
interrogando-lhe sobre a autenticidade dos fatos. Ela sempre muito calma e
paciente passou a agredir o Espírito com palavras ríspidas. Explicou que, como
o obsessor a havia prejudicado por anos à fio, impedindo-a de casar-se e
constituir família, ela agora também o perturbava, para que ele experimentasse
o mesmo sofrimento. O diretor conservando a calma e com muita bondade, passou a
doutrinar agora a encarnada, esclarecendo-a sobre a terapia salutar do perdão,
solicitando um estudo profundo da Doutrina Espírita e a sua renovação
espiritual.” Dessa história podemos alerta-los
que: 1ª “Muitos procuram a Casa Espírita para resolver seus problemas espirituais.
Querem livrar-se de obsessores, de preferência rapidamente. Mas esclarecemos
que a cura depende do esforço de cada um. A Casa Espírita é um hospital da
alma, mas se o paciente não tomar o medicamento corretamente, este não fará
efeito. E o medicamento está no Evangelho de Jesus, que nos pede a reforma
íntima, ou seja, a reforma em nossos sentimentos, pensamentos e atos. Retirando
dela o ódio, o rancor, a mágoa, o ressentimento, a vingança.” 2ª “A vingança é
um indício certo do estado atrasado dos homens que a ela se entregam, e dos
Espíritos que podem ainda inspirá-la. Portanto, meus amigos, esse sentimento
não deve jamais fazer vibrar no coração de quem se diga e se afirme cristão.
Vingar-se, como vocês sabem, é contrário a esta prescrição do Cristo: Perdoai
aos vossos inimigos.” 3ª “Geralmente,
vemos um desencarnado obsediando um encarnado. Mas, o contrário também
acontece. Um encarnado também obsedia um desencarnado com lembranças de ódio,
rancor, mágoa, vingança ou por ficar lamentando sua desencarnação fazendo com
que este fique preso perto de nós. Diante de tudo que ouvimos hoje sobre
obsessão não há duvidas que precisamos nos espiritualizar mais. Espiritualizar-se
é aprender a educar nossos pensamentos e sentimentos. Eles sempre estão sendo
bombardeados por fatores internos e externos que provocam reações, às vezes
inconscientes. Sabemos que é praticamente impossível não sentir raiva,
decepção, tristeza e por vezes sentimentos ainda mais pesados diante de certas
situações no nosso dia a dia. Contudo, esses estados d´alma devem estar de
passagem rápida. Ter um impulso inicial, reativo, é natural. O erro é deixá-los
hóspedes ou proprietários de nosso coração e mente. O erro está em acolhe-los e
alimentar os sentimentos mesquinhos. Vivemos, portanto, em nossas criações. E
se o nosso entorno anda ruim é porque nosso íntimo não está nenhum paraíso.
Nada que – com sincero esforço – não se possa mudar. Basta sentir, pensar e agir
por uma vida melhor. Se você está de acordo com a Lei de Amor, Justiça e
de Responsabilidade que o Pai estabeleceu para todos os seus filhos, a
sua própria consciência não será o seu juiz. Concilia-te com teu inimigo
enquanto estás a caminho, disse o Mestre. Esse inimigo pode ser a sua
própria consciência a te cobrar uma conduta correta e a sua reforma
íntima. Aproveite a oportunidade da reencarnação e comece o mais rápido
possível a progredir, estudando e evoluindo espiritualmente. Encerro minhas palavras lendo uma mensagem de Emmanuel psicografada por
Chico Xavier: “A dor é processo. A perfeição é fim. Assim
sendo, caminheiros da evolução ou da redenção tem, cada qual, a sua cruz. Esse almeja, aquele deve. E para realizar ou ressarcir, a
vida pede preço. Ninguém conquista algo, sem
esforçar-se de algum modo; e ninguém resgata esse ou aquele débito, sem
sofrimento. Enquanto a criatura não adquire
consciência da própria responsabilidade, movimenta-se no mundo à feição de semirracional,
amontoando problemas sobre a própria cabeça. Entretanto, acordando para a
necessidade da paz consigo mesma, descobre de imediato a cruz que lhe cabe ao
próprio burilamento. Encarnados
e desencarnados, jungidos à Terra, vinculam-se todos ao mesmo impositivo de
progresso e resgate. No
círculo carnal, a cruz é a dificuldade orgânica, o degrau social, o parente
infeliz… No plano espiritual, é a vergonha
do defeito íntimo não vencido, a expiação da culpa, o débito não pago…Tenhamos,
pois, a coragem precisa de seguir o Senhor em nosso anseio de ressurreição e
vitória. Para isso, porém, não nos
esqueçamos de que será preciso esquecer nosso egoísmo e tomar a nossa cruz.” Que o Mestre esteja sempre conosco. Paz e luz para todos!
Fonte: http://www.leopoldomachado.com.br/site/index.php? ption=com_content&view=article&id=118%3Aestudo-da-obsessao&catid=34%3Aartigos-a-textos&Itemid=79&fb_comment_id=10150789333257786_28415601
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