quinta-feira, 21 de março de 2019

QUANDO O ANO COMEÇA


Geralmente quando o ano está terminando e o próximo se anuncia, temos a sensação de não termos cumprido nossas promessas e planos traçados no inicio do ano.  Afinal todo ano é a mesma coisa, fazemos novos projetos, criamos vários anseios como: a aquisição de um carro novo, uma promoção no emprego, uma viagem, melhores oportunidades, novas perspectivas para uma vida melhor e por aí vai. No entanto esquecemos do principal: planejar nossa vida espiritual. Mas porque será que isso acontece? Talvez porque vivemos num mundo material? Porque será que a matéria seduz tanto nosso espirito se sabemos que somos apenas viajantes do universo? Chegamos a esse planeta recebendo apenas um corpo físico e quando vamos embora, sequer o levamos. Convidamos a todos, para esse ano, prestar mais atenção à pessoa mais importante de sua vida: VOCÊ! O Livro dos Espíritos no capitulo V – Conhecimento de Si Mesmo, temos na questão 919 a seguinte pergunta: “Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?” Sendo que a resposta dos espíritos superiores foi:Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”.  Esse sábio foi Sócrates, e a velha máxima proposta por ele na antiguidade, representa até hoje, a fórmula para o nosso progresso moral. Conhecer a si mesmo é o princípio regenerador que deve nortear a busca do nosso desenvolvimento pessoal e por consequência, a transformação do meio em que vivemos. Espíritos em evolução necessitam estagiar em mundos de provas e expiações, o que nem sempre  constitui tarefa fácil.  Não raro, o retorno a vida física significa para o espírito uma existência dolorosa, carregada de dificuldades e sofrimento. Já temos conhecimento que se não mudarmos nossos padrões mentais e espirituais urgentemente, se morrermos hoje, chegaremos do lado de lá como estamos agora, não tem mágica, então, mãos à obra meus irmãos! Não estamos sós nessa empreitada, nosso mestre Jesus nos convoca e nos aguarda ansiosamente. Para inicio de nossas reflexões vou ler um texto do livro “Homem Novo”, de Herculano Pires, que nos diz: “Para construir um mundo novo precisamos de um homem novo. O mundo está cheio de erros e injustiças porque é a soma dos erros e injustiças dos homens. Todos sabemos que temos de morrer, mas só nos preocupamos com o viver passageiro da Terra. Por isso, a humanidade desencarnada que nos rodeia é ainda mais sofredora e miserável que a encarnada a que pertencemos. “As filas de doentes que eu atendia na vida terrena – diz a mensagem de um espírito – continuam neste lado.” Muita gente estranha que nas sessões espíritas se manifestem tantos espíritos sofredores. Seria de estranhar se apenas se manifestassem espíritos felizes. Basta olharmos ao nosso redor – e também para dentro de nós mesmos – para vermos de que barro é feita a criatura humana em nosso planeta. Fala-se muito em fraude e mistificação no Espiritismo, como se ambas não estivessem em toda parte, onde quer que exista uma criatura humana. Espíritos e médiuns que fraudam são nossos companheiros de plano evolutivo, nossos colegas de fraudes cotidianas. O Espiritismo está na Terra em cumprimento à promessa evangélica do Consolador, para consolar os aflitos e oferecer a verdade aos que anseiam por ela. Sua missão é transformar o homem para que o mundo se transforme. Há muita gente querendo fazer o contrário: mudar o mundo para mudar o homem. O Espiritismo ensina que a transformação é conjunta e recíproca, mas tem de começar pelo homem. Enquanto o homem não melhora, o mundo não se transforma. Inútil, pois, apelar para modificações superficiais. Temos de insistir na mudança essencial de nós mesmos. O homem novo que nos dará um mundo novo é tão velho quanto os ensinos espirituais do mais remoto passado, renovados pelo Evangelho e revividos pelo Espiritismo. Sem amor não há justiça e sem verdade não escaparemos à fraude, à mistificação, à mentira, à traição. O trabalho espírita é a continuação natural e histórica do trabalho cristão que modificou o mundo antigo. Nossa luta é o bom combate do apóstolo Paulo: despertar as consciências e libertar o homem do egoísmo, da vaidade e da ganância. Mas o homem que se abre para o altruísmo sabe que as verdades do indivíduo são geralmente moedas falsas, de circulação restrita. A verdade maior – ou verdadeira – é a que nasce do contexto social, da usina das relações, onde o indivíduo se forma pelo contato com os outros. Os anos não trazem apenas os cabelos brancos – trazem também a experiência, mestra da vida, e com ela a sabedoria. E no dia a dia da existência que o homem vai modelando aos poucos a sua própria argila, o barro plástico de que Deus formou o seu corpo na Terra. Cada idade, afirmou Léon Denis, tem o seu próprio encanto, a sua própria beleza. É belo ser jovem e temerário, mas talvez seja mais belo ser velho e prudente, iluminado por uma visão da vida que não se fecha no círculo estreito das paixões ilusórias. O homem amadurece com o passar dos anos. A vida tem as suas estações, já diziam os romanos. À semelhança do ano, ela se divide nas quatro estações da existência que são: a primavera da infância e da adolescência, o verão da mocidade e outono da madureza e o inverno da velhice. Mas também à semelhança dos anos, as vidas se encadeiam no processo da existência, de maneira que as estações se renovam em cada encarnação. Viver, para o individualista, é atravessar os anos de uma existência. Mas viver, para o altruísta, é atravessar as existências, as vidas sucessivas, em direção à sabedoria. O branquear dos cabelos não é mais do que o início das nevadas do inverno. Mas após cada inverno voltará de novo a primavera. A importância dos anos é, portanto, a mesma das léguas numa caminhada em direção ao futuro. Cada novo ano que surge é para nós, os caminheiros da evolução, uma nova oportunidade de progresso que se abre no horizonte. Entremos no ano novo com a decisão de aproveitá-lo em todos os seus recursos. Não desprezemos a riqueza dos seus minutos, das suas horas, dos seus dias, dos seus meses. Cada um desses fragmentos do ano constitui uma parte da herança de Deus que nos caberá no futuro”.   Meus irmãos falamos muito sobre a importância de nosso despertar durante o ano que se passou e cremos que tirar nossa máscara é, incontestavelmente,  o objetivo maior de nossa renovação espiritual. Esse é o grande desafio a ser seguido por todos aqueles que se comprometeram com seriedade, nas nobres finalidades do Espiritismo com Jesus e Kardec. O meio prático e eficaz de consegui-lo é através do conhecimento de nós mesmos, o que exige constante autoavaliação, corrigindo o que estiver errado, melhorando os traços que compõem a nossa personalidade: o caráter, o temperamento, vícios, hábitos, desejos, enfim, valores morais que podem e devem ser renovados e aprimorados diariamente. Tendemos sempre julgar os vícios e defeitos do próximo, esquecendo de nós mesmos. Vou descrever nosso comportamento: Os homens caminham pela Terra em fila indiana, cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás. Na sacola da frente, nós colocamos as nossas qualidades. Na sacola de trás, guardamos todos os nossos defeitos. Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos, presas em nosso peito. Ao mesmo tempo, reparamos impiedosamente, nas costas do companheiro que está adiante com todos os defeitos que ele possui. E nos julgamos melhores que ele – sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito. É imprescindível lembrar que, perante a imortalidade, cada qual responderá por si próprio, na edificação dos princípios do bem na intimidade. A mudança para melhor não implica em destruir o que somos, mas dar nova direção e maior aproveitamento a tudo que conquistamos, inclusive os erros. O que importa, acima de tudo, não é a transformação aparente, mas aquela que vem de dentro, do nosso íntimo.  Muitos supõem que renovar é se negar, ou mesmo, castigar-se. Entretanto, o objetivo do projeto de mudança espiritual, de reforma interior é tornar o ser humano mais feliz e integrado à sua divina tarefa perante a vida. Aceitando-se e amando-se como é. Jesus, há dois mil anos, espera pela nossa transformação espiritual, e Ele mostrou o caminho. Claro que dá uma preguiça danada só em pensar que temos que mudar.. muitas vezes pensamos: “Já estou velho, não quero mudar nada não. “Me deixa quieto no meu canto”.  Renovar é extrair da alma os valores divinos que recebemos quando fomos criados.  A reforma íntima  não é ser contra nós. Não é reprimir e sim educar. Não é exterminar o mal em nós, e sim fortalecer o bem que está adormecido em nossa consciência. Reformar quer dizer retificar, mudar, mas, também, melhorar, aprimorar, dar melhor forma a alguma coisa. Por exemplo, quando dizemos que vamos fazer uma reforma em nossa casa, isto não significa que a casa está ruim. Pode simplesmente querer dizer que desejamos melhorá-la, ampliá-la, torná-la mais confortável. Assim, a reforma pode compreender uma repintura externa, porque a atual está começando a descascar ou se encontra desbotada, pelo longo tempo de exposição às intempéries. Durante uma inspeção para reforma, poderemos descobrir que precisamos substituir o assoalho de um cômodo, uma parede, um pedaço do teto. Quem sabe, substituir algumas telhas quebradas, calhas. Com certeza, haveremos de encontrar na casa que nos dispomos a reformar, um cômodo quase ideal, que, ao menos por ora, não demanda nenhum retoque. É um lugar aconchegante, com boa iluminação, móveis bem dispostos, pintura excelente. Pois assim também é quando se fala em reforma íntima. Analisando as nossas disposições individuais, a nossa forma de ser, de pensar e agir, vamos descobrir que temos defeitos, sim. Entretanto, também temos virtudes. Os defeitos são aqueles que devemos nos esmerar para nos libertarmos. Naturalmente, pouco a pouco. Exatamente como a reforma de qualquer casa, quer seja por condições financeiras, quer seja por condições técnicas, não se faz de um dia para o outro. Tempo, esforço, atenção é o que é exigido para irmos nos liberando de defeitos pequenos e grandes. É o ciúme que teima em aparecer, a impaciência que nos faz explodir por quase nada, o egoísmo falando mais alto. Como toda reforma tem a ver com uma certa desarrumação, sujeira de caliça, madeira e pó, quando iniciamos a reforma íntima, por vezes vamos nos sentir como se tudo estivesse muito mal. Pode até parecer que só temos defeitos e não conseguiremos superar nunca. A ordem é: Paciência conosco! A natureza não dá saltos e vícios de muitos anos necessitarão de tempo para serem curados. Um dia, com a reforma completada, tudo estará arrumado, bem disposto, no lugar correto. Chico Xavier nos alertou: “Lembre-se de que você mesmo é o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seus ideais, a mais clara demonstração de seus princípios, o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros. Não se esqueça, igualmente, de que o maior inimigo de suas realizações mais nobres, a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você apregoa, a nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar, o arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação – É VOCÊ MESMO.”  Se estamos está aqui hoje é porque planejamos nossa encarnação dessa maneira. Toda reencarnação é precedida de planejamento. Antes de nascermos trabalhamos, pesquisamos, estudamos e observamos para fazer as escolhas mais adequadas para nosso aprendizado. Tal afirmação às vezes provoca surpresa, por existir quem acredite que está na família errada, está no emprego errado, casou com a pessoa errada e por aí vai... mas nós escolhemos tudo isso. Se você quer reclamar para alguém sobre sua vida, reclame para você mesmo.  Até atingir a perfeição relativa, o Espírito passa por muitas provas e o ideal é que enfrentemos com fé, resignação e amor, mantendo-nos ativos, trabalhando e estudando sempre, procurando eliminar quanto antes as queixas de nossa vida.  A reencarnação, repetimos, é sempre precedida de planejamento, de modo que ninguém está solto ou abandonado à própria sorte, e muito menos está por acaso aqui no planeta Terra, havendo fortíssimas razões para termos renascido neste ou naquele país, nesta ou naquela cidade, nesta ou naquela família, com incontáveis facilidades ou dificuldades, etc., mesmo que agora não saibamos identificá-las e apontá-las. Saberemos de todas as respostas quando fizermos nossa Prestação de Contas com o Pai. A reencarnação, como bênção de oportunidade, reflete a Justiça de Deus. Oportunidade de corrigir nossos erros, males e equívocos, ainda que parcialmente, de ajustar e reajustar contas. Oportunidade ímpar de dar nova direção à nossa vida, com o ingresso definitivo na estrada do Bem, praticando-o onde quer que nos encontremos. Quando a dor nos bate à porta e enche de sombras nossa vida costumamos chorar ou nos desesperar. Abatidos, olhamos em torno e invejamos os que acreditamos ser felizes. Nessas horas de provação lamentamos e choramos. Raras vezes aproveitamos a ocasião para meditar e retirar aprendizados.  Muitas vezes nos perguntamos: Por que isso aconteceu comigo? A pergunta deveria ser diferente: Para quê isso aconteceu comigo? Sim, toda e qualquer experiência – feliz ou infeliz – traz um aprendizado importante. Deveríamos perguntar a Deus: Senhor o que tenho que aprender com isso?... São momentos que se você permitir irão enriquecer sua alma. Deus não brinca com nossas vidas. E se Ele permite que certas coisas aconteçam conosco é porque há um objetivo útil e importante para nós. Faça uma retrospectiva: observe os momentos difíceis de sua existência. Cada um deles trouxe algo de novo, um aprendizado especial. Cada lágrima acrescentou sabedoria, experiência, um novo olhar sobre a vida. A doença, por exemplo, nos ensina a valorizar a saúde, a cuidar melhor do nosso corpo. A pobreza nos revela a importância do trabalho e do esforço pessoal. A família difícil nos oferece a lição da tolerância. Enfim, as privações nos ensinam a ser mais sensíveis perante o sofrimento alheio. Essas lições são interiorizadas em nossa alma: nós as guardaremos para sempre, e é isso que levamos quando morremos. Na verdade, as dificuldades são advertências que a vida nos apresenta, alertas sobre nossas atitudes perante o próximo. Assim, busque soluções, lute por sua felicidade. Mas faça tudo isso com tranquilidade. Quando desabarem sobre você as tempestades da vida, não se entregue à revolta destruidora. Silencie, ore e procure descobrir o aprendizado oculto que a situação traz. Acredite: por mais amarga seja a experiência, os frutos desse aprendizado jamais se perderão e eles poderão nos tornar mais sábios e generosos. Por isso, cada vez que as lágrimas visitarem seu rosto erga os olhos para o céu e agradeça. Nas suas orações, peça a Deus a força necessária para superar o momento difícil e a inspiração para encontrar soluções. E Deus, que nos ama tanto, não deixará de nos atender na medida do possível. Chico Xavier escreveu: “É exatamente disso que a vida é feita, de momentos. Momentos que temos que passar, sendo bons ou ruins, para o nosso próprio aprendizado. Nunca esquecendo do mais importante: Nada nessa vida é por acaso. Absolutamente nada. Por isso, temos que nos preocupar em fazer a nossa parte, da melhor forma possível. A vida nem sempre segue a nossa vontade, mas ela é perfeita naquilo que tem que ser”. Encerro esse estudo com o texto "Faxina da Alma" de Carlos Drummond: “Não importa aonde você parou, em que momento da vida você cansou, o que importa é que sempre é possível e necessário "Recomeçar". Recomeçar é dar uma chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e o mais importante, acreditar em você de novo. Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado, Chorou muito? Foi limpeza da alma, Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.  Sentiu-se só por diversas vezes? É porque você fechou as portas até para os anjos.   Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da sua melhora, pois é, agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de encontrar prazer nas coisas mais simples de novo, que tal um novo emprego? Um corte de cabelo arrojado, diferente? Um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender a pintar,  desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa. Olha quanto desafio, quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus, só te esperando. Está se sentindo sozinho? Besteira! Tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento". Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para "chegar" perto de você. Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis, o mal humor vai comendo nosso fígado, até a boca fica amarga! Recomeçar...Hoje é um bom dia para começar novos desafios. Onde você quer chegar? Ir alto... Sonhe alto... Queira o melhor do melhor... Queira coisas boas para a vida... Pensando assim trazemos para nós aquilo que desejamos... Se pensamos pequeno... Coisas pequenas teremos... Já se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar na nossa vida. E é o hoje o dia da faxina mental... Joga fora tudo que te prende ao passado...  Ao mundinho de coisas tristes... Fotos... Peças de roupa, papel de bala... Ingressos de cinema, bilhete de viagens... E toda aquela tranqueira que guardamos.. Jogue tudo fora... Mas, principalmente, esvazie seu coração... Fique pronto para a vida... Lembre-se: somos apaixonáveis... Somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes... Afinal de contas... Nós somos o "Amor".   Que Jesus ilumine nosso despertar para um novo mundo e nos conceda a cura do corpo e da alma.   Paz e luz para todos!

Fonte: http://www.correiofraterno.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1126:o-homem-novo&catid=71:acontece&Itemid=2

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