Vamos recapitular o que é OBSESSOR E
OBSEDIADO. Primeiro voltamos a explicar
o que é “obsessão”. A palavra OBSESSÃO deriva do latim “obsedere”, que
significa o ato de cercar ou rodear algo ou alguém de modo insistente. No dicionário, obsessão significa “preocupação
constante, ideia fixa”. No “Livro dos Mediuns” capitulo 23 temos a
seguinte definição: “é domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre
certas pessoas. Agora vamos esclarecer o que é o OBSESSOR. A
palavra obsessor também vem do latim “obsessore”,
e é aquele que causa a obsessão; que importuna. O obsessor é uma pessoa como eu,
como você. Não é um ser
diferente, que só vive de crueldades, nem um condenado sem remissão pela
Justiça Divina. Não é um ser estranho a nós. Pelo contrário. É alguém que já
esteve conosco, desfrutou de nossa intimidade, por vezes com estreitos laços
afetivos. É alguém, talvez, a quem amamos, outrora. O obsessor é o irmão, a quem os sofrimentos
e desenganos desequilibraram, certamente com a nossa participação. Os maus Espíritos são aqueles que ainda não
foram tocados de arrependimento; que se deleitam no mal e nenhum pesar por isso
sentem; que são insensíveis às reprimendas, repelem a prece e muitas vezes
blasfemam do nome de Deus. Por último vamos falar do OBSEDIADO. Segundo a Doutrina Espírita o OBSEDIADO é
vítima de si mesmo; sendo descrito no dicionário como: importunado,
atormentado, perseguido. Joanna de Ângelis, define como: “prisão interior, cela pessoal”, onde a grande maioria se
mantém sem lutar por sua libertação, acomodada aos vícios, cristalizada nos
erros. O obsediado é o algoz de ontem e que agora se apresenta como vítima. Ou
então é o comparsa de crimes, que o cúmplice das sombras não quer perder. As
provações que o afligem representam oportunidade de reajuste, alertando-o para
a necessidade de se moralizar: transformar o ódio em amor, a vingança em perdão,
e humilhar-se para também ser perdoado.”.. Agora que já tivemos uma
ideia do que é obsessão, obsessor e obsediado, vamos entender como se
desenvolve a obsessão: Para
inicio de conversa temos que deixar claro que a obsessão acontece porque somos
Espíritos em evolução necessitando de aperfeiçoamento moral, e isso vale para
ambos os lados, tanto encarnados como desencarnados. Sentimentos menos dignos
como o egoísmo, o rancor, o ódio, o materialismo e o desejo de vingança ainda
estão presentes em muitos de nós. Aliás, boa parte dos casos de obsessão está
relacionado à vingança. Geralmente, como já dissemos, aqueles que
prejudicamos tendem a nos cobrar o mal
que causamos, iniciando assim um processo obsessivo. Em Mateus, Capítulo 5,
Versículo 25 Jesus nos recomenda: “Reconcilia-te sem demora com o teu
adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te
entregue ao juiz, e que o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas mandado
para a cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto não pagares o
último ceitil.” O desencarne não
elimina os inimigos, visto que o Espírito leva consigo todas as suas
qualificações boas ou más, todos os seus sentimentos, todo o seu conhecimento,
toda a sua maneira de ser. Desperta lá como é cá. Kardec até cita o provérbio
popular “morto o cão, acaba a raiva”, como não verdadeiro, quando aplicado ao
homem. Assim, o inimigo, leva seu ódio, sentindo-se até mais livre, sem as
limitações do corpo físico, para agir sobre seu desafeto, tornado um obsessor.
Deus permite que isso aconteça pela lei de causa e efeito, no respeito ao uso
do livre arbítrio de cada um, que leva o homem, pela má escolha, a fazer o mal,
ou por haver faltado com a indulgência e a caridade, deixando de perdoar. Enfim
a obsessão é desencadeada por nossas próprias condutas viciosas, imperfeitas. Em
outras palavras podemos dizer que: “nossos pensamentos e atitudes atraem para
junto de nós Espíritos afins”. É como se abríssemos a porta para o
"inimigo": Allan Kardec fala
sobre isso no livro “A Gênese” capitulo 14, item 15: “(...) criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório
perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se
fotografa. (...). Desse modo é que os
mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma
alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos
olhos do corpo”. Com nomes diferentes, os fenômenos de obsessão
têm atravessado épocas. Até mesmo a bíblia relata alguns acontecimentos nos
tempos antigos. Assim, tal fenômeno existiu em
todas as épocas da humanidade, de tal modo que, na época de Jesus, usava-se o
termo possessão para denominar os fenômenos obsessivos. Podemos citar quando
Jesus caminhava e deparou com um homem mentalmente perturbado. O homem inquiriu o Mestre: "quem
és tu?" Jesus
respondeu: "Eu sou Jesus, e tu meu irmão, quem
és?" O homem, totalmente desequilibrado, disse: "Tu não,
nós...nós somos legião". Jesus, sabendo perfeitamente que tratava-se de um
processo obsessivo, asseverou: "Legião, sai dele". E rendendo à
perfeição do Mestre os espíritos inferiores foram-se e deixaram aquele homem em
paz. Ninguém está livre de ataques
energéticos, todos nós, vez ou outra nos deparamos com situações em nossas
vidas que realmente não conseguimos entender e muito menos resolver, afinal se
estamos nesse planeta de provas e expiações temos nossa parcela de culpa em
tudo que nos acontece. Ás vezes parece que quanto mais lutamos contra uma
situação ruim, pior ela fica. A obsessão espiritual é algo que realmente
existe, pode ocorrer por meio de espíritos desencarnados, mas também com
desafetos dessa vida, pessoas encarnadas do seu passado que insistem em manter
um vínculo energético negativo, de mágoa, rancor, inveja e ressentimento, e isso
tudo acontece por meio de pensamentos, quando o pensamento do outro encontra
ressonância em nosso pensamento. O assunto Obsessão é complexo e extenso
e hoje iremos nos ater mais à obsessão espiritual, de desencarnado para
encarnado. Alguns sintomas são bem comuns nos
processos de obsessões e todos nós estamos sujeitos a isso nessa vida, porém o
que determina a permanência ou não de obsessores é o comportamento e
entendimento de cada um. Por exemplo: uma pessoa amorosa, que sente compaixão
pelo próximo e não tem problemas em perdoar, consegue se livrar mais facilmente
de ataques de obsessores ou pensamentos vindos de pessoas que insistem em
querer se ligar a nós. Já uma pessoa agressiva e magoada tende a alimentar
obsessões por longos períodos na vida, umas até por uma vida toda. Nenhum processo obsessivo se instala
de imediato: é gradual, chega de mansinho, na surdina, sorrateiro, de acordo
com o grau ou a intensidade da obsessão, que Kardec classifica em: simples, fascinação e subjugação, e que
falaremos disso em outro estudo. O processo de cura para qualquer caso de obsessão está
no autoconhecimento, na mudança de conduta e na reforma íntima. Isso mesmo, a reforma íntima é a
transformação de valores, a modificação da sua maneira de ser, de viver e ver
as coisas da vida. Podemos dizer que
tudo depende de você. É você quem decide se o obsessor pode ou não ficar ao seu
lado. A obsessão é como uma porta que pode ser aberta, mas diferente das portas
de nossas casas que podem ser abertas por dentro e por fora, neste caso, só
pode ser aberta por dentro, e somente você pode abri-la. O obsessor só se
aproxima através da sintonia que você proporciona a ele, isto é, quando o
espírito e o encarnado estão na mesma frequência. Chico Xavier dizia que “somos
livres para decidir sobre o nossos atos, muito embora nos tornemos escravos de
suas consequências”. Claro que não é fácil nos libertar de processos
obsessivos, principalmente quando a gente não reconhece e nem sabe que está
sendo obsediado. Certa vez Chico Xavier
disse: ”Os espíritos obsessores, muitos deles, são altamente treinados na
técnica de hipnotizar: quase sempre eles hipnotizam as suas vítimas quando elas
se retiram do corpo, no momento do sono. Por este motivo, muita gente acorda
mal humorada e violenta. Se soubéssemos o que nos espera no além, não
dormiríamos sem recorrer aos benefícios da prece. Os espíritos que são nossos
desafetos nos espreitam; se não tivermos defesa, eles farão conosco o que bem
entenderem. Há obsessões terríveis que são programados durante o sono; toda
noite é uma sessão de hipnose. De repente, é uma agressão violenta dentro de
casa, um crime inexplicável.” Analisando as palavras de Chico Xavier, podemos
perceber a importância da prece, é como dizem “Orar e vigiar” a todo momento, é
sempre importante entender que nada acontece por acaso, infelizmente, alguns
espíritos não conseguem uma evolução pessoal, são movidos pela raiva, pelo
ódio, egoísmo, e passam a eternidade espiritual a fim de atormentar os
encarnados. O livro “O Evangelho segundo o espiritismo”, capitulo 27 nos alerta os benefícios da
prece: “Pela prece o homem atrai o concurso dos Espíritos bons, que vêm
sustentá-lo em suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos. Ele
adquire, desse modo, a força moral necessária para vencer as dificuldades e
voltar ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar
de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas.” Pelo efeito da prece
conseguimos manter os pensamentos em paz, e segundo André Luiz: “O pensamento é
tão significativo para o ser quanto o leito é importante para o rio”. Ele ainda
alerta: “Não existe pensamento sem
sentimento; na verdade, o sentimento que lhe dá forma e natureza, daí a ligação
quase que imediata entre o ser e as diversas dimensões da vida”. Nossos
pensamentos são ondas eletromagnéticas que transportam informações, elas
superam a velocidade da luz. Toda corrente mental nasce das emoções e desejos mais
íntimos da nossa alma. Somos transmissores e receptores de pensamentos. Nossos
pensamentos tem poder. Um mau pensamento sempre é inspirado por um Espírito
perturbador. No entanto, a sua influência somente ocorrerá se houver sintonia,
isto é, se ele encontrar dentro de nós o canal para estabelecer a perturbação
espiritual. A reforma íntima é a nossa transformação para o bem. É o processo
contínuo a exigir de nós constante esforço.
Allan Kardec citou: “Os bons espíritos simpatizam com os homens de bem,
ou suscetíveis de se melhorar. Os espíritos inferiores, com os homens viciosos
ou que podem viciar-se. Daí seu apego, resultante da semelhança de
sensações.." . Só para um melhor entendimento, os trabalhos de desobsessão
em centros espiritas tem por objetivo
apaziguar seus inimigos com você. Contudo, precisa haver reciprocidade de
comportamento. Não adianta ir para uma sessão de desobsessão com raiva, com
pressa, ou mesmo com os nervos à flor da pele, pior ainda, sair de um centro
espirita depois de um trabalho desses e continuar do mesmo jeito, sem mudar seu
padrão vibratório. A Organização Mundial da
Saúde (OMS), desde 1998, incluiu o
bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto
físico, mental, social, e hoje a Medicina reconhece a obsessão espiritual como
doença da alma. O pensamento é força que determina, estabelece, transforma,
edifica, destrói e reconstrói. Nele está a concentração divina e é onde reside
a origem de toda a criação. Cada um de nós é
responsável pela criação do seu próprio mundo mental. Recebendo os estímulos
que a vida nos oferece, construímos por conta própria as interpretações e os
juízos de valores das pessoas, dos objetos e das situações que nos rodeiam.
Allan Kardec no livro “A Gênese” ensina que o perispírito fica “impregnado” do
pensamento que transmite. É por isso que a aparência de cada um de nós revela o
conteúdo das ideias que alimentam nossos desejos. A alegria aumenta o brilho
dos olhos e a magoa envelhece
precocemente. É importante considerar que em todo processo de doença,
seja do corpo físico ou da alma, a prevenção, ou profilaxia, é a base de uma
vida sadia, pensamentos nobres, hábito de se recolher para orar. Só
esclarecendo que profilaxia é o conjunto de medidas preventivas que evitam o
aparecimento de doenças. No caso da obsessão, sendo esta doença da alma, a
profilaxia é de vital importância. André Luiz, pela psicografia de Chico
Xavier nos diz: “A prevenção de qualquer
mal se faz pela prática do bem.” Vou contar uma bela história de Divaldo Pereira Franco que narrou em uma de suas
palestras a história de um obsessor que o perseguiu anos a fio. Contou que
tentou todas as formas de prece e de doutrinação para tentar ajudar aquele
irmão sofredor, mas nada surtia o efeito desejado. Até que um dia, um dos
membros da Mansão do Caminho (instituição modelo, criada e presidida por
Divaldo Franco, que abriga crianças órfãs), foi chamá-lo porque uma criança
recém-nascida fora encontrada na lata de lixo. Divaldo correu até o local
e, no momento em que subia as escadas da instituição com a criança nos braços,
o irmão obsessor se fez visível no alto da escada e perguntou a ele: - Você ama essa criança feia e suja dessa
jeito? Divaldo respondeu: - Ainda
não amo, mas pretendo aprender a amá-la. Prosseguiu o irmão
desencarnado: - Então, a partiu de agora, eu vou deixar você em paz, porque essa
criança é minha mãe. Encerro nosso estudo de hoje com uma reflexão muito
interessante que encontrei na internet.. intitulada A OBSESSÃO
ESPIRITUAL E AS REDES SOCIAIS: “Um fato que há muito tempo tem chamado minha atenção é a
atual dependência das pessoas em internet, especialmente em redes sociais e em
smartphones. Percebo uma quantidade
imensa de pessoas alienadas da realidade. Quando vou a um restaurante, por
exemplo, fico a observar as mesas. E o que vejo? Grupos de amigos, casais e
famílias inteiras sem conversarem entre si, todos olhando para um celular. Não
duvido que alguns até podem estar interagindo entre si, mas…. pelo WhatsApp ou
pelo Messenger. Seria isto saudável do ponto de vista mental e espiritual? Acho
pouco provável. O que tem levado a tantas confusões e agressões gratuitas nas
redes sociais? Bom, por trás de um computador, smartphone, tablet ou de
qualquer dispositivo eletrônico existe um ser humano. E na frente também. E
este ser humano nada mais é do que um espírito encarnado. E como tal, passível
de muitos problemas, especialmente da obsessão. E o que o espiritismo tem a nos
dizer sobre a dependência em internet? Já não é de hoje que espíritos amigos
nos tem alertado, através de mensagens psicografadas, que a hipnose pela
internet seria uma das mais espertas táticas das trevas para dominar a Terra. E
eu sinto informar: eles estão conseguindo... estamos vendo nascer uma geração
de pessoas infelizes, briguentas, amargas. E o que está faltando? Amor,
interação pessoal, amizade de verdade. Sim, as pessoas estão chatas e
extravasam, muitas vezes, seu vazio existencial e suas frustrações nas redes
sociais, seja atacando, seja usando em demasia. Não se abraçam mais, não
telefonam mais, não fazem mais visitas regulares a amigos e parentes. É quase
tudo através de texto. E mesmo que estejam em meio a natureza, numa praia ou
cachoeira, lá está o smartphone para pegar o melhor ângulo de um selfie que será postado em alguma rede
social. Falta toque, faltam palavras, falta olhar. E não é isto que os
espíritos das trevas querem de nós? Em um blog chamado Espiritismo da Alma,
encontrei o seguinte trecho: “Vemos
que muitas vezes um post cheio de ódio e intolerância atrai odiadores e
intolerantes, assim como um pensamento odioso ou intolerante atrai espíritos
dessa estirpe que aproveitando da abertura mental criada por esses pensamentos
no ser encarnado, influenciam e manipulam pensamentos de forma a criar uma
tensão social através de redes sociais, gerando um clima de instabilidade
emocional nas pessoas. Isso parece uma teoria da conspiração não é? mas em
relatos de livros espíritas diversos como os da série de André Luiz,
psicografados por Chico Xavier, mostra-se que as legiões malignas de espíritos
contrários as leis de ordem e de progresso do planeta buscam de forma
incessante o desequilíbrio e a agitação em favor de seus planos perversos de
dominação e poder.” Então meus queridos irmãos, como espiritualistas e
conhecedores que algumas revelações importantes, devemos refletir sobre o uso
que cada um de nós vem fazendo dos dispositivos eletrônicos. É claro que não
precisamos abandonar a tecnologia que tanto nos auxilia no dia a dia em
diversos setores da vida. O que precisamos é de bom senso, fazendo um uso
equilibrado, evitando as discussões desnecessárias e, de preferência, deixando
o celular desligado quando estivermos com nossos entes queridos. Lembremos sempre
que, mais importante do que uma boa sessão de desobsessão é evitarmos este
processo complexo, mantendo sempre um bom padrão vibratório e cuidando com
afinco da nossa reforma íntima. Orando e vigiando. Que Jesus nos conceda
a cura do corpo e da alma! Paz e luz para todos.
https://www.ippb.org.br/textos/especiais/mythos-editora/obsessao-mythos-editora
https://www.kardecriopreto.com.br/noite-obsessao-e-maior/
http://www.oconsolador.com.br/ano7/338/andre_luiz.html