quinta-feira, 28 de março de 2019

OBSESSOR E OBSEDIADO - parte 2


Vamos recapitular o que é OBSESSOR E OBSEDIADO.  Primeiro voltamos a explicar o que é “obsessão”. A palavra OBSESSÃO deriva do latim “obsedere”, que significa o ato de cercar ou rodear algo ou alguém de modo insistente. No dicionário, obsessão significa “preocupação constante, ideia fixa”. No “Livro dos Mediuns” capitulo 23 temos a seguinte definição: “é  domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Agora vamos esclarecer o que é o OBSESSOR. A palavra obsessor também vem do latim “obsessore”, e é aquele que causa a obsessão; que importuna. O obsessor é uma pessoa como eu, como você. Não é um ser diferente, que só vive de crueldades, nem um condenado sem remissão pela Justiça Divina. Não é um ser estranho a nós. Pelo contrário. É alguém que já esteve conosco, desfrutou de nossa intimidade, por vezes com estreitos laços afetivos. É alguém, talvez, a quem amamos, outrora. O obsessor é o irmão, a quem os sofrimentos e desenganos desequilibraram, certamente com a nossa participação. Os maus Espíritos são aqueles que ainda não foram tocados de arrependimento; que se deleitam no mal e nenhum pesar por isso sentem; que são insensíveis às reprimendas, repelem a prece e muitas vezes blasfemam do nome de Deus. Por último vamos falar do OBSEDIADO.  Segundo a Doutrina Espírita o OBSEDIADO é vítima de si mesmo; sendo descrito no dicionário como: importunado, atormentado, perseguido. Joanna de Ângelis, define como: “prisão interior, cela pessoal”, onde a grande maioria se mantém sem lutar por sua libertação, acomodada aos vícios, cristalizada nos erros.  O obsediado é o algoz de ontem e que agora se apresenta como vítima. Ou então é o comparsa de crimes, que o cúmplice das sombras não quer perder. As provações que o afligem representam oportunidade de reajuste, alertando-o para a necessidade de se moralizar: transformar o ódio em amor, a vingança em perdão, e humilhar-se para também ser perdoado.”.. Agora que já tivemos uma ideia do que é obsessão, obsessor e obsediado, vamos entender como se desenvolve a obsessão: Para inicio de conversa temos que deixar claro que a obsessão acontece porque somos Espíritos em evolução necessitando de aperfeiçoamento moral, e isso vale para ambos os lados, tanto encarnados como desencarnados. Sentimentos menos dignos como o egoísmo, o rancor, o ódio, o materialismo e o desejo de vingança ainda estão presentes em muitos de nós. Aliás, boa parte dos casos de obsessão está relacionado à vingança. Geralmente, como já dissemos, aqueles que prejudicamos  tendem a nos cobrar o mal que causamos, iniciando assim um processo obsessivo. Em Mateus, Capítulo 5, Versículo 25  Jesus nos recomenda: “Reconcilia-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregue ao juiz, e que o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas mandado para a cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto não pagares o último ceitil.”  O desencarne não elimina os inimigos, visto que o Espírito leva consigo todas as suas qualificações boas ou más, todos os seus sentimentos, todo o seu conhecimento, toda a sua maneira de ser. Desperta lá como é cá. Kardec até cita o provérbio popular “morto o cão, acaba a raiva”, como não verdadeiro, quando aplicado ao homem. Assim, o inimigo, leva seu ódio, sentindo-se até mais livre, sem as limitações do corpo físico, para agir sobre seu desafeto, tornado um obsessor. Deus permite que isso aconteça pela lei de causa e efeito, no respeito ao uso do livre arbítrio de cada um, que leva o homem, pela má escolha, a fazer o mal, ou por haver faltado com a indulgência e a caridade, deixando de perdoar. Enfim a obsessão é desencadeada por nossas próprias condutas viciosas, imperfeitas. Em outras palavras podemos dizer que: “nossos pensamentos e atitudes atraem para junto de nós Espíritos afins”. É como se abríssemos a porta para o "inimigo":  Allan Kardec fala sobre isso no livro “A Gênese” capitulo 14, item 15: “(...) criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. (...).  Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo”.  Com nomes diferentes, os fenômenos de obsessão têm atravessado épocas. Até mesmo a bíblia relata alguns acontecimentos nos tempos antigos. Assim, tal fenômeno existiu em todas as épocas da humanidade, de tal modo que, na época de Jesus, usava-se o termo possessão para denominar os fenômenos obsessivos. Podemos citar quando Jesus caminhava e deparou com um homem mentalmente perturbado. O homem inquiriu o Mestre: "quem és tu?" Jesus respondeu: "Eu sou Jesus, e tu meu irmão, quem és?"  O homem, totalmente desequilibrado, disse: "Tu não, nós...nós somos legião". Jesus, sabendo perfeitamente que tratava-se de um processo obsessivo, asseverou: "Legião, sai dele". E rendendo à perfeição do Mestre os espíritos inferiores foram-se e deixaram aquele homem em paz.  Ninguém está livre de ataques energéticos, todos nós, vez ou outra nos deparamos com situações em nossas vidas que realmente não conseguimos entender e muito menos resolver, afinal se estamos nesse planeta de provas e expiações temos nossa parcela de culpa em tudo que nos acontece. Ás vezes parece que quanto mais lutamos contra uma situação ruim, pior ela fica. A obsessão espiritual é algo que realmente existe, pode ocorrer por meio de espíritos desencarnados, mas também com desafetos dessa vida, pessoas encarnadas do seu passado que insistem em manter um vínculo energético negativo, de mágoa, rancor, inveja e ressentimento, e isso tudo acontece por meio de pensamentos, quando o pensamento do outro encontra ressonância em nosso pensamento. O assunto Obsessão é complexo e extenso e hoje iremos nos ater mais à obsessão espiritual, de desencarnado para encarnado. Alguns sintomas são bem comuns nos processos de obsessões e todos nós estamos sujeitos a isso nessa vida, porém o que determina a permanência ou não de obsessores é o comportamento e entendimento de cada um. Por exemplo: uma pessoa amorosa, que sente compaixão pelo próximo e não tem problemas em perdoar, consegue se livrar mais facilmente de ataques de obsessores ou pensamentos vindos de pessoas que insistem em querer se ligar a nós. Já uma pessoa agressiva e magoada tende a alimentar obsessões por longos períodos na vida, umas até por uma vida toda.  Nenhum processo obsessivo se instala de imediato: é gradual, chega de mansinho, na surdina, sorrateiro, de acordo com o grau ou a intensidade da obsessão, que Kardec classifica em:  simples, fascinação e subjugação, e que falaremos disso em outro estudo.  O processo de cura para qualquer caso de obsessão está no autoconhecimento, na mudança de conduta e na reforma íntima.  Isso mesmo, a reforma íntima é a transformação de valores, a modificação da sua maneira de ser, de viver e ver as coisas da vida.  Podemos dizer que tudo depende de você. É você quem decide se o obsessor pode ou não ficar ao seu lado. A obsessão é como uma porta que pode ser aberta, mas diferente das portas de nossas casas que podem ser abertas por dentro e por fora, neste caso, só pode ser aberta por dentro, e somente você pode abri-la. O obsessor só se aproxima através da sintonia que você proporciona a ele, isto é, quando o espírito e o encarnado estão na mesma frequência. Chico Xavier dizia que “somos livres para decidir sobre o nossos atos, muito embora nos tornemos escravos de suas consequências”. Claro que não é fácil nos libertar de processos obsessivos, principalmente quando a gente não reconhece e nem sabe que está sendo obsediado. Certa vez Chico Xavier disse: ”Os espíritos obsessores, muitos deles, são altamente treinados na técnica de hipnotizar: quase sempre eles hipnotizam as suas vítimas quando elas se retiram do corpo, no momento do sono. Por este motivo, muita gente acorda mal humorada e violenta. Se soubéssemos o que nos espera no além, não dormiríamos sem recorrer aos benefícios da prece. Os espíritos que são nossos desafetos nos espreitam; se não tivermos defesa, eles farão conosco o que bem entenderem. Há obsessões terríveis que são programados durante o sono; toda noite é uma sessão de hipnose. De repente, é uma agressão violenta dentro de casa, um crime inexplicável.” Analisando as palavras de Chico Xavier, podemos perceber a importância da prece, é como dizem “Orar e vigiar” a todo momento, é sempre importante entender que nada acontece por acaso, infelizmente, alguns espíritos não conseguem uma evolução pessoal, são movidos pela raiva, pelo ódio, egoísmo, e passam a eternidade espiritual a fim de atormentar os encarnados. O livro “O Evangelho segundo o espiritismo”,  capitulo 27 nos alerta os benefícios da prece: “Pela prece o homem atrai o concurso dos Espíritos bons, que vêm sustentá-lo em suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas.” Pelo efeito da prece conseguimos manter os pensamentos em paz, e segundo André Luiz: “O pensamento é tão significativo para o ser quanto o leito é importante para o rio”. Ele ainda alerta: “Não existe pensamento sem sentimento; na verdade, o sentimento que lhe dá forma e natureza, daí a ligação quase que imediata entre o ser e as diversas dimensões da vida”. Nossos pensamentos são ondas eletromagnéticas que transportam informações, elas superam a velocidade da luz. Toda corrente mental nasce das emoções e desejos mais íntimos da nossa alma. Somos transmissores e receptores de pensamentos. Nossos pensamentos tem poder. Um mau pensamento sempre é inspirado por um Espírito perturbador. No entanto, a sua influência somente ocorrerá se houver sintonia, isto é, se ele encontrar dentro de nós o canal para estabelecer a perturbação espiritual. A reforma íntima é a nossa transformação para o bem. É o processo contínuo a exigir de nós constante esforço.   Allan Kardec citou: “Os bons espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorar. Os espíritos inferiores, com os homens viciosos ou que podem viciar-se. Daí seu apego, resultante da semelhança de sensações.." . Só para um melhor entendimento, os trabalhos de desobsessão em centros espiritas tem por  objetivo apaziguar seus inimigos com você. Contudo, precisa haver reciprocidade de comportamento. Não adianta ir para uma sessão de desobsessão com raiva, com pressa, ou mesmo com os nervos à flor da pele, pior ainda, sair de um centro espirita depois de um trabalho desses e continuar do mesmo jeito, sem mudar seu padrão vibratório. A Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1998,  incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental, social, e hoje a Medicina reconhece a obsessão espiritual como doença da alma. O pensamento é força que determina, estabelece, transforma, edifica, destrói e reconstrói. Nele está a concentração divina e é onde reside a origem de toda a criação. Cada um de nós é responsável pela criação do seu próprio mundo mental. Recebendo os estímulos que a vida nos oferece, construímos por conta própria as interpretações e os juízos de valores das pessoas, dos objetos e das situações que nos rodeiam. Allan Kardec no livro “A Gênese” ensina que o perispírito fica “impregnado” do pensamento que transmite. É por isso que a aparência de cada um de nós revela o conteúdo das ideias que alimentam nossos desejos. A alegria aumenta o brilho dos olhos e a magoa  envelhece precocemente. É importante considerar que em todo processo de doença, seja do corpo físico ou da alma, a prevenção, ou profilaxia, é a base de uma vida sadia, pensamentos nobres, hábito de se recolher para orar. Só esclarecendo que profilaxia é o conjunto de medidas preventivas que evitam o aparecimento de doenças. No caso da obsessão, sendo esta doença da alma, a profilaxia é de vital importância. André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier  nos diz: “A prevenção de qualquer mal se faz pela prática do bem.” Vou contar uma bela história de Divaldo Pereira Franco que narrou em uma de suas palestras a história de um obsessor que o perseguiu anos a fio. Contou que tentou todas as formas de prece e de doutrinação para tentar ajudar aquele irmão sofredor, mas nada surtia o efeito desejado.  Até que um dia, um dos membros da Mansão do Caminho (instituição modelo, criada e presidida por Divaldo Franco, que abriga crianças órfãs), foi chamá-lo porque uma criança recém-nascida fora encontrada na lata de lixo.  Divaldo correu até o local e, no momento em que subia as escadas da instituição com a criança nos braços, o irmão obsessor se fez visível no alto da escada e perguntou a ele: - Você ama essa criança feia e suja dessa jeito?  Divaldo respondeu:  - Ainda não amo, mas pretendo aprender a amá-la. Prosseguiu o irmão desencarnado:  - Então, a partiu de agora, eu vou deixar você em paz, porque essa criança é minha mãe. Encerro nosso estudo de hoje com uma reflexão muito interessante que encontrei na internet.. intitulada A OBSESSÃO ESPIRITUAL E AS REDES SOCIAIS: “Um fato que há muito tempo tem chamado minha atenção é a atual dependência das pessoas em internet, especialmente em redes sociais e em smartphones.  Percebo uma quantidade imensa de pessoas alienadas da realidade. Quando vou a um restaurante, por exemplo, fico a observar as mesas. E o que vejo? Grupos de amigos, casais e famílias inteiras sem conversarem entre si, todos olhando para um celular. Não duvido que alguns até podem estar interagindo entre si, mas…. pelo WhatsApp ou pelo Messenger. Seria isto saudável do ponto de vista mental e espiritual? Acho pouco provável. O que tem levado a tantas confusões e agressões gratuitas nas redes sociais? Bom, por trás de um computador, smartphone, tablet ou de qualquer dispositivo eletrônico existe um ser humano. E na frente também. E este ser humano nada mais é do que um espírito encarnado. E como tal, passível de muitos problemas, especialmente da obsessão. E o que o espiritismo tem a nos dizer sobre a dependência em internet? Já não é de hoje que espíritos amigos nos tem alertado, através de mensagens psicografadas, que a hipnose pela internet seria uma das mais espertas táticas das trevas para dominar a Terra. E eu sinto informar: eles estão conseguindo... estamos vendo nascer uma geração de pessoas infelizes, briguentas, amargas. E o que está faltando? Amor, interação pessoal, amizade de verdade. Sim, as pessoas estão chatas e extravasam, muitas vezes, seu vazio existencial e suas frustrações nas redes sociais, seja atacando, seja usando em demasia. Não se abraçam mais, não telefonam mais, não fazem mais visitas regulares a amigos e parentes. É quase tudo através de texto. E mesmo que estejam em meio a natureza, numa praia ou cachoeira, lá está o smartphone para pegar o melhor ângulo de um selfie que será postado em alguma rede social. Falta toque, faltam palavras, falta olhar. E não é isto que os espíritos das trevas querem de nós? Em um blog chamado Espiritismo da Alma, encontrei o seguinte trecho: “Vemos que muitas vezes um post cheio de ódio e intolerância atrai odiadores e intolerantes, assim como um pensamento odioso ou intolerante atrai espíritos dessa estirpe que aproveitando da abertura mental criada por esses pensamentos no ser encarnado, influenciam e manipulam pensamentos de forma a criar uma tensão social através de redes sociais, gerando um clima de instabilidade emocional nas pessoas. Isso parece uma teoria da conspiração não é? mas em relatos de livros espíritas diversos como os da série de André Luiz, psicografados por Chico Xavier, mostra-se que as legiões malignas de espíritos contrários as leis de ordem e de progresso do planeta buscam de forma incessante o desequilíbrio e a agitação em favor de seus planos perversos de dominação e poder.” Então meus queridos irmãos, como espiritualistas e conhecedores que algumas revelações importantes, devemos refletir sobre o uso que cada um de nós vem fazendo dos dispositivos eletrônicos. É claro que não precisamos abandonar a tecnologia que tanto nos auxilia no dia a dia em diversos setores da vida. O que precisamos é de bom senso, fazendo um uso equilibrado, evitando as discussões desnecessárias e, de preferência, deixando o celular desligado quando estivermos com nossos entes queridos. Lembremos sempre que, mais importante do que uma boa sessão de desobsessão é evitarmos este processo complexo, mantendo sempre um bom padrão vibratório e cuidando com afinco da nossa reforma íntima. Orando e vigiando. Que Jesus nos conceda a cura do corpo e da alma!   Paz e luz para todos.
https://www.ippb.org.br/textos/especiais/mythos-editora/obsessao-mythos-editora
https://www.kardecriopreto.com.br/noite-obsessao-e-maior/
http://www.oconsolador.com.br/ano7/338/andre_luiz.html

sexta-feira, 22 de março de 2019

LIVRO EM PDF: Reforma Íntima Sem Martírio - Ermance Dufaux, Wanderley Soares

Indicação de excelente livro: REFORMA INTIMA SEM MARTÍRIO

REFLEXÃO: O RETROVISOR DA VIDA


O Mestre Jesus em sua caminhada pela Terra vê uma jovem mulher sentada em seu carro, parada antes do cruzamento com o olhar perdido, o semáforo muda de vermelho para o verde mas ela continua ali pensativa. Ele se aproxima, toca em seu braço.

- Patrícia porque está aí parada? A vida está seguindo você não vai vivê-la? 

– A mulher olha para o lado surpreendida com aquela visão.

- Mestre Jesus! Maravilha a sua chegada, estava mesmo precisando conversar com você. Não quer entrar? – O Mestre sorri, contorna e entra no carro.

- Conta porque você estava ali parada sem ação.

- Sabe Jesus acabei de deixar minha filha na creche, hoje foi o primeiro dia, quando o portão fechou comecei a me afastar olhei pelo retrovisor do carro e fiquei paralisada como o tempo está passando tão rápido, minha bebe já está na creche, a cadeirinha do banco de trás está vazia. Isto me deu uma angustia por pensar se estou vivendo plenamente esse tempo com ela.

- Minha querida Patrícia, eu despertei em você esse momento de reflexão sobre as pessoas de sua vida quando olhou pelo retrovisor.

- Como assim Mestre?

- As pessoas costumam olhar somente pelo para-brisas, querem olhar para frente, ver o que a vida reserva depois da esquina, como conquistar para ter cada vez mais, esquecendo-se do ser. A visão do para-brisa pode te mostrar o caminho do ter, mas somente nos espelhos as trilhas seguidas na tentativa do ser mostram-se iluminadas.

- Verdade! Tenho olhado para muitas oportunidades apresentadas pela vida, como posso crescer mais, como conquistar espaço profissional. Estou errando Mestre?

- Nada tem de errado no seu olhar Patrícia, o problema está em ter somente esse olhar, nos preocupamos tanto para ver se o para-brisas da vida está sujo, embaçado que acabamos esquecendo a importância do olhar nos espelhos. Quando estiver com sua filha sentada no banco de trás olhe pelo retrovisor, lembre-se dessa primeira imagem e como ela vai mudar rapidamente ao passarem os dias. Daqui a pouco sua filha estará sentada ao seu lado no carro, passando o tempo ela logo estará dirigindo e você sentada talvez no banco de trás, como foi o seu ser enquanto essas mudanças aconteciam? – A jovem mulher derrama algumas lágrimas não lembra-se da primeira imagem da filha sentada no bando de trás.

- Mestre não tenho olhado pelo retrovisor da minha vida. Minha filha há pouco tempo estava sentada na cadeirinha, hoje a tirei para deixar na creche, ela foi sem olhar para trás. Reconheço não ter percebido como passou rápido.

- Não se culpe, mude. Além dela outros entes queridos também estão passando, se você olhar pelo retrovisor de fora perceberá que ficaram pelo caminho da vida outros tantos amores, partiram sem talvez ter recebido um último olhar carinhoso, um afagar nos cabelos brancos, o beijo de boa noite, o ouvi mais uma vez a mesma história já tão contada. – As lembranças trazem mais lágrimas à jovem mulher. Vem à sua memória as imagem de seus avós e de seu pai já no plano espiritual, tenta lembrar-se como foram mudando nos bancos de seu carro, muitas vezes esteve levando-os para diversos lugares, mas nada do conversado em à lembrança, nenhuma história marcante, a porta se abriu e eles partiram.

- Jesus, e agora faço o que?

- Minha querida, continue a olhar pelo para-brisas pois a vida pede esse buscar dos novos caminhos, só não deixe essa busca do ter fazê-la esquecer do quão importante é ser na vida daqueles colocados em nossas vidas. Ser mais filha, mais irmã, mais neta, mais mãe, mais amiga, enfim ser mais presente, para um dia ao olhar pelo espelho retrovisor de sua vida as imagens desses entes queridos sejam muito nítidas pelas lembranças dos momentos vividos, histórias alegres, outras nem tanto, o importante é você ter sido parte delas.

- Mestre como posso te agradecer por esta orientação de vida? – Jesus sorri.

- Apenas reserva um lugar para mim sempre em sua vida, nem que seja somente para eu limpar seu para-brisas quando estiverem muito embaçados os seus caminhos. Agora me deixa descer aqui nesta esquina, tem mais alguém parado sem saber qual caminho seguir. – Jesus desce do carro, Patrícia reinicia seu caminho e ao olhar pelo retrovisor vê o Mestre desaparecer ao virar a esquina.

GOTA DE LUZ: A vida tem sua velocidade própria, não é mais rápida nem mais lenta para uns ou outros. Não somos passageiros, mas sim os condutores de nossos caminhos. A mais bela viagem será realizada até chegarmos ao nosso destino com os maiores valores adquiridos pelos sentimentos aprendidos com o amor dedicado às pessoas colocadas em nosso caminhar. E quão lindo será podermos olhar pelo espelho retrovisor da vida e pensarmos como foi maravilhosa mais esta viagem.

“Senhor Jesus, concedeste-nos os entes queridos por tesouros que nos emprestas..."   Emmanuel (Chico Xavier)

Fonte: http://homeopatiaespiritual.blogspot.com/2016/11/gota-de-luz-o-retrovisor-da-vida.html

AUTO AMOR


Hoje falaremos sobre O AUTO AMOR. Inicio citando Mateus, versículo 22:34 a 40 - Um doutor da lei perguntou a Jesus: – Mestre, qual o grande mandamento da lei? – Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. – Esse o maior e o primeiro mandamento. – E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. – Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos... Se observarmos bem, quando Jesus diz: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, ele nos diz que amaremos o outro na medida em que nos amamos.. complexo né?.. Como será que nos amamos?? Às vezes nos pegamos pensando que está na hora de transformar nossa vida,  que tem alguma coisa errada e que não estamos entendo o que a vida quer ensinar. Outras vezes parece que, enquanto todos vivem uma vida colorida, a gente  não consegue sair do cinza. Mas o que importa não é saber se os outros estão mais ou menos felizes, e sim o que fazer para saborear mais a sua vida.  Vamos então aproveitar esse desejo de reforma e ir além da repaginada clássica, com um bom banho  de loja, corte de cabelo novo ou uma viagem inesquecível.   Claro que os cuidados pessoais são muito importantes, mas não precisamos gastar tanta energia com isso, é preciso avançar, é chegada a hora de fazer uma revolução, uma reforma interior, um olhar diferente para VOCÊ, para sua alma, quem mora aí dentro desse corpo. Já falamos aqui que "SUA VIDA MUDA QUANDO VOCÊ MUDA", ou seja, quando há uma transformação em sua maneira de encarar o mundo, até porque as mudanças nunca ocorrem amanhã, mas sim, hoje, no presente, inclusive agora ouvindo o que tenho a te dizer. As mudanças não acontecem quando alguma coisa no mundo, ou nas pessoas que o cercam, se modifica mas quando algo muda dentro de você. É quando a consciência domina os vícios de longas encarnações e o primeiro passo para promover uma mudança pra valer é libertarmo-nos da imagem que transmitimos aos outros. Certamente muito da sua maneira de ser é pura representação, alguém que foi construído pela regras da sociedade em que você cresceu. Todos carregamos dentro de nós, uma boa dose de loucura, que passamos a vida inteira procurando esconder, que chamamos de sombra. Porém como um vulcão, um dia essa sombra explodirá, até porque viver sempre sendo o "Certinho", o perfeitinho, é como sentar-se sobre um vulcão, que permanece inativo por muito tempo, mas que  de repente, pode entrar em erupção. Essa é a razão de algumas pessoas dormirem satisfeitas e acordarem angustiadas, outros que de um dia para o outro se transforma em alguém irreconhecível. No fundo a pessoa sempre foi aquilo, ela só representava para agradar quem o cerca. A sociedade exige que sejamos bonzinhos, mas quem é bonzinho o tempo todo acaba enlouquecendo de verdade, se tornando ruim para si próprio. Quando alguém quer ser muito certinho, deixa de ser humano até o dia que não aguenta mais e explode. Entrar em contato com sua sombra é saber quem você realmente é e isso vai te ajudar a trilhar no caminho da paz e felicidade, pois você será pleno, livre. Tem gente que se libera no Carnaval, no estádio de futebol, e etc, justificando que ali pode. Será que pode? Será que deve? Não seria melhor se confrontar consigo mesmo. A verdadeira Reforma Interior acontece quando você se conhece, pois essa sombra que vive sendo reprimida é você. A infelicidade é uma gaiola imaginária que só o indivíduo percebe e vive, iniciar a desmontagem dessa ilusão é tarefa de cada um  para alcançar a Felicidade. MAS O QUE É A INFELICIDADE? INFELICIDADE, é antes de tudo um estilo de vida, uma forma de olhar o mundo pelo lado contrário, em vez de você tirar proveito do momento atual, lamenta-se do que poderia ter acontecido na vida. Perceba que a oportunidade está no presente, não no passado. Então aproveite o momento, pois ele nunca mais se repetirá igual. Há quem sacrifique a vida inteira para conseguir status e poder, no desejo de conquistar títulos e riquezas, sufocando os sonhos. É uma grande ilusão, quando se pretende impressionar alguém com um carro sofisticado, na verdade o que impressiona é o carro e não a pessoa.  Quando  se usa o título de doutor, diretor ou presidente para se impor a alguém, é o título que se impõe, e não a pessoa. Você tem mais valor do que qualquer carro, cargo, pois perante Deus, somos todos iguais. Muitos pensam que quem cuida de si próprio se transformam em egoísta, entretanto quando você se compreende e é bondoso consigo mesmo, torna-se uma pessoa mais generosa. Você sabe o que é estar com você? Estar com você significa principalmente cuidar de  seus sentimentos, de seus sonhos. É estar sempre atento ao que se passa dentro de você, criar o hábito de observar-se. Quando você concorda com a correria da vida, com a angústia que ela proporciona, deixa de estar com você. A forma de evitar que isso aconteça é permanecer centrado no processo interno. Aprender a ser afável, generoso, cuidar das feridas, dos sonhos, ser compreensivo com os erros, com as fraquezas, com os tropeços. Até Cristo pediu para o pai: “afasta o cálice”. Outra forma de estar com você é saber estimular-se, criar uma força interior para perseguir seus projetos, suas realizações.  O primeiro passo para a renovação interior é o amor que consagra a si mesmo. Tenha a coragem acender essa luz e busque em Deus as forças que te faltam. Acredite na força imbatível da sua sinceridade e receba com amorosa aceitação as faltas que ainda não conseguiu vencer e principalmente seu lado escuro, sua sombra que você ainda não conseguiu dominar. Faça o melhor que puder e adote o compromisso de jamais desistir de lutar e buscar a felicidade. Lembre-se sempre, não escondemos nada de Deus, nem dos espíritos que nos rodeiam.   Na dúvida, diga sempre a verdade, pois a verdade sempre será a verdadeira forma de você estar dentro de você. Ame-se. Amar a si mesmo é a atitude mais importante que você pode ter. Portanto, ame-se profundamente, cuide-se completamente. Nós e o Pai somos Um. Ame esse Deus que é você, e tenha respeito por Ele, ou seja, por si mesmo. Cuide de si, para poder cuidar do seu semelhante. Multiplique esse amor, pois na criação do Pai tudo se faz por criação e multiplicação da origem. Deixe partes de si no mundo, através de um sincero abraço, um generoso sorriso, palavras de paz, gestos de fraternidade, pensamentos e sentimentos de luz. Deus é Luz, você é luz, deixe seus rastros de luz por onde você passar. O Reino dos Céus se inicia dentro de nós, você pode ser muito feliz aqui, nessa vida, nesse planeta, basta se esforçar pra isso. Acredite, tenha fé, e vá à luta. A saúde é entendida como o reflexo do equilíbrio do ser em relação às leis divinas. Na visão espírita, o homem é um ser imortal, alguém que preexiste à vida física, que sobrevive ao fenômeno biológico da morte e, ao longo do processo evolutivo, através da reencarnação, vai crescendo, desenvolvendo-se em direção a Deus. A saúde do corpo físico é um reflexo do nível de equilíbrio desse espírito no processo evolutivo perante o amor, o belo e o bem. Já a doença é uma sinalização interior de reequilíbrio, convidando o ser a reconectar-se com o amor e com a fonte. É uma mensagem gerada no mais profundo da realidade espiritual do ser e que se reflete no corpo físico como um convite à reconexão com o amor, ao desenvolvimento do autoamor e do amor ao próximo. Nessa visão, a saúde e o adoecimento são construções do próprio homem e ninguém é vítima de nada, senão de si mesmo, das suas próprias decisões, das suas próprias escolhas, daquilo que decide e determina em sua vida. Portanto, toda cura é também um fenômeno de autocura, porque, para que ela se instale em definitivo, é necessário que haja não simplesmente um alívio dos sintomas e uma resolução do processo biológico no corpo físico, mas também uma reformulação moral do pensamento, do sentimento e da ação, fazendo com que o ser esteja transformado em profundidade, em consonância com a lei divina, ou seja, mais em sintonia com a lei do amor. O amor é o grande medicamento, é a grande finalidade da existência. Na verdade, nós caminhamos em direção a Deus como o “filho pródigo” da parábola de Jesus, reconectando nossa relação com o Pai e retornando para a casa de Deus, que, na verdade, é dentro do nosso próprio coração, onde Deus está. Pouco a pouco, vamos fazendo isso, descobrindo as nossas virtudes, a grandeza íntima que há dentro de nós, tudo aquilo que Deus nos deu como possibilidade evolutiva e que pode nos realizar plenamente. Nesse contexto, o amor nos trata as doenças da alma, que são orgulho, egoísmo, vaidade, prepotência, arrogância, e nos coloca em sintonia com a fonte, que é Deus, nos auxiliando a reconectar-nos com o Pai. Desenvolver o amor é o caminho mais rápido, fácil e eficaz para a cura da alma e do corpo. Toda dependência é uma busca de aplacar o vazio interior através de coisas externas. Mas esse vazio interior, que nós todos temos, só é aplacado pela presença do autoamor. O vazio é um vazio do amor, mas esse amor que nos falta não é o amor que vem do outro, é o amor que vem de dentro, é o amor que a gente pode se dar. Então, para o tratamento e a prevenção de qualquer processo de dependência, é importante ensinar as pessoas a se valorizarem, se respeitarem, se gostarem, a estabelecerem relações familiares honestas em que as pessoas dialoguem, conversem, estejam atentas umas às outras e partilhem suas emoções, mostrando-se, não de forma idealizada, mas de forma honesta, real, ensinando cada um a ver, em todos nós, luz e sombra, beleza e feiúra, coisas positivas e negativas. Nós precisamos aprender a acolher esses dois lados, aprendendo a transformar aquilo que não amamos em nós e a valorizar e desenvolver aquilo que há de bom, de positivo. Na nossa sociedade, observamos que há um excesso de medicalização das emoções naturais. Tão logo a pessoa fica triste, já entra com um antidepressivo, um ansiolítico para que ela evite lidar com sua ansiedade ou sua tristeza. Mas a ansiedade e a tristeza são situações naturais da vida, que até um determinado nível são muito positivas e que nos falam muito a respeito de nós mesmos. É importante que o autoconhecimento guie o processo, para que entendamos o que está acontecendo na nossa alma e na nossa vida. A poetisa Martha Medeiros escreveu uma crônica intitulada: A TRISTEZA PERMITIDA, diz mais ou menos assim: “Se eu disser para você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.  Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra. A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas. “Eu não sei o que meu corpo abriga / nestas noites quentes de verão / e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão / eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia. Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos”. Como podemos ver Marta Medeiros fala, de uma forma muito bela, que a tristeza é o quartinho do fundo onde a gente analisa a nossa vida, é o nosso lado sombra, que negamos que existe. E é isso que nós temos que aprender: a estudar nossas emoções, nossas características, para retirar delas ensinamentos preciosos a respeito de nós mesmos e do outro e, com isso, nos tornarmos pessoas melhores, mais felizes e assim, quem estiver ao nosso lado também estará feliz.

Encerro essa palestra-conversa de hoje lendo a  mensagem psicografada por Divado Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis que apresenta a necessidade primeira de autoamor, como alavanca fundamental para a conquista de todas as esferas desse sentimento supremo. “Mas, de que forma amar a si mesmo? O como a si mesmo, da proposta de Jesus, é um imperativo que não deve ser confundido com o egoísmo, ou o egocentrismo. Amar a si mesmo significa respeito e direito à vida, à felicidade que o indivíduo tem e merece. Trata-se de um amor preservador da paz, do culto aos hábitos sadios e dos cuidados morais, espirituais e intelectuais para consigo mesmo. É sempre estar fazendo as melhores escolhas para si mesmo, vendo-se como Espírito imortal, sem nunca deixar de respeitar, obviamente, o bem comum. Quando escolho amar mais minha família, dedicando-me inteiramente aos relacionamentos, cultivando a paciência e a tolerância, estou amando a mim mesmo.Quando escolho perdoar e deixar de levar comigo o peso de uma mágoa, estou amando a mim mesmo. Quando escolho aprender, buscando aprimoramento intelectual nas áreas do conhecimento de meu interesse, estou me autoamando. Quando me aceito como sou e vejo em minhas imperfeições situações temporárias – uma vez que me esforço para corrigir meus erros – estou amando a mim mesmo. Quando me dedico, diariamente, ao exame de consciência, à meditação, ao autoconhecimento, estou dando provas de amor a mim mesmo. São exemplos de atitudes, de pensamentos e sentimentos que elevam nossa auto-estima – que é este julgamento que fazemos de nós mesmos – e nos empurram sempre para frente, para a felicidade. O auto-amor proporciona uma visão mais clara de quem se é, do que se deseja e do que não se deseja para si. É através dele que estabelecemos metas para nossa existência: metas educacionais, familiares, sociais, artísticas, econômicas e espirituais, pensando em nós não apenas agora, mas nos cuidados para com o futuro. Somos todos importantes. Criaturas únicas no Universo que buscam a felicidade através do aprender a amar: a si, ao outro e a Deus. Ame a você mesmo… Enquanto é hoje.” Que Jesus nos conceda a cura do corpo e da alma. Paz e luz para todos!



Fontes: http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blog/show?id=2920723%3ABlogPost%3A1076308&commentId=2920723%3AComment%3A1077643
http://www.amemg.com.br/2012/01/11/amor-perdao-cura-e-autocura-entrevista-com-andrei-moreira/

ATITUDE E COMPORTAMENTO


Hoje falaremos sobre ATITUDES E COMPORTAMENTO. Primeiro vamos às definições: ATITUDE segundo do dicionário é a maneira de se comportar, agir ou reagir, motivada por uma disposição interna ou por uma circunstância determinada; já COMPORTAMENTO é um impulso que nos leva a tomar uma decisão em momentos inesperados, é o modo, maneira, como nos comportamos, nossa conduta. Em outras palavras a atitude é a intenção; o comportamento é a ação. Como a atitude é uma intenção de se comportar de uma certa maneira, a intenção pode ou não ser consumada, tudo depende da situação ou das circunstâncias. Mudanças nas atitudes de uma pessoa podem demorar muito para causar mudanças de comportamento que, em alguns casos, podem nem chegar a ocorrer em uma única encarnação, muitas vezes demora-se muitas e muitas encarnações. Por isso é comum ouvir a frase “De boas intenções, o umbral está cheio.” O comportamento de uma pessoa representa seu modo de ser. Ninguém se define apenas por palavras, mas principalmente por atos. De tudo o mais importante é que exista coerência entre pensamento, sentimento e ação com o objetivo de viver em harmonia e que os atos sejam um reflexo da ética pessoal. Parece difícil né?   O comportamento de uma pessoa embora seja prático também tem uma base teórica chamada ética pessoal. Esta ética pessoal está marcada por princípios fundamentais que servem para diferenciar o bem e o mal. O comportamento de uma pessoa é reflexo de seu mundo interior. Ninguém pode ter acesso à consciência do outro ser humano, entretanto, toda pessoa pode conhecer melhor a outra pessoa através de seus atos. Afinal o corpo fala. A linguagem corporal é a linguagem mais verdadeira do ser humano.  As vezes até ensaiamos umas mudanças, mas nosso corpo, numa simples expressão corporal, do tipo, O corpo humano é tão bem conectado ao cérebro que, por mais que se tente, é praticamente impossível esconder o que sentimos. Por exemplo: quando estamos em uma conversa e ficamos balançando o pé é sinal de inquietação, ansiedade ou nervosismo. Por isso, de nada adianta ensaiarmos vários gestos, quando na verdade nosso corpo nos trai e mostra realmente o que está acontecendo por dentro de nós. Por tudo isso que temos falando tanto da necessidade de nossa reforma interior, de nossa mudança de comportamento e atitudes. A vida só muda, quando nós mudamos. Essa é a lei da atitude que Jesus apresentou nestas palavras. "A CADA UM SERÁ DADO CONFORME AS SUAS OBRAS". Não segundo as  suas promessas. Quando nos equivocamos, Deus não vai se sensibilizar pelas horas que passamos de joelhos, nos penitenciando pelo erro cometido. O arrependimento só é aproveitável, quando ele é seguido da mudança de atitude. Mas mudança pra valer. Geralmente quem muito promete mudar é porque ainda não se convenceu verdadeiramente da necessidade da mudança. E quantas vezes barganhamos com Deus, um determinado benefício com a promessa de que, uma vez alcançada a graça, vamos nos tornar pessoas boas, caridosas e sem vícios? Não seria o caso de invertermos esse processo, tornando-nos desde já pessoas boas, caridosas e sem vícios? Pois a partir dessa mudança de atitude que os nossos problemas começam a ser resolvidos. Quando mudamos a nossa atitude para melhor, mudamos a nossa energia para melhor, e a partir daí tudo começa a melhorar em nossa vida. Portanto somos nós que desencadeamos o processo de criação, de uma vida melhor, através de um conjunto de atitudes melhores. Não é mais possível conceber que simples promessas, orações ou rituais irão melhorar a nossa vida, sem que melhoremos o padrão das nossas atitudes. A solução para nossos problemas é curar as atitudes negativas. Se estivermos doentes, por exemplo a melhor maneira de recuperar a saúde é curar as atitudes que nos levaram a adoecer. A maioria das doenças é de ordem física, algumas de consequências espirituais, com raízes numa forma de ataque que, cada um faz a si mesmo. Tenha a certeza de que isso se dá por falta de amor de nós mesmos, o que nos traz a angustiante sensação interior de rejeição, abandono e desprezo. Esses são os três piores carrascos da alma, pois a partir das chicotadas que nós mesmos, acabamos nos infligindo  nos tornamos negligentes, inseguros, agressivos, intolerantes, ansiosos, impacientes e todo esse consumo de emoções doentias, gera um grande estresse capaz de nos adoecer. Portanto a cura de uma doença, não se obtém apenas com remédios e cirurgias, é preciso curar a atitude que nos adoece, e basicamente isso é amar a nós mesmos. A doença é um chamado do amor, é olhar para si mesmo como uma pessoa digna, é se achar merecedora de amor por aquilo que é, e não por aquilo que irá fazer, é uma oportunidade de limpar a alma do egoísmo, é o ensejo de acordar para as coisas essenciais da vida. Se não fizermos isso, tomaremos remédios pelo resto da vida, apenas remediando a situação nunca obtendo porém, a cura real. Você poderá frequentar um centro espirita todo dia, durante o ano todo e assim mesmo permanecerá doente. Esse raciocínio se aplica a todos os demais problemas da vida. Todas as dificuldades são um chamado para o amor, e é isso que precisa ser curado. Segundo a Doutrina Espírita, através de seu vasto legado, nos diz que: Quando o amor em forma de atitude entra em ação, toda a escuridão desaparece pois nos mostra que, é só através do amor que nos transformaremos e atingimos  nossa tão esperada busca da perfeição. Muitos achariam difícil demais agir dessa maneira, porque ainda se julgam inferiores demais para gestos  de tamanha nobreza. Isso é um grande equívoco, porque o amor não é premio que nós receberemos um dia, quando atingirmos  a escala evolutiva e conseguirmos ser espíritos evoluídos. O amor já nos foi dado, por Deus, no momento da nossa criação. O amor já está aqui, em cada um de nós,  só que é preciso manifestá-lo, e não apenas esperá-lo ou, simplesmente prometê-lo. Afinal de contas o amor somos nós mesmos, pois o Evangelho nos diz que “só o amor nos liberta do mal, para conseguir chegar próximos de Deus”. É muito difícil alterar o padrão de pensamento, sentimento e comportamento de uma vida inteira, se não sabemos exatamente quem somos e quais as nossas reais necessidades. E uma das razões para não efetuarmos as mudanças necessárias é que nos conhecemos apenas parcialmente, superficialmente, não compreendendo o suficiente para perceber quando tais mudanças efetivamente precisam acontecer. Mahatma Ghandi, indiano defensor do princípio da não-violência como um meio de protesto, certa feita disse: “Seja a mudança que você quer no mundo”.  E o que significa a palavra mudar? Nada mais do que, simplesmente, “dar outra direção, arrumar de outro modo, deixar uma coisa por outra, transformar.” Jesus, diante de um homem paralítico, pergunta-lhe: “Queres ser curado?”. E o homem disse que sim, que queria ser curado daquele mal. O Cristo sabia que a busca por alternativas e um consciente desejo de melhoria são fatores fundamentais para uma efetiva reabilitação. Tanto que, em diversas outras situações, quando alguém se recuperava, ele dizia: “Tua fé te curou”. Sendo assim, sua pergunta teve por objetivo levar o paralítico a refletir sobre a importância da própria força de vontade e confiança.  O Evangelho segundo o Espiritismo, ao se referir sobre a diferença entre os espíritas imperfeitos e os verdadeiros, traz: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações; enquanto que um se compraz em seu horizonte limitado, o outro, que compreende alguma coisa de melhor, se esforça para dele de libertar e sempre o consegue quando tem vontade firme.” Entregar-se à doença, aos problemas e conflitos, às dificuldades é a mais perfeita contribuição para que todos eles continuem com seu ciclo de sofrimento, de paralisação e até de destruição, dependendo do caso.  Por outro lado, buscar sempre o equilíbrio e bem-estar significa, principalmente, não atribuir aos outros a responsabilidade pelo nosso processo de reabilitação, de cura.         O meu salvador sou eu mesmo. Tanto que Jesus mostrou que o remédio estava no próprio paralítico e não fora dele. Assim, o necessário medicamento era mais interno que externo. Ele poderia simplesmente ter-lhe dito: “levanta-te e anda”. Mas preferiu falar: “Levanta-te, toma o teu leito e anda.” Isto é, toma a tua estrada, tua própria pessoa e segue a tua vida. Com esta passagem, podemos afirmar que o Cristo fez com que o doente superasse as próprias resistências internas, estimulando-lhe a força de vontade e confiança. E quanto ainda nos custa perceber que o que impede ou protela a solução dos problemas, sejam eles físicos ou psicológicos, é a nossa resistência às mudanças, o nosso apego ao nosso sofrimento? Somos ainda fortemente apegados à própria maneira de pensar e agir e, com grande frequência, recusamos tudo o que nos questione ou que aponte nossas falhas. Ainda acreditamos ser humilhante ter de admitir nossos erros e alterar posturas e decisões. É a mudança interior que deve ser buscada, muito mais que a exterior. Porém, existem indivíduos que, diante de uma situação aflitiva, resolvem viajar ou mudar de lugar, de trabalho, de casa, como se a crise dependesse única e exclusivamente do mundo externo e do local onde estão. Outros procuram mudar as pessoas com as quais convivem, arrumar a vida delas, por crerem ser seu dever rearranjar o mundo, e não a si mesmos. Há, ainda, aqueles que se escondem nos vícios, desenvolvendo manias e doenças. No entanto, agindo assim, essas pessoas jamais encontrarão o que, de fato, as preencherá íntima e plenamente. Para ilustrar as consequências de nossa resistência, o Espírito Hammed faz uma analogia entre a água corrente e a estagnada: “a água renovada é corrente, oriunda das chuvas, do orvalho, das nascentes, enquanto que a água estagnada é aquela que, em breve, por inércia, se deteriorará, tornando-se um foco de larvas e de putrefação”.  Quando não permitimos a mudança em nosso mundo interior, exigimos a mudança na realidade exterior. E, com isso, facilmente a culpamos por não corresponder às nossas expectativas. É óbvio, também, que a necessidade de diferentes arrumações (mudanças) em nossa existência afetará nosso comodismo e conforto, solicitando de nós uma reciclagem de conceitos, crenças e valores, um repensar de posturas, modificações nos costumes e hábitos e um diferente direcionamento aos pensamentos e sentimentos, o que, admitamos, não é fácil tarefa, mas dependerá apenas de nós realizá-la. Ainda do Espírito Hammed: “Na realidade, quem se permite mudar pode ficar, inicialmente, numa situação desconfortável, visto que poderá ficar exposto a algo que não contava ou que não havia percebido. O que acontece é que, quando alteramos o nosso "status quo" – (...) modificamos nossa antiga maneira de interpretar, entender, expressar e dar sentido e importância às coisas. A partir disso, nossas zonas de estabilidade ficam temporariamente ameaçadas; nosso jeito anterior de ser e ver não funciona mais. Tudo isso acarreta uma batalha interna que gera desconfiança, medo e insegurança, até que nos reestruturemos novamente”. Em virtude desse desconforto, que é apenas inicial, no entanto, muitos permanecem paralisados em seus ‘leitos’. Não conseguem se levantar, tomar posse de sua vida e avançar.     Jesus também disse: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. As mudanças necessárias não deixam de representar um processo trabalhoso, uma “cruz” que precisamos abraçar todos os dias. Todavia, Jesus deu a entender que, se o adotássemos por modelo, certamente não fracassaríamos em nossa empreitada. E segui-lo não significa que necessariamente tenhamos de mudar o caminho, mas, na grande maioria das vezes, apenas o jeito de caminhar. Abracemos nossa sombra e caminhemos juntos nesse aprendizado sem fim. Sombra e luz, escuridão e claridade. Essa realidade dupla forma nosso interior, que tentamos negar a cada dia, enganando-nos. A maioria das pessoas quer ser apenas luz. Recusam-se a identificar a sombra que faz parte delas. O Espírito Joanna de Ângelis assim nos estimula: “ Quando alguém aspira por mudanças para melhor, irradia energias saudáveis, do campo mental, que contribuem para a realização da meta. Através de contínuos esforços, direcionados para o objetivo, cria novos condicionamentos que levam ao êxito, como decorrência normal do querer. Nenhum milagre ou inusitado ocorre, nessa atitude que resulta do empenho individual”. No caso do paralítico, não foi Jesus quem o curou, mas o doente que se reabilitou em contato com o Cristo. Como afirma de Ângelis, “nenhum milagre acontece, porque a cura é a consequência das próprias buscas”. Nas palavras dos Espíritos Superiores, ela é, simplesmente, o resultado de uma firme vontade. É comum, por exemplo, alguém justificar um comportamento agressivo e incontrolável por conta de suposta influência de espíritos, responsabilizando-os por atos desrespeitosos e antissociais. Ora, assim é fácil justificar! Pode acontecer momentaneamente, mas o domínio do próprio comportamento pertence a cada um. Os espíritos são os homens que aqui viveram, ou seja, somos nós amanhã, e esses espíritos que estão do lado de lá, serão nós hoje – todos conservam, portanto, suas qualidades ou defeitos morais. Como já alertamos, não existe mágica quando morremos. Podem ser sábios ou ignorantes, bons ou mal intencionados, mas todos são senhores da própria vontade. Quem se deixa levar a atitudes agressivas, a atos desrespeitosos, imorais, prova por si só que é ele mesmo agressivo, imoral, desrespeitoso. Justificar o próprio comportamento à conta da presença de espíritos é atitude de fuga que não condiz à própria realidade individual. O nosso livre arbítrio é o nosso senhor. Somos espíritos que já reencarnamos diversas vezes e precisamos tomar conta da nossa evolução espiritual o quanto antes. Não existe mais tempo para desculpas. Hoje o trabalho da Casa do Mestre é desobsessão, conforme eu já falei no inicio, que é um trabalho que ajuda a apaziguar o assédio dos espíritos e energias diversas, mas para que esse assédio seja definitivamente extinto precisa haver de nossa parte uma mudança de comportamento. Não adianta vir para a desobsessão com raiva, com pressa, ou mesmo com os nervos à flor da pele, querendo que “tirem isso de você”. Se você não mudar de atitude no seu dia a dia, se seus erros não forem sanados, você atrairá novamente esses "companheiros espirituais" e até outros novos. Você é o único responsável por manter ou afastar seus obsessores. Ninguém pode fazer isso por você, podemos até te ajudar, mas não sanar de vez seu problema espiritual. Do mesmo modo que você reluta em não mudar, esses irmãos que te seguem também não querem mudar. Já notou que depois que você vem aqui, dorme o sono dos anjos, mas passados alguns dias começa tudo de novo? Pois é, acontece que quando você é atendido os mentores da Casa levam esses espíritos para tratamento, mas eles querem ficar ao seu lado e todos tem o livre-arbítrio para isso,  encarnados ou desencarnados, e somente você pode mudar a freqüência da sintonia entre vocês. Lembre-se os maus sentimentos deixam portas abertas a obsessores. Portanto se livre da inveja, da maledicência, da prepotência, do ódio, e de todos sentimentos ruins, bastando apenas usar o que Jesus nos ensinou, que é usar o AMOR.  A boa noticia é que existem orientações dos espíritos amigos muito interessantes de como podemos conseguir nos espiritualizar mais. Vou ler algumas: 1º) Você precisa ser muito sincero consigo mesmo, fazer realmente um exame de consciência sobre suas atitudes. A mudança ocorre sempre de dentro para fora e jamais de fora para dentro. Então, escreva num papel uma lista das coisas que você acha que deve melhorar em si mesmo. Esse é o primeiro passo. 2º) Não existem milagres para se tornar uma pessoa espiritualizada, portanto, não é um tipo de chá, ou um mantra, ou encher de cristais em volta do seu corpo que no dia seguinte você já está espiritualizado, totalmente zen, se a sua consciência espiritual for a mesma de todos os dias. A questão não é como você chega no caminho, mas se você realmente está no caminho. Suas atitudes refletem aquilo que você realmente é. 3º) Algumas pessoas dizem que simplesmente tomaram um banho de ervas ou um banho de sal grosso e estão totalmente limpas. Seria ótimo se a pessoa realmente tivesse uma consciência elevada, pois, sem isso, nada adianta. Especialmente, se no primeiro momento a pessoa sujar toda a sua aura fazendo julgamentos, condenações, falando mal dos outros ou sendo simpática e amável somente com quem lhe interessa. A espiritualidade não pode ser afetada pela dualidade. 4º) A espiritualidade também começa com muito estudo. É preciso ler bons livros, não se apegar a uma doutrina específica, pois o caminho é Universal, não tem amarras, competição, não segue pessoas, segue um caminho único no amor incondicional. Valorizar todo tipo de vida neste planeta. Todos fazem parte de um reino chamado Terra e dele, tudo que experimentam deve estar em harmonia. 5º) Suas atitudes refletem, no dia a dia, a sua evolução. É preciso persistência, é preciso boas atitudes, é preciso colocar em prática aquilo que você defende. A espiritualidade pode ser um caminho solitário, porque ele é um caminho interno, um caminho da alma, mas as atitudes precisam refletir externamente, consigo mesmo e com os outros, e isso inclui também suas atitudes com o meio ambiente, com os animais, com sua família, com os amigos e com todos que passam na sua vida. 6º) O respeito com seu corpo, o respeito com tudo que a Terra nos oferece, mostra o quanto você já evoluiu. Nossas atitudes não enganam ninguém. Elas falam muito mais por nós, do que nós mesmos. O discurso e as atitudes precisam ser compatíveis. Finalizo nosso estudo lendo um trecho de uma música de Gabriel Pensador, que diz: “Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente, A gente muda o mundo na mudança da mente, E quando a mente muda a gente anda pra frente, E quando a gente manda ninguém manda na gente, Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura, Na mudança de postura a gente fica mais seguro, Na mudança do presente a gente molda o futuro”. Mas principalmente meus irmãos, não desistam de vocês. Se hoje você não conseguiu, tenta amanhã, e depois de amanhã e depois e depois.. mas nunca desista de você. Deus te ama incondicionalmente. Que Jesus nos conceda a cura do corpo e da alma. Paz e luz para todos!

Fontes: https://www.ceismael.com.br/artigo/atitude-e-comportamento.htm
http://www.aluzdoespiritismo.com.br/artigos/22/mudanca

CUIDADOS COM NOSSO CORPO FISICO


Para esse tema, iniciemos lendo a questão 718, de O Livro dos Espíritos, onde Kardec pergunta aos Espíritos Superiores: “A Lei de Conservação obriga a prover as necessidades do corpo”? E os Benfeitores Espirituais respondem que sim, porque, sem a força e a saúde, o trabalho seria impossível. Vivendo, pois, uma vida material, que é o que fazermos nesse exato momento, é necessário cuidar da vida, seja no âmbito do próprio corpo, seja nas relações que estabelecemos com quem nos cerca.  O problema não está nessa necessidade natural de cuidar da vida, mas na maneira como entendemos isso, entendimento esse que nos coloca sob as forças das Leis divinas, que harmonizam tudo no Universo. Nisso reside, então, o conceito de que cada escolha que fazemos está sujeita à consequências. Isso vale, também, para as questões do Espírito que necessita de cuidados. Do ponto de vista do Espírito, o corpo é uma prisão da qual ele necessita para viver as experiências aqui no planeta terra, em cumprimento ao programa evolutivo que norteia nossa existência. Em outras palavras: nosso corpo é nossa casa enquanto estivermos encarnados. André Luiz lembra que: “Cada dia é novo ensejo para adquirirmos enfermidades ou curar nossos males. O melhor remédio, antes de qualquer outro, é a vontade sadia, porque a vontade débil enfraquece a imaginação e a imaginação doentia debilita o corpo. Doença do corpo pode criar doença da alma e doença da alma pode acarretar doença do corpo”.  Temos aí um ciclo perigoso. Se meu corpo adoece, posso adoecer minha alma e ao contrário também, se minha alma adoece, posso adoecer meu corpo. Portanto temos a obrigação de cuidar dele com respeito, o que vale dizer que todo aquele que acreditar que, maltratar o corpo, purifica a alma, comete ação contra o patrimônio divino. Vocês sabem por que o nosso corpo é um patrimônio divino? É comum ouvirmos as pessoas dizendo: “Esse corpo é meu e faço o que quiser com ele”. Mas será que ele pertence realmente a nós? Vamos analisar: somos Espíritos, criados imortais, usando um corpo como instrumento para experiências evolutivas, então, quem diz que o corpo é seu pressupõe que ele pertença ao Espírito. Bom se assim fosse por que esse corpo físico não o acompanha quando ele desencarna? Temos consciência de que a matéria fica e o Espírito parte sozinho. Então pergunto novamente: A quem pertence o corpo? Podemos responder, sem medo de errar, que ele é patrimônio divino, emprestado ao Espírito para que, através dele, possa se manifestar nesse planeta. E tudo que é emprestado, deve ser devolvido, isso a gente aprende desde pequeno, por ser emprestado, é que precisamos zelar e cuidar muito bem dele.  Kardec, em O Livro dos Espíritos, na questão 719, quando pergunta aos Espíritos Superiores: “É repreensível ao homem procurar o bem-estar?  A resposta é clara: “O bem-estar é um desejo natural. Deus não proíbe senão o abuso, porque o abuso é contrário à conservação. Ele não incrimina a procura do bem-estar, se esse bem-estar não é adquirido à custa de ninguém, e se não deve enfraquecer, nem as vossas forças morais, nem vossas forças físicas”.  Podemos concluir, então, que cuidar do corpo significa nutri-lo, proporcionar-lhe bem-estar, através da higiene, exercícios físicos e alimentação adequada – tudo isso sem exageros –, evitando os vícios – não importa quais sejam eles. Ainda hoje algumas ideias erradas sobre esse tema permanece na cabeça das pessoas. De um lado, temos os que acreditam que, maltratando o corpo, purifica-se o Espírito; de outro lado, os que não acreditam na existência do espirito, não o valorizam, cuidando, apenas, de cultuar o corpo. Extremos que se chocam e que acabam praticando violências contra um e contra o outro. Entre esses dois extremos, há uma multidão de criaturas preguiçosas e indolentes em relação ao corpo. Encontramos, também, aqueles que não se interessam em fortificar o Espírito com valores morais. Vejam bem, é necessário compreender que ambos estão ligados entre si e que os excessos de um trazem consequências para o outro. Assim, quando nossa atenção está voltada apenas para o fortalecimento dos músculos, esquecemo-nos de dar força ao Espírito, preparando-o para enfrentar os problemas do dia a dia. Se, de outro lado, nossa atenção se concentra, somente, nas coisas do Espírito, não nos damos conta de que precisamos viver as coisas do mundo, caso contrário não progrediremos e não faremos progredir tudo o que está ao nosso redor. É tolice ignorar que assim evitaremos as tentações, pois é na luta contra elas que nos tornamos mais fortes. A verdade é que, em ambas as situações, deixamos de cumprir as Leis do Trabalho e do Progresso, dadas a nós, por Deus, para nossa evolução.  O que fazer então? O equilíbrio é sempre o melhor caminho. Tanto o corpo quanto o Espírito possuem necessidades particulares, que precisam e devem ser atendidas, pois elas se complementam. Buscar esse equilíbrio com calma, respeito e dignidade é nossa tarefa planetária, objetivando crescimento e evolução. É, sem dúvida alguma, uma tarefa individual, porque cada um de nós será responsável pelas escolhas que fizer. E não fazer nada também é uma escolha, lembremo-nos disso.   Tudo é energia. Nossos pensamentos e nossas palavras são as maiores fontes de transmissão de energia de que dispomos e assim alcançamos pessoas a quilômetros de distância tanto com pensamentos bons como ruins. Mas, o primeiro a ser alcançado por essa energia é quem emana estes pensamentos e palavras, ou seja nós mesmos. Para se ter uma ideia ao vibrar positividade, é como se cuidássemos de nós mesmos com um "autopasse”. O contrário também acontece, só que jogando coisas ruins para dentro de nós. Vou exemplificar o que falei:  imagine que você abriu o chuveiro da sua casa e, ao invés de água, sai lama. É isso o que acontece com nosso organismo físico quando vibramos negativamente, ainda que acreditemos estar vibrando positivamente: recebemos a 'lama' de nossas vibrações negativas. Só para esclarecer, o nosso corpo é composto por diversos elementos químicos que se reagem entre si e aglomeram-se formando estruturas complexas, que são moléculas, células, órgãos, e que também interagem e reagem as vibrações externas e internas. Cada um de nós possui  incontáveis formas de seres vibrando em sintonia com o nosso corpo, onde o Espírito é o  comandante.  Já parou para olhar para sua mão? Já parou para pensar que sua pele é formada por várias células unidas que trabalham incansavelmente para manter tudo funcionando? O nosso corpo é composto de muitas vidas para nos manter aqui nesse planeta, deveríamos olhar para esse corpo fisico com mais amor e respeito.  Se  agredimos esse  corpo com drogas, cigarro, bebidas alcoólicas, gula nós estamos atacando a organização universal que habitamos pois nossos órgãos respondem as  vibrações de nossos sentimentos, emoções e pensamentos.  Nossa mente interfere sobre as células do nosso corpo físico: cultivar sentimentos de esperança, de fé, de amor, de alegria, de paz e as ideias edificantes proporcionam boas energias que equilibram e deixam o nosso corpo saudável, já cultivar sentimentos de ódio, rancor, raiva, tristeza, vingança nos causam perturbações doenças.  No livro “Autodescobrimento”, obra psicografada por Divaldo Pereira Franco, pelo espírito de Joanna de Angelis podemos ler: “A vida mental do homem expressa-se na organização emocional e física, dando surgimento aos estados de equilíbrio como de desarmonia pelos quais ele se movimenta. As forças vivas da mente estão sempre construindo, recompondo, perturbando ou bombardeando os campos organo-genéticos responsáveis pela geratriz dos caracteres físicos e psicológicos, bem como sobre os núcleos celulares. Assim, emoções fortes, tais como medos, cóleras, agressividades, ciúmes, provocam uma forte descarga de adrenalina na corrente sanguínea, graças às glândulas supra-renais. Essa ação emocional, reagindo no corpo físico, produz a elevação da taxa de açúcar e promove mais forte contração muscular e uma volumosa irrigação sanguínea, bem como aumenta sua capacidade de coagulação. A repetição deste fenômeno provoca várias doenças, como a diabetes, a artrite, a hipertensão, etc., evidenciando o fato de que na raiz de cada enfermidade física existe um componente psíquico, emocional ou espiritual. Assim, em razão da desarmonia psíquica, desajustam-se os centros de energia da criatura, facultando a ocorrência de processos orgânicos patológicos, provocados por vírus e bactérias que se instalam em seu organismo. Por outro lado, os impulsos primitivos do corpo, não disciplinados, provocam estados ansiosos ou depressivos, sensação de inutilidade, receios ou inquietações que se expressam ciclicamente e que a longo prazo se transformam em neuroses, psicoses e perturbações mentais. Conscientizar-se desta realidade é despertar para os valores ocultos que, não interpretados, continuam produzindo desequilíbrios e somatizando doenças, como mecanismos degenerativos, na organização somática. Assim, a harmonia entre os campos mental e físico deve prevalecer a favor do equilíbrio da criatura que busca despertar para as atribuições e finalidades elevadas da vida, dando rumo correto e edificante à sua reencarnação. Quando a mente elabora conflitos, ressentimentos, ódios que se prolongam, os dardos reagentes disparados desatrelam as células de seus automatismos, degenerando-as e dando origem a tumores de vários tipos, especialmente os cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as agride. Outras vezes, os anseios insatisfeitos dos sentimentos convergem como força destruidora, esfacelando a organização celular e a respectiva mitose, facultando o surgimento de focos infecciosos resistentes a toda a terapêutica, enquanto permanecer o centro desencadeador do processo vibrando negativamente contra a saúde. Vinganças disfarçadas voltam-se contra o organismo físico e mental daquele que as acalenta, produzindo úlceras cruéis e distonias emocionais perniciosas, que empurram a criatura para estados desoladores. Ideias não digeridas ressurgem em processos enfermiços como mecanismos autopurificadores. Angústias cultivadas ressumam como distonias nervosas, enxaquecas, desfalecimentos, camuflando a necessidade de valorização do perdão. Dispepsias, indigestões, hepatites, originam-se nos aconchegos do ódio, da inveja, do medo, da competição malsã – geradora da ansiedade. O desamor pessoal, os complexos de inferioridade¸ as mágoas sustentadas pela autopiedade, as contrariedades próprias aos de temperamento forte, resultam em cânceres de mamas, de próstata, taquicardia, disfunções cardíacas, enfartos, etc. Impetuosidade, violência, queixas sistemáticas, desejos insaciáveis, respondem por derrames cerebrais, estados neuróticos, psicoses de perseguição, etc. As enfermidades, sobre outro aspecto, podem ser consideradas como processo de purificação, especialmente aquelas de grande porte, as que se alongam quase que indefinidamente, tornando-se mecanismos de sublimação das energias grosseiras que constituem o ser nas suas fases iniciais de evolução. É imprescindível um constante renascer do indivíduo, pelo renovar da sua consciência, aprofundando-se no autodescobrimento, a fim de mais seguramente identificar-se com a realidade e absorvê-la. Esse autodescobrimento faculta uma tranquila avaliação do que ele é, e de como está, oferecendo os meios para torná-lo melhor, alcançando assim o destino que o aguarda. De imediato apresenta-se a necessidade de levar em conta a escala de valores existenciais, a fim de discernir quais aqueles que merecem primazia e os que são secundários, de modo a aplicar o tempo com sabedoria e conseguir resultados favoráveis na construção do futuro. Essa seleção de objetivos dilui a ilusão – miragem perturbadora elaborada pelo ego – e estimula a criatura a assumir o comando das suas aspirações, rompendo as camadas do inconsciente. Pode-se dizer que a criatura, a partir desse momento, passa a criar-se a si mesma, de forma lúcida, desde que, por automatismo, ela o vem fazendo através de mecanismos atávicos próprios da lei de evolução.  Quanto mais consciente a criatura, mais saudáveis os seus equipamentos para o desempenho das relevantes tarefas que lhe estão reservadas, salvo os casos em que, por opção pessoal, ela procure cumprir vivências mais difíceis.  O pensamento salutar e edificante flui pela corrente sanguínea como tônus revigorante das células, passando por todas elas e mantendo-se em harmonia com o ritmo das finalidades que lhes dizem respeito.  O oposto também ocorre, realizando o mesmo percurso, mas perturbando o equilíbrio a criatura. A conscientização da responsabilidade imprime ao homem destino feliz, pelo fato de poder compreender a transitoriedade do percurso carnal, com os olhos fitos na imortalidade de onde procede, em que se encontra e para a qual ruma, pois que ninguém jamais sai da vida. Adequando-se à saúde e à harmonia, a mente, o pensamento, as emoções e o corpo, receberão as cargas vibratórias benfazejas, favorecendo-se com a disposição para os empreendimentos idealistas, libertatórios e grandiosos, que podem ser conseguidos na Terra graças às dádivas da reencarnação. Assim, portanto, cada um é o que lhe apraz e pelo que se esforça, não sendo facultado a ninguém o direito de queixas, face ao princípio de que todos os indivíduos dispõem dos mesmos recursos, das mesmas oportunidades, que empregam segundo o seu livre-arbítrio, naquilo que realmente lhes interessa.”   Enfim a saúde, podemos dizer, não se refere somente ao corpo físico. A saúde é algo mais amplo, é a expressão natural do corpo, da mente e da alma quando eles estão em harmonia com a Vida. Temos a nosso favor um mecanismo que é altamente poderoso, que é a prece. A prece é uma invocação, por ela nós estabelecemos uma relação mental com Deus. Diz Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, que o homem atrai os bons Espíritos, que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e inspirar-lhes bons pensamentos. Adquire assim a força moral necessária para viver e vencer as dificuldades espirituais e físicas. Através da prece ele encontra forças para resistir as tentações e revoltas, tão comum aos seres, quando se encontram doentes.”  Jesus um sábio conhecedor dos segredos do corpo e da alma, disse que: “os olhos são as lâmpadas do corpo”. Quando a luz dos olhos é negra o mundo todo fica mergulhado em trevas. Quando a luz dos olhos é colorida, o mundo todo vira um arco-íris”. O mundo não muda. Mudam-se os olhos com que o vemos.    Na questão 833, de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, temos: “É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo.”  Na mente está a base da nossa vida ativa e o pensamento é o veículo que conduz o que nela produzimos. Nossas deliberações, escolhas, renúncias, decisões nascem em nossa mente e são comunicadas para o exterior através do pensamento. Assim, todas as ações que movimentam a nossa vida têm origem na mente. Diante disso, dentro da sabedoria que lhe é própria, Jesus sentenciou: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”, informando-nos a importância e a necessidade do controle mental. Uma vez que o mundo exterior toma conhecimento da nossa intimidade através da emissão dos pensamentos, é natural que devamos equilibrá-los, censurando o que não é devido e correto e permitindo multiplicar o que é nobre e sublime, porque a partir da emissão deles receberemos os reflexos naturais que decorrem das suas trajetórias. A ideia de uma boa ação ou de uma atitude infeliz começa na mente e é informada pelo pensamento.  Jesus primeiro pediu que vigiássemos o pensamento e depois sugeriu a oração como complemento, visando conter o ímpeto nefasto do mal e dando vazão aos sentimentos imprescindíveis do bem. Temos plena consciência de que ainda estamos bem distantes da perfeição, mas, aprendendo, no dia a dia, a ajustar mente e pensamento, aos poucos vamos saindo da condição inferior que nos acolhe para uma postura de superioridade moral.  Para encerrar nossa reflexão dessa noite, vou ler um trecho do livro Luz Acima, psicografia de Chico Xavier, pelo espirito Irmão X: Certa feita, Simão Pedro perguntou a Jesus: – Senhor, como saberei onde vivem nossos maiores inimigos? Quero combatê-los, a fim de trabalhar com eficiência pelo Reino de Deus. Iam os dois de caminho entre Cafarnaum e Magdala, ao sol rutilante de perfumada manhã. O Mestre ouviu e mergulhou-se em longa meditação.Insistindo, porém, o discípulo, ele respondeu benevolamente: – A experiência tudo revela no momento preciso. – Oh! exclamou Simão, impaciente a experiência demora muitíssimo. O Amigo Divino esclareceu, imperturbável: – Para os que possuem olhos de ver e ouvidos de ouvir, uma hora, às vezes, basta ao aprendizado de inesquecíveis lições. Pedro calou-se, desencantado. Antes que pudesse retornar às interrogações, notou que alguém se esgueirava por trás de velhas figueiras, erguidas à margem. O apóstolo empalideceu e obrigou o Mestre a interromper a marcha, declarando que o desconhecido era um fariseu que procurava assassiná-lo. Com palavras ásperas desafiou o viajante anônimo a afastar-se, ameaçando-o, sob forte irritação. E quando tentava agarrá-lo, à viva força, uma risada se fez ouvir. A suposição era injusta. Ao invés de um fariseu, foi André, o próprio irmão dele, quem surgiu sorridente, unindo-se à pequena caravana. Jesus endereçou expressivo gesto a Simão e obtemperou: – Pedro, nunca te esqueças de que o medo é um adversário terrível. Recomposto o grupo, não haviam avançado muito, quando avistaram um levita que recitava passagens da Tora e lhes dirigiu a palavra, menos respeitoso. Simão inchou-se de cólera. Reagiu e discutiu, longe das noções de tolerância fraterna, até que o interlocutor fugiu, amedrontado. O Mestre, até então silencioso, fixou no aprendiz os olhos muito lúcidos e inquiriu: – Pedro, qual é a primeira obrigação do homem que se candidata ao Reino Celeste? A resposta veio clara e breve: – Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. – Terás observado a regra sublime, neste conflito? continuou o Cristo, serenamente recorda que, antes de tudo, é indispensável nosso auxílio ao que ignora o verdadeiro bem e não olvides que a cólera é um perseguidor cruel. Mais alguns passos e encontraram Teofrasto, judeu grego dado à venda de perfumes, que informou sobre certo Zeconias, leproso curado pelo profeta nazareno e que fugira para Jerusalém, onde acusava o Messias com falsas alegações. O pescador não se conteve. Gritou que Zeconias era um ingrato, relacionou os benefícios que Jesus lhe prestara e internou-se em longos e amargosos comentários, amaldiçoando-lhe o nome. Terminando, o Cristo indagou-lhe: – Pedro, quantas vezes perdoarás a teu irmão? – Até setenta vezes sete replicou o apóstolo, humilde. O Amigo Celeste contemplou-o, calmo, e rematou: – A dureza é um carrasco da alma. Não atravessaram grande distância e cruzaram com Rufo Grácus, velho romano semiparalítico, que lhes sorriu, desdenhoso, do alto da liteira sustentada pelos escravos fortes. Marcando-lhe o gesto sarcástico, Simão falou sem rebuços: – Desejaria curar aquele pecador impenitente, a fim de dobrar-lhe o coração para Deus. Jesus, porém, afagou-lhe o ombro e ajuntou: – Por que instituiríamos a violência no mundo, se o próprio Pai nunca se impôs a ninguém? E, ante o companheiro desapontado, concluiu: – A vaidade é um verdugo sutil. Daí a minutos, para repasto ligeiro, chegavam à hospedaria modesta de Aminadab. À mesa, um certo Zadias, liberto de Cesárea, se pôs a comentar os acontecimentos políticos da época. Indicou os erros e desmandos da Corte Imperial, ao que Simão correspondeu, colaborando na poda verbalística. Dignitários e filósofos, administradores e artistas de além-mar sofreram apontamentos ferinos. Tibério foi invocado com impiedosas recriminações. Finda a animada palestra, Jesus perguntou ao discípulo se acaso estivera alguma vez em Roma. O esclarecimento veio depressa: – Nunca. O Cristo sorriu e observou: – Falaste com tamanha desenvoltura sobre o Imperador que me pareceu estar diante de alguém que com ele houvesse privado intimamente. Em seguida, acrescentou: – Estejamos convictos de que a maledicência é algoz terrível. O pescador de Cafarnaum silenciou, desconcertado. O Mestre contemplou a paisagem exterior, fitando a posição do astro do dia, como a consultar o tempo, e, voltando-se para o companheiro invigilante, acentuou, bondoso: – Pedro, há precisamente uma hora procurava situar o domicilio de nossos maiores adversários. De então para cá, cinco apareceram, entre nós: o medo, a cólera, a dureza, a vaidade e a maledicência… Como reconheces, nossos piores inimigos moram em nosso próprio coração. E, sorrindo, finalizou: – Dentro de nós mesmos, será travada a guerra maior. Retirei a seguinte reflexão do livro Minutos de sabedoria, de  Carlos Pastorino: “Saiba dominar-se e vencer a si mesmo.  Vitorioso não é aquele que vence os outros, mas o que se vence a si mesmo, dominando seus vícios e superando seus defeitos.  A vitória sobre si mesmo é muito mais difícil, e quem consegue isto pode ser classificado como verdadeiro herói.  Aprenda a dominar-se, e jamais desanime.  Se desta vez não conseguiu, recomece e um dia sairá vitorioso! " Paz e Luz para todos!


Fontes: https://www.facebook.com/centroespiritadeSR/posts/2459913030902849
https://serespirita.com.br/quando-a-alma-adoece/