quinta-feira, 9 de maio de 2019

VITIMISMO


Hoje o tema do nosso estudo VITIMISMO.  Você sabe o que é o vitimismo? Vamos ver o que o dicionário nos diz sobre isso: “vitimismo é um sentimento de ser vítima; sensação de quem está ou foi sujeito à opressão, maus-tratos, arbitrariedades, discriminação etc., Está na mesma linha do “coitadismo”, que tem a ver com autopiedade; vocação para ser vítima; modo de ver a vida que demonstra complacência e/ou piedade em relação aos seus próprios problemas, decepções, desgostos etc. O vitimismo é um poço de sentimentos negativos, dele surge a tendência para culpar os outros (o pai, a mãe, os irmãos, a sociedade, a vida, o mundo, o destino, Deus) e fazer deles os responsáveis pelas próprias desgraças. Também definido como um sentimento, emoção ou comportamento de pena de si mesmo diante das adversidades da vida. Pode envolver desde um comportamento breve, ocasional e transitório até um traço de personalidade central que causa sofrimento a si e aos outros. Acredito que todos nós já ouvimos falar sobre isso não é?!... Como seres humanos em processo de evolução espiritual, não temos como não termos experimentado isso em algum momento de nossa vida. Mas esse sentimento deve ser breve, não podemos nos ater a termos pena de nós por muito tempo, até porque o mundo não pára. Todos os dias que o sol nasce e acordamos temos várias decisões a tomar, mesmo que não prestemos atenção nisso, mas nosso dia a dia é cercado de decisões que vai desde o que comer no café da manhã, até que horas devemos dormir. Isso tem a ver com escolhas e escolhas tem a ver com consequências, responsabilidades. E é aí também entra o vitimismo. Quando escolhemos errado e não era bem isso que a gente tinha pensado, mas não admitimos que a escolha foi nossa. O vitimismo, que é uma doença, começa na infância e age sorrateiramente. Você já conheceu alguém que vive dizendo: ‘ninguém gosta de mim‘ ‘ai, como eu sofro‘, ‘o mundo não é justo‘; ‘eu nunca tenho sorte‘ e por aí vai num eterno muro de lamentações. Quem age como vítima sabota a si próprio e deixa de atuar como o protagonista da própria história. Essa é uma postura autodestruidora que acaba com qualquer possibilidade de autonomia, de desenvolvimento e de maturidade individual perante a vida. Pessoas vitimas reclamam de tudo, é gente que cultua problemas e compete para que as dificuldades dela sejam sempre maiores que as dos outros. Quando você vai contar algo de ruim que te aconteceu, essa pessoa, com certeza irá contar algo pior que aconteceu com ela.  O psicoterapeuta Carl Jung disse que: “aquilo que não enfrentamos em nós mesmos acabaremos encontrando como destino”.  Diz respeito a Lei da Atração. Então, como eliminar o coitadismo, a pena de si mesmo? Sem dúvida, isso é possível e pode ocorrer pela reforma interior, se conhecendo, se aceitando, tendo paciência consigo mesmo e tentando mudar, de pouquinho, dia após dia, buscando ser melhor sem a ambição de querer ser santo. O filósofo Sêneca disse que: “faz parte da cura o desejo de ser curado”. Por isso a pessoa vitima continua, muitas vezes, sendo vitima por toda uma vida, porque ela descobriu, em algum momento da vida dela que ela ganha muito mais sendo vitima. É quando ela percebe que pode ser melhor culpar os outros e o mundo do que assumir responsabilidades pelas próprias escolhas. Mesmo que ela saiba que a felicidade própria esteja na mudança, vai preferir agir como um coitado. Isso é chamado zona de conforto. Afinal, ser vitima também é uma escolha.  E tem mais, a vítima acha que só por que o outro tem mais do que ela, é obrigação dele ajudá-la, impõe que as pessoas a ajudem e lhe deem o que ela precisa. Conviver com gente que se acostumou a ser vitima não é algo muito fácil, porque qualquer tentativa que tenhamos de lançar um olhar mais positivo para animá-la, confortá-la ou incentiva-la a sair disso é bombardeado pelas justificativas das desgraças vividas. Ser, ou melhor, parecer uma vítima, tem mais uma vantagem: uma pessoa que é vítima de algo, de uma forma ou de outra, acaba sendo poupada das críticas dos outros e conta com a compaixão e a compreensão de muitas pessoas, independente do que tenha feito. Na verdade, aqueles que questionam as ações de uma suposta vítima pode até mesmo serem vistos como insensíveis. Mas a vida não tem pena de ninguém, porque do ponto de vista espiritual, não existem vítimas. Existe apenas o plantar e colher, ao longo de nossas sucessivas existências. Do ponto de vista espiritual, até as tragédias mais tristes não passam de desafios a serem enfrentados e superados.  Em o Livro dos Espíritos, Allan Kardec registrou: “Todas as nossas ações são submetidas às leis de Deus; não há nenhuma delas, por mais insignificante que nos pareçam, que não possam ser uma violação dessas leis. Se sofremos as consequências dessa violação, não nos devemos queixar senão de nós mesmos, que nos fazemos assim os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade futura.” Vou ler um texto do médium Luis Gasparetto, que já desencarnou e quando estava encarnado sempre trouxe temas polêmicos para o debate. O texto chama: “O vitimismo”: “A grande maioria das pessoas atribui à sorte, ao azar, ao acaso ou a um poder superior a causa e o comando de tudo que lhes acontece na vida. Com isso, jamais procuram verificar a verdade sobre os fatos. Elas preferem optar por uma atitude conformista ou comodista, alimentando uma postura interna de vítimas que as faz sentirem-se coitadas. Ficam hipnotizadas pela ideia de impotência diante de certos acontecimentos que consideram difíceis e sobre os quais não querem ter nenhum controle ou responsabilidade. É comum, nas situações dolorosas que afetam a elas mesmas ou os outros, as pessoas se acovardarem, em vez de resistirem com coragem e determinação.  Quando não compreendem a causa de certos acontecimentos catastróficos, alguns justificam seu comodismo com frases como: “Deus ou o destino quis assim” ou “Não aconteceu porque não era para ser”. Outros preferem se revoltar a procurar desvendar a verdadeira realidade dos fatos. Reagir com comodismo ou revolta é preservar uma atitude de vítima. O “vitimismo” é sem dúvida o maior empecilho ao progresso da humanidade. Você também pensa dessa maneira? Acredita que sorte, azar, acidentes, catástrofes, dramas, alegrias, enfim, as coisas que acontecem em sua vida são independentes de sua vontade? Considera que o acaso provoca as situações ruins? Imagina que existe algo movimentando sua vida e que você mesmo não tem participação alguma? Pensa que seus problemas são causados pela inveja dos outros ou pelo destino e não por sua condição interna? Se você acredita nisso, provavelmente vive nas teias amargas do “coitado”, pois se deixa levar ao sabor dos acontecimentos, já que está sob o domínio de uma força que considera ser independente de sua vontade. Pensar dessa maneira causa-lhe complicações e sofrimentos que reprimem a expressão de vida. Aquele que se julga vítima acredita que está no mundo para sofrer. Alimentar pensamentos dessa ordem não lhe permitirá usar seu poder de transformar os acontecimentos desagradáveis e edificar uma vida melhor. De modo geral, o ser humano crê na fatalidade, no acaso e na negligência. Quando “acidentes” acontecem, as pessoas imediatamente definem as ocorrências, sem dar a chance de perceber se há uma outra forma de encarar os fatos. Explicar algo classificado como fatalidade não é uma tarefa fácil. Compreender o que está por trás de um acontecimento ruim exige certa predisposição a acatar o novo e abandonar os conceitos impregnados na humanidade. Um acidente parece sempre algo inexplicável, e o acaso um mistério agindo aleatoriamente. Pensar desse modo é o mesmo que considerar que o nada pode fazer tudo, como realizar feitos extraordinários, provocar acidentes, promover sua demissão do emprego, fundir o motor de seu carro, causar uma infestação de cupins em sua casa e uma série de outros males que o rodeiam. Olhar a vida por essa óptica é acreditar que somos vítimas dos mecanismos naturais. A ideia de sermos vítimas das fatalidades não é a melhor concepção de vida. É inaceitável crer que um ser superior governe tudo como um déspota ou mesmo que é o acaso que provoca todos os contratempos na vida das pessoas. Assim também não se pode acreditar que a natureza é caótica a ponto de cometer alguns lapsos em seus intrincados mecanismos de funcionamento. A natureza é sábia, portanto para toda ação há sempre uma causa, mesmo quando nossa inteligência não consegue alcançar o conhecimento dos processos da vida. Quem segue sua intuição e busca uma outra visão dos acontecimentos, rompendo com a concepção do acaso e da injustiça, acaba encontrando as respostas para as ocorrências desagradáveis. Experimente desafiar a ideia de fatalidade e busque a consciência das verdadeiras causas. Não acredite cegamente no que lhe foi passado. Procure obter uma vivência prática, observe as sensações de seu corpo, dê vazão à intuição. Esse procedimento possibilita desvendar a realidade dos acontecimentos. O “vitimismo” é uma forma infantil de lidar com os fatos. De que modo então poderemos compreender os acidentes, as catástrofes e as situações problemáticas ou maravilhosas, se não cremos mais no acaso, se não responsabilizamos os outros, tampouco os atribuímos à vontade divina ou aos imperativos da vida? Qual a explicação plausível para o que acontece de bom ou prejudicial em nossa vida? A resposta é: Você é a causa de tudo! É o centro de sua vida e senhor de seu próprio destino. Caso suas condições de vida não estejam a contento e ela esteja repleta de impedimentos, relacionamentos difíceis, escassez de recursos econômicos, doenças, etc., é sinal de que você não está fazendo uso adequado de seus poderes naturais, os quais comandam seu destino. Acatar a consciência metafísica é abandonar o pretexto de atribuir ao externo suas frustrações internas; é reconhecer em si mesmo o referencial manifestador que cria a realidade, atraindo para si tudo de bom ou ruim que lhe acontece na vida. A vantagem dessa mudança é que você resgata o poder natural e passa a ter capacidade para transformar as situações desagradáveis que estão à sua volta, alterando o curso de sua vida para melhor. Se de um lado você perde o álibi que justifica suas inabilidades, por outro adquire o poder interior de intervir nas situações externas. Essa postura vai tirá-lo da passividade e da dependência dos outros ou da concessão das forças naturais, proporcionando as condições internas necessárias para edificar uma vida nova. Inicialmente você pode estranhar essa nova concepção de vida. Para muitas pessoas é difícil pensar assim, aceitar como verdade o fato de que são elas que põem em movimento tudo que lhes acontece e não mais responsabilizar alguém — nem mesmo Deus — pelo que se passa com elas. Você está disposto a encarar a vida por uma nova óptica? Isso exige parar de se colocar como vítima e se dar uma chance de estudar os acontecimentos por um outro ângulo. Esta é uma tarefa que requer tempo, observação e dedicação, porém os resultados serão promissores. Empenhar-se na reformulação interior é um importante passo para o sucesso e a realização pessoal. Essa conduta opera significativas mudanças em sua forma de pensar e agir. Renovado interiormente, você se tornará mais perspicaz para compreender o motivo de sua vida, seguir um caminho e não outro, e o significado de tantas adversidades. A vida não é estúpida nem inconsequente, tampouco somos vítimas, mas sim os condutores de nosso próprio destino. Mediante isso você não deve se sentir culpado. Se sua postura ao longo da vida foi de omissão, assuma a responsabilidade. Ser responsável é ter habilidade natural de criar respostas, passando a conduzir sua vida de forma consciente. Lúcido de seu direito de escolha, você vai agir com mais segurança, podendo evitar aborrecimentos e alcançar mais rápido a felicidade. Não confunda responsabilidade com obrigação. Obrigação é forçar você a fazer algo contra sua natureza, e responsabilidade é a consciência de seu poder de causar reações no mundo. Ser responsável é reconhecer e respeitar os próprios sentimentos, usar de bom senso e assumir o direito de escolha, podendo dar ou tirar a importância do que acontece ao redor. Você pode optar entre o positivo e o negativo de uma situação. Encarar os fatos com otimismo é considerar as perspectivas favoráveis, e com pessimismo é aceitar a derrota por antecedência. A qualquer momento pode-se acreditar ou desacreditar, só depende de você". Encerro nosso estudo de hoje lendo mais uma história do nosso amado Chico Xavier: “Alguns membros da Juventude Espírita do Distrito Federal e de Belo Horizonte visitavam o Chico. Antes de começar a Sessão do LUIZ GONZAGA, palestravam animadamente sobre assunto de Doutrina e a tarefa destinada aos moços espíritas. Uma jovem inteligente, desejando orientação e estímulo, colocou o Chico a par das dificuldades encontradas para vencerem o pessimismo de uns, a quietude e a incompreensão de muitos. Poucos queriam trabalho sacrificial, testemunhador do Roteiro evangélico, que estava a exigir dos jovens uma vida limpa, correta, vestida de abnegação e renúncia. Desejavam colher sem semear. O Chico ouviu e considerou: — O trabalho das Juventudes, com Jesus, tem que ser mesmo diferente. Sua missão será muito difícil e por isso gloriosa. Nisso recebe de Emmanuel esta elucidação envolvida na roupagem pobre de nosso pensamento: “Há a cruz de ouro e a cruz de palha, simbolizando nossas Tarefas. A de ouro, a mais procurada, pertence aos que querem brilhar, ver seus nomes nos jornais, citados, apontados, elogiados, como beneméritos. Querem simpatia e bom conceito. Se tomam parte em alguma Instituição, desejam, nela, os lugares de mando e de evidência. Querem cargos e não encargos. A de palha, a menos procurada, no entanto, pertence aos que trabalham como as abelhas, escondidamente e em silêncio. Lutam e caminham, com humildade, na certeza de que por muito que façam, mais poderiam fazer. Não se ensoberbecem dos triunfos, antes se estimulam e se defendem com oração e vigilância, sentindo a responsabilidade que assumiram como chamados, por Jesus, à Tarefa Diferente. Entendem a serventia das mãos e dos pés, dos olhos e da mente, do coração, enfim, colocando amor e humildade em seus atos, nos serviços que realizam. Por carregarem a cruz de palha, toleram o vômito de um, o insulto de mais outro, a incompreensão de muitos, testemunhando a caridade desconhecida, oferecendo, com o sofrimento e a renúncia, com o silêncio e o bom exemplo, remédios salvadores aos companheiros que os adversam, os ferem e desconhecem a vitória da segunda milha”. Os jovens presentes estavam satisfeitos. De seus olhos, órgãos musicais da alma, saíam notas gratulatórias exornando o ambiente feliz que viviam. De mais não precisavam. Entenderam o Trabalho que lhes cabia realizar nas Terras do Brasil, o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho. Linda lição com vista também aos velhos, a todos que conseguem ouvir Jesus na hora em que poucos O ouvem.
Meus irmãos, lembremos sempre que a oração, sempre de grande valia, trás conforto e força para superarmos as dificuldades da vida. Sempre somos ouvidos e atendidos quando oramos com fervor e sinceridade, porém, muitas vezes, não somos atendidos da forma que pedimos e nem na hora que esperamos, porque somente a Providência Divina sabe o momento correto de agir levando em conta o que é melhor para o nosso aprendizado.
Que Jesus nos conceda a cura do corpo e da alma!   

Paz e luz para todos.


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