quarta-feira, 7 de agosto de 2019

SER PAI

Hoje falaremos sobre SER PAI, tendo em vista que no próximo domingo comemoramos o dia dos pais, trago uma reflexão sobre a figura paterna em nossas vidas. Primeiro vamos definir o significado da palavra PAI. Do latim pater, a palavra pai designava, originalmente, toda pessoa que dava origem a outro ser. Já definiam os romanos que “is est pater quem justae nuptiae demonstrant” (o pai é aquele que o matrimônio legítimo indica). E nesta condição, todos os descendentes a ele se vinculavam sem poder de oposição, onde se incluía a própria esposa.  Até o século XX convivemos no Brasil com o pátrio poder onde todas as decisões da família eram tomadas só pelo homem da casa, tendo a esposa apenas participação colaborativa e de procriação, mas nunca decisiva. Com o novo Código Civil, em vigor desde 2003, substituiu-se esta expressão pátrio poder para poder familiar, onde marido e mulher, juntos, decidem sobre o destino da família. Tradicionalmente no Brasil o dia dos pais é comemorado no segundo domingo de agosto.  Conta a história que o primeiro registro dessa comemoração teve origem na antiga Babilônia, há cerca de 4 mil anos, por meio da homenagem de um jovem a seu pai, simbolizada por um cartão moldado em argila expressando votos de sorte, saúde e vida longa. O acontecimento serviu de inspiração para que diversas nações adotassem tal comemoração, embora em datas diferentes. Você já parou para pensar qual o papel da figura paterna nas relações familiares? E como esse relacionamento influenciou sua personalidade e suas escolhas no dia de hoje? O psicoterapeuta alemão Bert Hellinger disse: “Somente pela mão do pai a criança ganha um caminho para o mundo”. As mães não podem fazê-lo. O amor do pai não é cuidadoso como é o amor da mãe. O Pai representa o espírito, por isso o olhar do pai vai para a amplitude. Enquanto a mãe se movimenta dentro do lar nos cuidados da família, o pai pode levar os filhos para além desses limites, para uma amplitude diferente. Dentro da família, as figuras materna e paterna devem ter prioridades iguais, pois criam a família juntos, em relação aos filhos, ambos são igualmente grandes, cada um dentro de sua função. Porém Deus, excelente nos detalhe determinou que a vida começasse dentro do útero materno. Dentro dela somos concebidos, dentro dela nós crescemos. Ela é tudo para nós, com ela experimentamos a unidade, um ser único, até  nascermos. Enquanto a mãe alimenta o bebe, o pai cuida da segurança. Num primeiro momento, o trabalho mais pesado é da mãe, mas o tempo passa, o filho cresce e a depois de garantida a sobrevivência dos primeiros anos pela mãe, cabe ao pai guiar o filho para o mundo, para a descoberta, para o voo. Quando negamos a relação com o pai, por qualquer que seja o motivo, estamos negando a nós mesmos. Fica difícil olhar para nossa própria força. O pai é o futuro, é ele que abre os caminhos. O Pai deve nos levar para o mundo, apresentar oportunidades, abastecer nossa coragem quando necessário. Fazer com que sigamos em frente e permitir que cresçamos. Quando dizemos que o pai não gosta da gente, dizemos no fundo, que gostaríamos que esse pai fosse diferente, desejamos mudar esse homem. Essa situação causa um enorme vazio. Ao falarmos que não precisamos do Pai, a ferida se abre ainda mais. Essa relação é complexa. Ao contrário do que muita gente pensa, ser pai implica muita responsabilidade, e, sem qualquer exagero, constitui verdadeira missão. Tem uma frase que diz: “É fácil fazer um filho. O difícil é ser pai”.  Em  o “Livro dos Espíritos”, na questão 491, ao tratar do Espírito Protetor ou Anjo da Guarda define a sua missão como sendo a de um pai com relação aos filhos: “A de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida”. Como vemos isso não é pouca coisa. Primeiro, porque equipara a missão do pai (biológico ou não) à do Espírito Protetor ou Anjo da Guarda. Segundo, porque guiar o filho pela senda do bem, auxiliá-lo com conselhos, consolá-lo em suas aflições e levantar-lhe o ânimo nas provas da vida não é tarefa simples. E a tarefa não é simples porque vivemos na Terra, um planeta de expiações e de provas, de categoria inferior no Universo, onde imperam o mal e a imperfeição. Também pelo fato de sermos seres imperfeitos e ao mesmo tempo sequer temos consciência da nossa pequenez e pior que tendemos a achar que tudo já sabemos - tipo o “dono da verdade”. Um bom encaminhamento dos filhos exige firmeza, consciência, conhecimento, dedicação, empenho e, sobretudo, exemplos, tudo isto regado com muito amor. Quando falamos que se educa melhor dando bons exemplos, todos sabemos, de cór e salteado, que um exemplo vale mais do que mil palavras, por isso é necessário, antes de sermos pais ou mães, fazermos nossa Reforma Interior para podermos dar o melhor de nós aos filhos de Deus que recebemos como empréstimos. A forma como o pai e a mãe devem tratar e criar os filhos sempre foi objeto de polêmica e muitos pais ficam em dúvidas sobre como educar sua prole, até porque não existe receita pronta, pois, dentro da visão espirita, cada filho é um espirito em evolução, com missão diferente. A figura do pai e da mãe são igualmente fundamentais para que a criança cresça com saúde mental, emocional e física. Por mais que os primeiros contatos sejam com a mãe, o pai não deve ser aquela figura distante e autoritária, o mundo já evoluiu, e essa ideia deve ser revista. Voltamos a repetir: a responsabilidade com os filhos é igual para pai e mãe. Por isso, quando um pai ajuda a trocar as fraldas, dá banho, ensina e cuida, ele não está “ajudando”, sendo “gentil”, apenas está cumprindo com a sua função e exercendo a paternidade. Um pai de verdade está sempre presente e assume a responsabilidade. O  Espírito Thereza de Brito, através psicografia do médium Raul Teixeira, no livro “Vereda Familiar” orienta: “Você sabe que ser pai no mundo é honrosa oportunidade com que Deus brinda o homem, com que abençoa a masculinidade, homenageando a sua função co-criadora, ao lado da mulher que se fez mãe pelos vínculos carnais… Você pode e necessita, meu amigo, na condição de genitor, participar desse luminoso esforço, que é o de conduzir ao Criador as almas que lhe foram apresentadas na função de filhos… Mas não se esqueça de que todas as suas orientações, palavras e ensinos se ruirão por terra, se você apenas quiser ensinar, sem que viva, nobremente, os ensinos que ministra”.  Podemos ler em “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec e os Espíritos da Codificação falam da responsabilidade dos pais pela educação dos filhos.  Na questão 208 de “O Livro dos Espíritos”, podemos ler: “O espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação; isso é para ele uma tarefa. Se nela falhar, será culpado”. Na questão 582, lemos igualmente que “Este dever implica, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro”.  Em vários trechos que este assunto é trazido como referência, ressalta a seriedade do compromisso espiritual assumido pelos pais e mães, de possibilitar a um Espírito a chance de encarnar naquele núcleo familiar. Mas seriam os filhos resultado de um descuido com os métodos contraceptivos? Não, pois os filhos não são frutos do acaso, apesar de surgirem em nossas vidas, em muitas vezes, fora de hora. O acaso não existe, o que existe é o cumprimento de uma lei de amor e justiça. No momento propício, as almas se reúnem sob laços de família para colaborarem uns com os outros na superação de problemas e na conquista da harmonia e da felicidade. A vida na Terra é um projeto educacional, onde a lei divina dá ao Espírito a oportunidade do renascimento junto a seres que têm condições de ajudá-lo a realizar seu aprimoramento. Quanto a isso o espirito “Irmão da Paz”, em psicografia de Luconi,  datada de 13-08-2017 esclarece: “Tantos e tantos são pais sem realmente o serem. tantos e tantos carregam isso como um fardo, tantos e tantos nem como fardo carregam, tantos e tantos ignoram simplesmente o fato. Outros já acreditam realmente, que ser pai é prover, prover alimentos, moradia e vestimenta, se tiver condições estudos, e aqueles que são bem abastados, proporcionar lazer e luxos pequenos e grandes. Mas ainda existem aqueles que realmente deixam fluir dentro de si o sentimento do que realmente é ser um pai. E o que seria ser um pai? Amar simplesmente.. amar e deixar este amor o direcionar. Proteger ensinando como não tropeçar, direcioná-los para os verdadeiros valores da vida através de seus próprios exemplos, corrigi-los de forma a não humilhá-los, mas sim mostrando-lhes com paciência onde e por que erraram, amparar sem tirar-lhes o direito de escolher seus caminhos, dar o ombro amigo na hora das decepções da vida, dar o abraço aconchegante na hora que se sentirem desamparados como a querer dizer-lhes eu estou aqui, festejar com eles suas vitórias por mais que você as ache pequenas, valorizar seus feitos mesmo que você ache que são apenas obrigações normais da vida, demonstrar sempre o seu amor não com palavras, mas com atitudes. Ser pai é ser o companheiro de todas as horas, é ser o amigo que está sempre presente mesmo estando distante, é ser o mestre que sabe conduzir o pupilo compreendendo que cada ser é um mundo a parte e por isso tem necessidades e anseios diferentes que os seus, ser pai é ser humano a ponto de admitir suas fraquezas e mostrar-lhe aonde foram os seus erros na estrada da vida, é ensinar-lhe que ninguém é perfeito, que aqui estamos para aprender e que todos têm muito a ensinar, ser pai é respeitar antes de tudo o ser humano que seus filhos são. Ser pai é um desafio constante e aquele que se sente realmente feliz em enfrentá-lo, sentirá que sempre valerá muito a pena. Ser pai não é o filho ter o mesmo sangue que o seu, ser pai é amar e receber uma criança em seu coração  de tal forma que ela ocupará todo seu espaço e você nunca mais caminhará a esmo pois sempre pesará as consequências de seus atos na vida de seu filho. “A criança colocada em teu caminho, é bênção Divina para teu próprio crescimento, tenha certeza você muito se beneficiará por mais dificuldades que enfrente”.  No livro O Evangelho de Chico Xavier, de Carlos Bacelli, o médium mineiro escreveu uma frase que deveria ser lida pelos pais, todos os dias: “Várias vezes visitei com Emmanuel e André Luiz as regiões do Umbral... Não vi por lá uma criança sequer, mas pude observar muitos pais que se responsabilizaram pela queda dos filhos – mais pais do que mães! Muitas mulheres são vítimas de seus maridos, foram abandonadas por eles, lutando sozinhas com a educação dos filhos... É um caso difícil”. A colocação de Chico deve nos chamar a atenção para com o dever da paternidade responsável, aquela que se faz presente, que acompanha passo a passo a mãe no desenvolvimento dos filhos, com equilíbrio de responsabilidades e, principalmente, dedicação, que fará muita diferença no desenvolvimento da criança. Como vimos meus irmãos, todo pai que virar as costas para essa dádiva de receber um filho de Deus terá isso anotado no seu “livro da vida”, e com certeza, terá problemas na hora da prestação de contas junto do Pai.  O Professor Osvino Toillier escreveu uma  crônica no ano de 2017 sobre Ser Pai, que diz:  “Acabamos de festejar o Dia dos Pais que, certamente, ensejou oportunidade de demonstração de afeto, carinho e gratidão nas famílias. O City Bank espalhou em São Paulo outdoors com mensagens do título desta crônica, e eu estou utilizando-a para associá-la ao Dia dos Pais, através de algumas reflexões associadas: 1) Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete; 2) Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama; 3) Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas; 4) Por que as semanas demoram tanto, e os anos passam tão rapidinho?; 5) Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas; 6) Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos; 7) Quem leva seu filho na igreja não vai buscá-lo na cadeia; 8) Precisamos deixar filhos melhores para o mundo e não um mundo melhor para nossos filhos; 9) Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz, assim, ele saberá o valor das coisas e não o seu preço. A herança mais sublime não são bens materiais, mas aquilo que nos eleva ao plano espiritual”. Continuando nossa reflexão em SER PAI, encontrei um texto na internet, de autoria desconhecida que chama PAI DE TODO JEITO, que fala assim: “Tem pai que ama, Tem pai que esquece do amor. Tem pai que adota. Tem pai que abandona. Tem pai que não sabe que é pai, tem filho que não sabe do pai. Tem pai que dá amor, Tem pai que dá presente, Tem pai por amor, Tem pai por acaso, Tem pai que se preocupa com os problemas do filho. Tem pai que não sabe dos problemas do filho... Tem pai que ensina, tem pai que não tem tempo. Tem pai que sofre com o sofrimento do filho, Tem pai que deixa o filho esquecido. Tem pai de todo jeito. Tem pai que encaminha o filho, Tem pai que o deixa no caminho. Tem pai que assume, Tem pai que rejeita, Tem pai que acaricia, Tem pai que não sabe onde está o filho que precisa de carinho. Tem pai que afaga, Tem pai que só pensa em negócios. Tem pai que ainda está vivo. Tem pai que já partiu, foi para outra dimensão. Pai é Pai ! Pode ser novo, pode ser velho, pode ser branco, negro ou amarelo. Pode ser rico ou pobre pode ser solteiro, casado, viúvo ou divorciado. Pode ser feliz ou infeliz, pode estar aqui ou já ter ido embora, pode ter tido filhos ou adotado-os. Pode ter casa ou morar na rua, pode usar terno ou bermuda, pode ser Deus ou humano, pode estar trabalhando ou desempregado, pode ser tanta coisa ou simplesmente PAI. Mas todos, sem faltar um sequer fazem parte da criação. Que não só hoje, mas em todos os dias desta vida possa ser lembrado como aquele que muitas vezes não dormiu, muitas vezes ficou pensando na comida para levar para casa, muitas vezes engoliu sapos, muitas vezes chorou escondido, muitas vezes gargalhou, muitas vezes perdeu a hora, mas, nunca deixou de pensar na coisa mais importante de sua vida: OS FILHOS!”.  Finalizo o estudo de hoje lendo uma mensagem de autor desconhecido: “Todos os que fomos acalentados pelo amor paterno, com certeza, recordamos nosso velho com saudade. Particularmente, quando nós mesmos nos tornamos pais, as lembranças acodem aos atropelos. Na acústica da alma, ainda ouvimos os passos firmes nas noites de trovoadas, a conferir em sua ronda, janelas, trancas, cortinas, o sono da criançada. Se fecharmos os olhos, podemos sentir o deslizar da sua mão levemente pelo nosso rosto e o puxar cuidadoso do cobertor. Vemos sua silhueta se perdendo na penumbra e ouvimos o último abrir e fechar da geladeira. Recordamos da criança que fomos e que ficava à espera da sua volta do trabalho. Aqueles que tiveram pais cujo trabalho exigia muitos dias fora do lar, podem sentir outra vez o coração aos atropelos, lembrando o som do carro dele, chegando, na madrugada. Será que lembrou de trazer um presente? Será que a sua barba está por fazer e vai espetar o nosso rosto? Recordamos o passeio dos fins de semana, do presente de aniversário, da ceia de Natal. Até das broncas após as nossas malandragens. Igualmente lembramos dos carinhos à chegada de nosso boletim, a alegria após passar de ano. A comemoração em família pelas nossas vitórias: fundamental, ensino médio, vestibular, faculdade. E quando chegamos à adolescência? Quantos cuidados! Quem são os seus companheiros? Com quem você vai sair? Aonde vai? Não fume. Não beba. Não exceda a velocidade. Respeite os sinais de trânsito. É hora de chegar? Não falei para chegar antes da meia-noite? Filho, respeite os mais velhos. Faça um carinho nos seus avós. Quando, afinal, vai se decidir a trabalhar? Garoto, vou lhe cortar a mesada. Olhando as rugas estampadas no rosto de nosso pai, somos tomados de carinho e nos curvamos diante dele. Quantos anos vividos no calor do lar paterno. Quantas lições! Lições que hoje repassamos para os nossos filhos e, sem nos darmos conta, vamos repetindo os mesmos gestos dele. Daquele que há 60, 70 anos renasceu e um dia se tornou nosso pai, e até mesmo do pai que já partiu para outra dimensão. Olhamos nossos filhos e, lembramos da generosidade de nosso pai, dos seus cuidados que nos fizeram bem ao caráter, nos esmeramos no atendimento aos nossos próprios rebentos. Por tudo isso, outra vez, é que a nossa gratidão cresce no peito e explode em uma grande manifestação de afeto. E, como se nosso pai fosse uma criança pequena, abraçamos o velho e o embalamos em nossos braços, com a mesma canção de ninar que um dia ele embalou a nossa infância”. Feliz Dia dos Pais!
Lembremos sempre que hoje somos o melhor de nós.
Que Jesus nos conceda a cura do corpo e da Alma.

Paz e Luz para todos!


FONTE:
http://www.riovalejornal.com.br/colunas/2257-crie_filhos_em_vez_de_herdeiros

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