Hoje falaremos sobre SER PAI,
tendo em vista que no próximo domingo comemoramos o dia dos pais, trago uma
reflexão sobre a figura paterna em nossas vidas. Primeiro vamos definir o significado
da palavra PAI. Do latim pater,
a palavra pai designava, originalmente, toda pessoa que dava
origem a outro ser. Já definiam os romanos que “is est pater quem justae
nuptiae demonstrant” (o pai é aquele que o matrimônio legítimo indica).
E nesta condição, todos os descendentes a ele se vinculavam sem poder de
oposição, onde se incluía a própria esposa.
Até o século XX convivemos no Brasil com o pátrio poder onde
todas as decisões da família eram tomadas só pelo homem da casa, tendo a esposa
apenas participação colaborativa e de procriação, mas nunca decisiva. Com o
novo Código Civil, em vigor desde 2003, substituiu-se esta expressão pátrio poder para poder
familiar, onde marido e mulher, juntos, decidem sobre o destino da
família. Tradicionalmente no Brasil o dia dos
pais é comemorado no segundo domingo de agosto.
Conta a história que o primeiro registro dessa comemoração teve origem
na antiga Babilônia, há cerca de 4 mil anos, por meio da homenagem de um jovem
a seu pai, simbolizada por um cartão moldado em argila expressando votos de
sorte, saúde e vida longa. O acontecimento serviu de inspiração para que
diversas nações adotassem tal comemoração, embora em datas diferentes. Você já
parou para pensar qual o papel da figura paterna nas relações familiares? E como
esse relacionamento influenciou sua personalidade e suas escolhas no dia de hoje?
O psicoterapeuta alemão Bert Hellinger disse: “Somente pela mão do pai a
criança ganha um caminho para o mundo”. As mães não podem fazê-lo. O amor do
pai não é cuidadoso como é o amor da mãe. O Pai representa o espírito, por isso
o olhar do pai vai para a amplitude. Enquanto a mãe se movimenta dentro do lar nos
cuidados da família, o pai pode levar os filhos para além desses limites, para
uma amplitude diferente. Dentro da família, as
figuras materna e paterna devem ter prioridades iguais, pois criam a família
juntos, em relação aos filhos, ambos são igualmente grandes, cada um dentro de
sua função. Porém Deus, excelente nos detalhe determinou que a vida começasse
dentro do útero materno. Dentro dela somos concebidos, dentro dela nós
crescemos. Ela é tudo para nós, com ela experimentamos a unidade, um ser único,
até nascermos. Enquanto a mãe alimenta o
bebe, o pai cuida da segurança. Num primeiro momento, o trabalho mais pesado é
da mãe, mas o tempo passa, o filho cresce e a depois de garantida a
sobrevivência dos primeiros anos pela mãe, cabe ao pai guiar o filho para o
mundo, para a descoberta, para o voo. Quando negamos a relação
com o pai, por qualquer que seja o motivo, estamos negando a nós mesmos. Fica
difícil olhar para nossa própria força. O pai é o futuro, é ele que abre os
caminhos. O Pai deve nos levar para o mundo, apresentar oportunidades, abastecer
nossa coragem quando necessário. Fazer com que sigamos em frente e permitir que
cresçamos. Quando dizemos que o pai não gosta da gente, dizemos no fundo, que
gostaríamos que esse pai fosse diferente, desejamos mudar esse homem. Essa
situação causa um enorme vazio. Ao falarmos que não precisamos do Pai, a ferida
se abre ainda mais. Essa relação é complexa. Ao contrário do que muita gente
pensa, ser pai implica muita responsabilidade, e, sem qualquer exagero,
constitui verdadeira missão. Tem uma frase que diz: “É fácil fazer um filho. O
difícil é ser pai”. Em o “Livro
dos Espíritos”, na questão 491, ao tratar do Espírito Protetor ou Anjo
da Guarda define a sua missão como sendo a de um pai com relação aos filhos: “A de guiar o seu protegido pela
senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas
aflições, levantar-lhe o
ânimo nas provas da vida”. Como vemos isso não é pouca coisa. Primeiro,
porque equipara a missão do pai (biológico ou não) à do Espírito Protetor ou
Anjo da Guarda. Segundo, porque guiar
o filho pela senda do bem, auxiliá-lo com conselhos, consolá-lo em suas
aflições e levantar-lhe o ânimo nas provas da vida não é tarefa
simples. E a tarefa não é simples porque vivemos na Terra, um planeta de
expiações e de provas, de categoria inferior no Universo, onde imperam o mal e
a imperfeição. Também pelo fato de sermos seres imperfeitos e ao mesmo tempo sequer
temos consciência da nossa pequenez e pior que tendemos a achar que tudo já
sabemos - tipo o “dono da verdade”. Um bom encaminhamento dos filhos exige
firmeza, consciência, conhecimento, dedicação, empenho e, sobretudo, exemplos, tudo
isto regado com muito amor. Quando falamos que se educa melhor dando bons
exemplos, todos sabemos, de cór e salteado, que um exemplo vale mais do que mil
palavras, por isso é necessário, antes de sermos pais ou mães, fazermos nossa
Reforma Interior para podermos dar o melhor de nós aos filhos de Deus que
recebemos como empréstimos. A forma como o pai e
a mãe devem tratar e criar os filhos sempre foi objeto de polêmica e muitos
pais ficam em dúvidas sobre como educar sua prole, até porque não existe
receita pronta, pois, dentro da visão espirita, cada filho é um espirito em
evolução, com missão diferente. A figura do pai e da mãe são igualmente
fundamentais para que a criança cresça com saúde mental, emocional e física.
Por mais que os primeiros contatos sejam com a mãe, o pai não deve ser aquela
figura distante e autoritária, o mundo já evoluiu, e essa ideia deve ser revista.
Voltamos a repetir: a responsabilidade
com os filhos é igual para pai e mãe. Por isso, quando um pai ajuda a trocar as
fraldas, dá banho, ensina e cuida, ele não está “ajudando”, sendo “gentil”,
apenas está cumprindo com a sua função e exercendo a paternidade. Um pai de verdade está sempre presente e assume a
responsabilidade. O Espírito Thereza de Brito, através
psicografia do médium Raul Teixeira, no livro “Vereda Familiar” orienta: “Você
sabe que ser pai no mundo é honrosa oportunidade com que Deus brinda o homem,
com que abençoa a masculinidade, homenageando a sua função co-criadora, ao lado
da mulher que se fez mãe pelos vínculos carnais… Você pode e necessita, meu
amigo, na condição de genitor, participar desse luminoso esforço, que é o de
conduzir ao Criador as almas que lhe foram apresentadas na função de
filhos… Mas não se esqueça de que todas as suas orientações, palavras e
ensinos se ruirão por terra, se você apenas quiser ensinar, sem que viva,
nobremente, os ensinos que ministra”. Podemos ler em “O Livro dos Espíritos”
e “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec e os Espíritos da
Codificação falam da responsabilidade dos pais pela educação dos filhos. Na questão 208 de “O Livro dos Espíritos”, podemos
ler: “O espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela
educação; isso é para ele uma tarefa. Se nela falhar, será culpado”. Na questão
582, lemos igualmente que “Este dever implica, mais do que o homem pensa, sua
responsabilidade para o futuro”. Em vários
trechos que este assunto é trazido como referência, ressalta a seriedade do
compromisso espiritual assumido pelos pais e mães, de possibilitar a um
Espírito a chance de encarnar naquele núcleo familiar. Mas seriam os filhos
resultado de um descuido com os métodos contraceptivos? Não, pois os filhos não
são frutos do acaso, apesar de surgirem em nossas vidas, em muitas vezes, fora
de hora. O acaso não existe, o que existe é o cumprimento de uma lei de amor e
justiça. No momento propício, as almas se reúnem sob laços de família para
colaborarem uns com os outros na superação de problemas e na conquista da
harmonia e da felicidade. A vida na Terra é um projeto educacional, onde a lei
divina dá ao Espírito a oportunidade do renascimento junto a seres que têm
condições de ajudá-lo a realizar seu aprimoramento. Quanto a isso o espirito “Irmão
da Paz”, em psicografia de Luconi,
datada de 13-08-2017 esclarece: “Tantos e tantos são pais sem realmente
o serem. tantos e tantos carregam isso como um fardo, tantos e tantos nem como
fardo carregam, tantos e tantos ignoram simplesmente o fato. Outros já
acreditam realmente, que ser pai é prover, prover alimentos, moradia e
vestimenta, se tiver condições estudos, e aqueles que são bem abastados, proporcionar
lazer e luxos pequenos e grandes. Mas ainda existem aqueles que realmente
deixam fluir dentro de si o sentimento do que realmente é ser um pai. E o que
seria ser um pai? Amar simplesmente.. amar e deixar este amor o direcionar. Proteger
ensinando como não tropeçar, direcioná-los para os verdadeiros valores da vida
através de seus próprios exemplos, corrigi-los de forma a não humilhá-los, mas
sim mostrando-lhes com paciência onde e por que erraram, amparar sem tirar-lhes
o direito de escolher seus caminhos, dar o ombro amigo na hora das decepções da
vida, dar o abraço aconchegante na hora que se sentirem desamparados como a
querer dizer-lhes eu estou aqui, festejar com eles suas vitórias por mais que
você as ache pequenas, valorizar seus feitos mesmo que você ache que são apenas
obrigações normais da vida, demonstrar sempre o seu amor não com palavras, mas
com atitudes. Ser pai é ser o companheiro de todas as horas, é ser o amigo que
está sempre presente mesmo estando distante, é ser o mestre que sabe conduzir o
pupilo compreendendo que cada ser é um mundo a parte e por isso tem
necessidades e anseios diferentes que os seus, ser pai é ser humano a ponto de
admitir suas fraquezas e mostrar-lhe aonde foram os seus erros na estrada da
vida, é ensinar-lhe que ninguém é perfeito, que aqui estamos para aprender e
que todos têm muito a ensinar, ser pai é respeitar antes de tudo o ser humano
que seus filhos são. Ser pai é um desafio constante e aquele que se sente
realmente feliz em enfrentá-lo, sentirá que sempre valerá muito a pena. Ser pai
não é o filho ter o mesmo sangue que o seu, ser pai é amar e receber uma
criança em seu coração de tal forma que ela ocupará todo seu espaço e
você nunca mais caminhará a esmo pois sempre pesará as consequências de seus
atos na vida de seu filho. “A criança colocada em teu caminho, é bênção Divina
para teu próprio crescimento, tenha certeza você muito se beneficiará por mais
dificuldades que enfrente”. No
livro O Evangelho de Chico Xavier, de Carlos Bacelli, o médium
mineiro escreveu uma frase que deveria ser lida pelos pais, todos os dias:
“Várias vezes visitei com Emmanuel e André Luiz as regiões do Umbral... Não vi
por lá uma criança sequer, mas pude observar muitos pais que se
responsabilizaram pela queda dos filhos – mais pais do que mães! Muitas
mulheres são vítimas de seus maridos, foram abandonadas por eles, lutando
sozinhas com a educação dos filhos... É um caso difícil”. A colocação de Chico
deve nos chamar a atenção para com o dever da paternidade responsável, aquela
que se faz presente, que acompanha passo a passo a mãe no desenvolvimento dos
filhos, com equilíbrio de responsabilidades e, principalmente, dedicação, que
fará muita diferença no desenvolvimento da criança. Como vimos meus irmãos, todo
pai que virar as costas para essa dádiva de receber um filho de Deus terá isso
anotado no seu “livro da vida”, e com certeza, terá problemas na hora da
prestação de contas junto do Pai. O
Professor Osvino Toillier escreveu uma
crônica no ano de 2017 sobre Ser Pai, que diz: “Acabamos de festejar o Dia
dos Pais que, certamente, ensejou oportunidade de demonstração de afeto,
carinho e gratidão nas famílias. O City Bank espalhou em São Paulo outdoors com mensagens do título desta
crônica, e eu estou utilizando-a para associá-la ao Dia dos Pais, através de
algumas reflexões associadas: 1) Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um
cineminha, nem para tomar um sorvete; 2) Não é justo fazer declarações anuais
ao Fisco e nenhuma para quem você ama; 3) Para cada almoço de negócios, faça um
jantar à luz de velas; 4) Por que as semanas demoram tanto, e os anos passam
tão rapidinho?; 5) Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas
significam pausas; 6) Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos;
7) Quem leva seu filho na igreja não vai buscá-lo na cadeia; 8) Precisamos
deixar filhos melhores para o mundo e não um mundo melhor para nossos filhos; 9)
Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz, assim, ele saberá
o valor das coisas e não o seu preço. A herança mais sublime não são bens
materiais, mas aquilo que nos eleva ao plano espiritual”. Continuando nossa
reflexão em SER PAI, encontrei um texto na internet, de autoria desconhecida
que chama PAI DE TODO JEITO, que fala assim: “Tem pai que ama, Tem pai que
esquece do amor. Tem pai que adota. Tem pai que abandona. Tem pai que não sabe
que é pai, tem filho que não sabe do pai. Tem pai que dá amor, Tem pai que dá
presente, Tem pai por amor, Tem pai por acaso, Tem pai que se preocupa com os
problemas do filho. Tem pai que não sabe dos problemas do filho... Tem pai que
ensina, tem pai que não tem tempo. Tem pai que sofre com o sofrimento do filho,
Tem pai que deixa o filho esquecido. Tem pai de todo jeito. Tem pai que
encaminha o filho, Tem pai que o deixa no caminho. Tem pai que assume, Tem pai
que rejeita, Tem pai que acaricia, Tem pai que não sabe onde está o filho que
precisa de carinho. Tem pai que afaga, Tem pai que só pensa em negócios. Tem
pai que ainda está vivo. Tem pai que já partiu, foi para outra dimensão. Pai é
Pai ! Pode ser novo, pode ser velho, pode ser branco, negro ou amarelo. Pode
ser rico ou pobre pode ser solteiro, casado, viúvo ou divorciado. Pode ser
feliz ou infeliz, pode estar aqui ou já ter ido embora, pode ter tido filhos ou
adotado-os. Pode ter casa ou morar na rua, pode usar terno ou bermuda, pode ser
Deus ou humano, pode estar trabalhando ou desempregado, pode ser tanta coisa ou
simplesmente PAI. Mas todos, sem faltar um sequer fazem parte da criação. Que
não só hoje, mas em todos os dias desta vida possa ser lembrado como aquele que
muitas vezes não dormiu, muitas vezes ficou pensando na comida para levar para
casa, muitas vezes engoliu sapos, muitas vezes chorou escondido, muitas vezes
gargalhou, muitas vezes perdeu a hora, mas, nunca deixou de pensar na coisa
mais importante de sua vida: OS FILHOS!”. Finalizo o estudo de hoje lendo uma mensagem de
autor desconhecido: “Todos os que fomos acalentados pelo amor paterno, com
certeza, recordamos nosso velho com saudade. Particularmente, quando nós mesmos
nos tornamos pais, as lembranças acodem aos atropelos. Na acústica da alma,
ainda ouvimos os passos firmes nas noites de trovoadas, a conferir em sua
ronda, janelas, trancas, cortinas, o sono da criançada. Se fecharmos os olhos,
podemos sentir o deslizar da sua mão levemente pelo nosso rosto e o puxar
cuidadoso do cobertor. Vemos sua silhueta se perdendo na penumbra e ouvimos o
último abrir e fechar da geladeira. Recordamos da criança que fomos e que
ficava à espera da sua volta do trabalho. Aqueles que tiveram pais cujo
trabalho exigia muitos dias fora do lar, podem sentir outra vez o coração aos
atropelos, lembrando o som do carro dele, chegando, na madrugada. Será que
lembrou de trazer um presente? Será que a sua barba está por fazer e vai
espetar o nosso rosto? Recordamos o passeio dos fins de semana, do presente de
aniversário, da ceia de Natal. Até das broncas após as nossas malandragens.
Igualmente lembramos dos carinhos à chegada de nosso boletim, a alegria após
passar de ano. A comemoração em família pelas nossas vitórias: fundamental,
ensino médio, vestibular, faculdade. E quando chegamos à adolescência? Quantos
cuidados! Quem são os seus companheiros? Com quem você vai sair? Aonde
vai? Não fume. Não beba. Não exceda a velocidade. Respeite os sinais de
trânsito. É hora de chegar? Não falei para chegar antes da meia-noite? Filho,
respeite os mais velhos. Faça um carinho nos seus avós. Quando, afinal, vai se
decidir a trabalhar? Garoto, vou lhe cortar a mesada. Olhando as rugas
estampadas no rosto de nosso pai, somos tomados de carinho e nos curvamos
diante dele. Quantos anos vividos no calor do lar paterno. Quantas lições! Lições
que hoje repassamos para os nossos filhos e, sem nos darmos conta, vamos
repetindo os mesmos gestos dele. Daquele que há 60, 70 anos renasceu e um dia
se tornou nosso pai, e até mesmo do pai que já partiu para outra dimensão. Olhamos
nossos filhos e, lembramos da generosidade de nosso pai, dos seus cuidados que nos
fizeram bem ao caráter, nos esmeramos no atendimento aos nossos próprios
rebentos. Por tudo isso, outra vez, é que a nossa gratidão cresce no peito e
explode em uma grande manifestação de afeto. E, como se nosso pai fosse uma
criança pequena, abraçamos o velho e o embalamos em nossos braços, com a mesma
canção de ninar que um dia ele embalou a nossa infância”. Feliz Dia dos Pais!
Lembremos
sempre que hoje somos o melhor de nós.
Que Jesus nos conceda
a cura do corpo e da Alma.
Paz e Luz para todos!
FONTE:
http://www.riovalejornal.com.br/colunas/2257-crie_filhos_em_vez_de_herdeiros
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