Hoje falaremos um pouco sobre VERDADE E
LIBERTAÇÃO. Convido a todos para refletirmos um pouco sobre a verdade que Jesus
falava. O apóstolo João, no seu Evangelho, registrou importantes passagens que
o Mestre falava sobre essa verdade. Podemos ler no capitulo 8:32: “E conhecereis
a Verdade e a Verdade vos libertará.” No capitulo 14:6, temos: “Disse-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai,
senão por mim”. E também no capitulo 18:33, 36 e 37: ““Disse-lhe
então Pilatos: és, pois, rei? – Jesus lhe respondeu: tu o dizes; sou rei; não
nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que
pertence à verdade escuta a minha voz”. O mestre Jesus durante sua
passagem pela terra testemunhou e revelou a verdade e a vida, indicando,
sempre, qual o caminho que devemos seguir em direção ao Pai. Inclusive Jesus
foi preso, julgado e crucificado por não abrir mão das verdades que ele
defendia, não se esqueçam disso. Mas o que seria essa verdade? Também Buda,
Lao-Tsé e Zaroastro falaram sobre essa verdade e estavam sempre conclamando as
pessoas a desenvolver um amor à verdade em prol de uma vida melhor, de uma vida
livre. Podemos dizer que verdade significa inteireza de caráter, firmeza de
ação, harmonia perfeita entre a consciência e a conduta, lealdade e sinceridade
consigo mesmo, isto é, com nossa luz interior. Nesses dois milênios que nos
separam da chegada de Jesus Cristo, nos tornamos cada vez mais escravizados.
Somos escravos, por exemplo, do nosso temperamento e chegamos a afirmar: Quem gostar de mim tem que ser como eu sou. Eu sou assim. As
pessoas não têm noção de que chegamos à Terra como somos, mas não é para
que saiamos do mesmo jeito. É para que, durante nossa estadia na roupagem
humana nos modifiquemos, nos transformemos, uma vez que a Terra é valorosa
escola das almas. Aqui, com certeza é uma terra de provas e expiações, mas que
devemos agradecer todos os dias ao acordar, por estagiar, nesse momento, pois é
onde Deus nos molda. Para conhecer a verdade é preciso penetrar e assimilar as
Leis de Deus que nos dão a direção no combate às nossas imperfeições. A verdade
mencionada por Jesus é luz divina, transformadora, conquistada pelo trabalho e
pelo merecimento de cada um nós. É um trabalho solitário, e à medida que
trabalhamos e evoluímos espiritualmente, passamos a conhecer, gradativamente, a
verdade que habita em nós. E descobrimos muito sobre isso quando iniciamos nossa
Reforma interior. Lembremos sempre que o nosso maior e mais terrível inimigo
somos nós mesmos. Importante destacar que o conhecimento da verdade é
proporcional à nossa evolução moral, intelectual e espiritual, sendo que as
revelações divinas sempre ocorrerão, principalmente quando pudermos assimilar e
suportar os seus conteúdos. Quando pudermos ter ao nosso lado espíritos de luz
ao melhorarmos nosso padrão vibratório. Passando pelas provas que Deus impõe é
que adquirimos conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais
depressa à meta que traçou antes de reencarnar, outros só suportam as provas como
se fosse um peso, porém permanecem afastados da perfeição e da felicidade.
Neste sentido, esclarecem-nos os orientadores da Codificação Espírita: “à
medida que avançam, compreendem o que os distanciavam da perfeição. Podemos até
permanecer estacionário, mas não retroagimos jamais”. Em relação à frase de
Jesus: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, explica Emmanuel:
“muitos, em política, filosofia, ciência e religião, se afeiçoam a certos
ângulos da verdade e transformam a própria vida numa trincheira de luta
desesperada, a pretexto de defendê-la, quando não passam de prisioneiros do
ponto de vista. Muitos aceitam a verdade, estendem-lhe as lições, advogam-lhe a
causa e proclamam-lhe os méritos, entretanto, a verdade libertadora é aquela
que conhecemos na atividade incessante do eterno bem. Penetrá-la é compreender
as obrigações que nos competem. Discerni-la é renovar o próprio entendimento e
converter a existência num campo de responsabilidade para com o melhor. Só
existe verdadeira liberdade na submissão ao dever fielmente cumprido. Quando
nos dispomos a conhecer a verdade percebemos o sentido real da vida. E perceber
o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes. Observa, desse
modo, a tua posição diante da Luz… Quem apenas vislumbra a glória ofuscante da
realidade, fala muito e age menos. Quem, todavia, lhe penetra a grandeza
indefinível, age mais e fala menos”. A verdade é como a luz: o homem precisa
habituar-se a ela, pouco a pouco, senão ela ofusca. Se, pois, em sua sabedoria
a Providência Divina não revela as verdades senão aos poucos, sempre as
desvenda à medida que a Humanidade está amadurecida para recebê-las. Na Revista
Espírita de 1865, o Espírito Pascal disserta sobre a Verdade e coloca que
existe "a verdade relativa e a verdade absoluta" e afirma "como
a perfeição absoluta é Deus, segue-se que para os seres criados e seguindo a
rota ascensional do progresso, só há verdades relativas." Não seremos
libertados pelos aspectos da verdade ou pelas verdades materiais, pois as
verdades dos homens são relativas e proporcionais aos seus adiantamentos, sendo
temporárias e mutáveis. Já a verdade de Deus é absoluta, única, eterna e
imutável. A humanidade não possui a verdade absoluta porque não lhe é dado
saber tudo. A nossa percepção da verdade
é limitada. Cada um de nós está em um diferente momento histórico, ou seja,
mais ou menos evoluído intelectual e moralmente e nem sempre moral e intelectual
caminham juntos. As afirmações do nosso
Mestre Jesus nos enchem de esperança quando Ele diz: “Vós sois deuses!” –
“Conhecereis a verdade e ela vos libertará!”.
Perguntaram aos espíritos: “Mas de que
forma somos deuses?” E a resposta: Somos
filhos do Criador, portanto temos em nossa alma o DNA de nosso Pai Maior,
herdamos todas as suas qualidades que vão aflorando à medida que evoluímos”.
À medida que progredimos, assimilamos novos conhecimentos que, rompendo as
amarras da ignorância dos velhos e arraigados conceitos, nos tornarão livres. A busca de respostas
para os mistérios da vida faz parte da história. Existe uma lenda que relata
que a verdade é um espelho que caiu do alto transformando-se em inúmeros
pedacinhos e que cada ser tem apenas uma visão parcial da verdade, de acordo
com o caco do espelho que conseguiu achar. Lembremos
as sábias palavras de Herculano Pires “não somos criados do barro da terra, mas
da luz das estrelas”. Durante toda nossa vida somos convocados a fazer
escolhas mais acertadas, administrar nosso tempo, ampliar sentimentos, desenvolver
virtudes, cultivar, sobretudo, a solidariedade e prestar-se à prática da
caridade, fugindo dos extremos do intelectualismo e das emoções. Observemos com mais critério nossas escolhas
na vida. No Evangelho está escrito que a sementeira é livre, mas a colheita é
obrigatória. Qual o sentido desta frase? O que semear tem a ver com a verdade?
Como podemos associá-la à frase anterior “Conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará”. É muito simples, se nossa escolha é livre, ela pode tender tanto
para o bem quanto para o mal. Optando pelo bem, teremos como consequência novos
atos livres no bem, o que aumenta a nossa liberdade; ao contrário, optando por
atos viciosos, teremos de arcar com sua consequência, o que diminui a nossa
liberdade. E por que isto acontece? É que a escolha de um vício, faz-nos ficar
preso a ele. Observe o vício de fumar: onde quer que estejamos, estaremos
preocupados com o cigarro, com o ambiente, inclusive, sentindo-nos estressados
se não pudermos usufruir do cigarro no exato momento em que tivemos vontade de
ingerir a sua nicotina. O Espírito Emmanuel, no capítulo 119 do livro Vinha de Luz, fala-nos que se
quisermos a fortaleza, não devemos nos esquivar à tempestade. Ele diz: “Muita
gente pretende robustecer-se ao preço de rogativas para evitar o serviço
áspero. Chegada a preciosa oportunidade de testemunhar a fé, internam-se os
crentes, de maneira geral, pelos caminhos largos da fuga, acreditando-se em
segurança. Entretanto, mais dia menos dias, surge a ocasião dolorosa em que
abrem falência de si mesmos. Esqueceram-se de que embora a tribulação seja a
tormenta da alma, ninguém deveria olvidar-lhe os benefícios, ou seja, a
libertação da nossa alma dos apegos às coisas materiais e aos desmandos da
inteligência viciosa”. Não se esqueçam: trazemos quando chegamos ao planeta
terra, quando reencarnamos, o dever de entender, assimilar, vivenciar e
espalhar o ensinamento cristão. Esta verdade encontra-se na interpretação
correta da mensagem Cristã. Por isso, é preciso estar sempre estudando a teoria
e aplicando-a na nossa vida. Se assim fizermos, vamos compreender que Jesus
fala em particular a cada um de nós. Fala para nós, convidando-nos a
trilhar no caminho que Ele exemplificou. Em momento algum, Jesus nos diz para
chamar a atenção do nosso próximo ou para interferir nas ações ou pensamento
alheio. O homem é um ser racional e dominado por sentimentos. A razão e o
sentimento constituem os dois polos da nossa vida. Desenvolve-los é trabalhar a
evolução gradativa do Espírito. Todos os grandes pensamentos só podem ser
assimilados depois de sentidos, e todos os nobres sentimentos só podem ser
compreendidos depois de pensados. A compreensão não vem só do raciocínio, mas
do raciocínio aliado ao sentimento: são estes os dois grandes faróis da estrada
da vida. Somos Espíritos livres por determinação da Providência, em todas as
manifestações, inclusive aquelas em que o homem se extravia na criminalidade. Lembremos
sempre que todos somos filhos do mesmo Pai e que você não tem mais direitos que
um criminoso. Para Deus somos todos iguais, o que nos distingue é nosso
adiantamento moral. Fazemos, pois, da nossa vida o que queremos, sob a
vigilância da Justiça Perfeita, que comanda tudo no Universo, determinando ser
concedido a cada um segundo suas obras. Nem mais, nem menos. Dentro da nossa
liberdade, escolhemos o tipo de experiência que vai acelerar a nossa evolução.
Se nos desviarmos do compromisso assumido, é responsabilidade nossa, porque
discórdia e tranquilidade, ação e preguiça, erro e acerto, débito e resgate,
são frutos de nossas escolhas. Respeitemo-nos assim, uns aos outros. Cuidemos
cada um da nossa própria vida. Não devemos constranger o próximo para conhecer
a verdade pela nossa forma de ver ou raciocinar. Quem disse que somos donos da
verdade, que estamos certos? Cada um caminha como quer e quando quer. Conhecer
a verdade é uma questão de consciência, de sentir a vontade de buscá-la. É o
despertar. É o olhar-se e enxergar alguma coisa a mais que a matéria perecível;
é a razão se desenvolvendo e questionando; é a criatura aprendendo a sentir o
amor, na forma que o Cristo vivenciou: sem exigências, sem mágoas, sem pressa,
mas trabalhando-se na conquista dos conceitos de paz. Penetrar esta verdade é
compreender as nossas obrigações perante a vida. Discerni-la, é renovar o
próprio entendimento e converter a existência num campo de responsabilidade com
o melhor. Conhecer, portanto, a verdade, é perceber o sentido da vida. E
perceber o sentido da vida é crescer em serviço e aprimoramento constante.
Somos dotados de razão e sentimento. Busquemos, pois, a palavra de Jesus,
permanecendo nela, sendo verdadeiramente seus discípulos e conheceremos a
Verdade que nos libertará. A liberdade é fruto do conhecimento da verdade, como
ensina Jesus. O conhecimento da verdade,
a nosso respeito, produz um conhecimento capaz de nos curar, e com isso nos
libertamos de nossos defeitos e imperfeições, tornando-nos mais conscientes do
que temos de mais importante a corrigir. Allan Kardec, em “O Livro dos
Espíritos”, questão 919, pergunta aos espíritos: “Qual o meio prático mais
eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do
mal?” Resposta: “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti
mesmo.” Podemos ainda citar João
16:12-13, relatando a passagem do Mestre, antes de sua partida da Terra: “Jesus
disse: ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
Mas, quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará em toda a
verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará o que há de vir”. A verdade
divina é revelada progressivamente para que possamos ser livres. Pelo livre
arbítrio, temos que acolher a semente libertadora, sendo solos férteis para
germinar a luz da Palavra dentro de nós, desenvolvê-la, florescer e, depois,
dar bons frutos. Para alcançarmos a verdade temos a nosso favor muitas opções,
como o Evangelho de Jesus. Com relação a isso, certa
vez, perguntaram a Chico Xavier:
“Qual a importância do Evangelho de Jesus para a Humanidade?” E sua
resposta foi a seguinte: “Creio
que a importância do Evangelho de Jesus, em nossa evolução espiritual, é
semelhante à importância do Sol na sustentação de nossa vida física.” Todos
somos necessitados dos ensinamentos do Cristo. E quando tomamos contato com sua
essência, o foco de nossos interesses e comportamento se altera
substancialmente. E por quê? Simplesmente pelo fato de que seu exercício nos
possibilita a plena conscientização dos princípios de igualdade, liberdade e
fraternidade, condições imprescindíveis à correta e elevada convivência social.
O sentido profundo de todas as parábolas do Evangelho nos possibilita um
contato mais direto com nosso próprio íntimo e com Deus, ou seja, conseguimos
uma visão mais elevada do Criador, um refletir mais intenso da própria
consciência e uma percepção mais ampliada do verdadeiro sentido da Vida. Extraí
do livro “Lindos Casos de Chico Xavier” a seguinte passagem: “Certa vez,
perguntaram a Chico Xavier: Todas as coisas têm seu lado direito e
esquerdo, como temos nossas mãos direita e esquerda. Tudo quanto fazemos com a
direita sai mais ou menos certo; com a esquerda, sai mais ou menos
errado. Pedro, apóstolo pescador de peixes e de almas, quando
pescava no Lago Genezaré juntamente com outros pescadores, lançava a rede pelo
lado esquerdo e não apanhava nenhum peixe. Apareceu-lhe, então, Jesus e
mandou que a lançasse, de novo, mas pelo lado direito, e a rede se rompeu de
tanto peixe. Na própria escolha dos premiados, que saem vitoriosos de suas
provas, o Mestre os separa dos fracassados, passando os primeiros para a sua
direita e os segundos para a esquerda. O lado Direito é, pois, o da Justiça, do
Bom Combate, do Bom Caminho, da Vereda Certa, da Vida Verdadeira, da Verdade
mesma. Assim conversávamos com o Chico, em caminho da Fazenda do Ministério da
Agricultura, em Pedro Leopoldo, quando o Médium conclui: — O lado direito é o
lado de Deus. — O esquerdo o de César. O primeiro é o dos que vivem com Deus,
cumprindo-lhe a Lei. O segundo é o dos que estão apenas vivendo para o mundo e
desejando o muito sem Deus”. Encerro nosso estudo lendo uma linda mensagem de
André Luiz: “Disse o Mestre: "buscai e
achareis". Mesmo nos céus, você pode fixar a atenção na sombra da nuvem ou
no brilho da estrela. Afirmou o Senhor: "cada árvore é conhecida
pelos frutos." Alimentar-se com laranja ou intoxicar-se com pimenta é
problema seu. Proclamou o Cristo: "orai e vigiai para não entrardes
em tentação, porque o espírito, em verdade, está pronto, mas a carne é
fraca." O espírito é o futuro e a vitória final, mas a carne é o nosso
próprio passado, repleto de compromissos e tentações. Ensinou o Mentor Divino:
"não condeneis e não sereis condenados". Não critique o próximo, para
que o próximo não critique a você. Falou Jesus: "quem se proponha conservar a
própria vida, perdê-la-á". Quando o arado descansa, além do tempo justo,
encontra a ferrugem que o desgasta. Disse o Mestre: "não vale para
o homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma". A criatura faminta de
posses e riquezas materiais, sem trabalho e sem proveito, assemelha-se, de
algum modo, a pulga que desejasse reter um cão para si só. Afirmou o Senhor:
"não é o que entra pela boca que contamina o homem". A pessoa de
juízo são, come o razoável para rendimento da vida, mas os loucos ingerem
substâncias desnecessárias para rendimento da morte. Ensinou o Mentor Divino:
"andai enquanto tendes luz". O corpo é a máquina para a viagem do
progresso e todo relaxamento corre por conta do maquinista. Proclamou o Cristo:
"orai pelos que vos perseguem e caluniam". Interessar-se pelo
material dos caluniadores é o mesmo que se adornar você, deliberadamente, com
uma lata de lixo. Falou Jesus: "a cada um será concedido segundo as
próprias obras". Não se preocupe com os outros, a não ser para ajudá-los;
pois que a lei de Deus não conhece você pelo que você observa, mas simplesmente
através daquilo que você faz”.
Que Jesus
nos conceda a cura do corpo e da alma e que possamos ter a coragem de mudar sempre
para melhor, pois a nossa vida está em nossas mãos!
Paz
e luz para todos.
Fontes: