segunda-feira, 18 de novembro de 2019

NUNCA DESISTA DE VOCÊ

Inicio nosso estudo com uma frase: “não somos vítimas” e vamos explicar o porque. A vida que vivemos agora foi escolhida por nossos atos passados e decisões ao longo de nossa trajetória, sem contar do planejamento detalhado bem antes da nossa reencarnação, com objetivo de amadurecermos para transcender. Claro que quando a vida não se apresenta como queríamos a gente tende a achar que está sendo perseguido, que não merece isso, até porque não é nada agradável viver sofrimento e dor, depressão e angústia, mágoa e rancor, falta do que é material, do que é afetivo, moral e espiritual, e tendemos a querer jogar tudo para o alto, a desistir de tudo que ficou acordado antes da nossa chegada ao plano terrestre. Como é triste ver tantas vidas desperdiçadas, jogadas fora pela inconsequência, inatividade, vícios, suicídio direto e indireto, pelo crime. Vidas estas que terão que ser recomeçadas e cujas provas não vencidas agora deverão ser experimentadas outra vez, numa outra reencarnação, e sabe-se lá onde, tendo em vista que já temos noticias de que não será mais para o planeta terra. A situação é grave meus irmãos, vamos acordar! Ninguém pode negar que os tempos atuais estejam judiando do nosso poder da fé em Deus, crença no homem e no futuro. A gente olha e parece que o mundo está perdido. muita fé falindo quando deveria fazer-se forte para vencer mais uma onda nesses tantos tsunamis que enfrentamos dia após dia. Os momentos atuais são complexos e para muitos de nós está difícil manter o otimismo, a paciência, a esperança. Para alguns desistir parece mais simples, mas desistir não significa outra coisa senão escolher a morte ao corpo. Aos que creem na imortalidade do espírito, como nós espíritas, a morte não é nada mais do que voltar para casa, e é bem-vinda quando cumprimos nossa missão nesse planeta, onde há consciência do dever cumprido ou seja, quando Deus nos chama. Por isso jamais deve ser desejada ou procurada antes da hora! Ninguém foge de si mesmo. Desistir é transferir dívidas para serem pagas no futuro, com juros e correções. “Todos são herdeiros de si mesmos”, carregando na morte física para a vida imortal do espírito o que sentem. Lembramos que não existe mágica na morte, ninguém morre com rancor, magoa, ódio e quando chega no mundo espiritual esses sentimentos são desintegrados, pois tudo que carregamos de sentimentos fazem parte do espirito e onde quer que estejamos, nossos sentimentos estarão conosco. Volto a repetir: ninguém foge de si mesmo! Deus nunca pune, é o homem quem semeia para colher. Essa ideia preconizada ao longo dos tempos de que Deus é um tirano, que pune, que cobra, que barganha deve ser repensada, pois os tempos onde se usava esse temor para que algumas religiões mantivessem seus fieis sob o domínio do medo deve acabar. Deus é amor, nos ama incondicionalmente. Só isso! Em nossas andanças pela vida, procuramos alcançar a felicidade e a realização pessoal. Caminhamos por estradas que escolhemos e, muitas vezes, por estradas que escolheram para nós. Nessa busca incessante, mesmo sem querer, muitas vezes nos afastamos da única fonte de felicidade e realização: nós mesmos. Chegamos ao ponto de não lembrarmos mais quem somos, do que gostamos, do que queremos para a vida. Te convido agora a olhar para dentro de si e se aproximar cada vez mais da sua natureza íntima. Apaixone-se por você de coração aberto e vá ao encontro da sua realidade pois ela colocará você diante de tudo o que você sempre quis, tudo está na sua mente, busque-se. Você acha que algumas pessoas são mais importantes que outras? É claro que há pessoas que se destacam mais, que fazem mais sucesso, que são mais populares, ou mais bonitas, ou mais ricas do que as outras. Mas o que faz uma pessoa parecer importante? Não será a importância que ela dá a si mesma? Afinal, somos o que pensamos. O grau de importância que nos damos é determinante para a imagem que passamos. O filosofo Rene Descartes registrou: “Penso,  logo existo”.  Meus irmãos lembremos sempre que a escolha do que pensar é exclusiva da nossa vontade, pois cada ser humano possui internamente, o seu crivo da razão, para aceitar ou rejeitar esses pensamentos. Devemos ter comando sobre os nossos pensamentos, para que assim, possamos dominar as nossas atitudes. Afinal, o pensamento leva as nossas emoções para todos os ambientes existentes. Vamos fazer um exercício: te convido a pensar rapidamente nas pessoas que você conhece e com quem você convive. O que predomina entre elas são as diferenças ou as semelhanças? O que você me diz? Já sabemos que somos criados simples e ignorantes e vamos pouco a pouco, reencarnação após reencarnação, desenvolvendo nosso livre arbítrio e assim construindo nossa trajetória. É daí que surgem as diferenças. Vamos trilhando por inúmeros caminhos, nos diferenciando uns dos outros pelo desenvolvimento de nossa individualidade, pelos passos que damos em busca de nossa reforma íntima. Mas você, como bom observador, já deve ter notado que as diferenças são mais aparentes do que verdadeiras. Por exemplo: todos gostamos de conforto, de boa comida, do aconchego familiar, de usar uma roupa nova e bonita, de sermos elogiados e valorizados, de sermos bem atendidos em qualquer lugar, todos temos nossos problemas, todos gostamos de descansar quando estamos cansados. Dá até para escrever um livro citando semelhanças entre todos nós. Afinal todos somos espírito imortais, nos despojando de velhos defeitos e buscando acrescentar valores à nossa bagagem milenar. Deu para notar que na verdade somos muito parecidos. Pense na pessoa mais importante que você conhece, agora pense na pessoa mais arrogante que você já conheceu. Ambos, como seres humanos tem as mesmas necessidades fisiológicas, o sangue é vermelho, etc.. e o detalhe: todos somos importantes, somos filhos do mesmo Pai e que nos ama. Se você não se considera importante hoje, é devido às crenças que você foi adquirindo ao longo da vida, da sua criação e etc. Mas você é importante sim, tão importante quanto qualquer outra pessoa. Você tem potencialidades que nem sequer imagina! Você é imagem e semelhança de Deus; portanto, perfectível. Você é único. Como você, espírito imortal, único e insubstituível, não há ninguém nesse planeta! E o detalhe, há algo que só você pode fazer. Somos todos importantes, e devemos nos tratar uns aos outros como pessoas importantes que somos. Você não deve baixar a cabeça para ninguém, pois ninguém é mais importante que você, a não ser que você queira isso. Também não convém que você olhe para alguém de cima para baixo, com ar de superioridade. Você não é mais do que ninguém, e não tem o direito de humilhar a quem quer que seja. Tenhamos confiança na nossa importância e no poder da nossa fé para que possamos conseguir nos tornar cada dia melhores para nós. Como deu para notar nossa Reforma Interior deve ser profunda, pois quando começamos a fazer o que todo mundo não faz tendemos a ser vistos com outros olhos. Mas façamos a opção por ser feliz, ao invés de ter razão. No Livro do Deuteronômio (31,6) podemos ler: "Sede fortes e corajosos! Não vos intimideis [...] Pois o Senhor teu Deus é ele mesmo o teu guia, e não te deixará nem te abandonará". Nos reportemos a Paulo que se encontrava apreensivo com o que lhe aconteceria em Jerusalém, aonde pretendia levar o Evangelho, e um anjo enviado por Deus encoraja-o a continuar sua missão e a realizar seus planos. Assim como Paulo, as pessoas que amam a Deus sobre todas as coisas depositam nele a sua confiança e recebem a promessa de que ele nunca as abandonará. É mais fácil, então, se animar e perseverar, resistir às tentações e provações, confiando plenamente no Senhor, que diz: "Coragem! Sede fortes!". "Enfim, fortalecei-vos no Senhor, no poder de sua força". O Senhor é maior que tudo e vai diante de nós! Ele nos ama e jamais permitirá que as provações sejam superiores ao que podemos suportar. Como discípulos de Jesus, precisamos aprender a assumir uma posição interior de combate às dificuldades logo que elas aparecerem, não deixando que tomem conta de nós. Como podemos fazer isso? Levantando bem alto o escudo da fé! Precisamos de força espiritual para lutar contra o sentimento de desânimo que leva à inércia. É necessário ter persistência para vencê-lo, para ver surgir a graça, a alegria, o alento. Alimentar nosso espírito com o poder de Deus e não dar espaço para pensamentos negativos. A fé é um dom. Animemo-nos! Sejamos fiéis aos ensinamentos de Deus e tenhamos esperança em dias melhores, pois Jesus está atento às nossas necessidades. Encerro nosso estudo lendo um texto extraído do site momento espirita: “Você já se deu conta de que Deus nunca desiste? Se ainda não havia percebido, observe o mundo ao seu redor. Se você amanhece triste, Deus lhe oferece o canto dos pássaros, antes mesmo do amanhecer, pois seu canto sonoro se faz ouvir quando a noite ainda não se despediu por completo. Se você se sente só no mundo, Deus lhe acena com inúmeras oportunidades de conhecer pessoas e fazer novas amizades, desfazendo essa sensação de abandono. Deus nunca desiste... Para aqueles que não gostam dos dias chuvosos, o Criador enfeita as folhas verdes com pequenas gotas brilhantes, como querendo mostrar que a chuva tem seus encantos e belezas. Para quem não gosta dos dias quentes, Deus oferece o espetáculo dos insetos alados, em graciosa dança, a dizer que o verão tem sua graça. Deus nunca desiste... Aos Seus filhos que não apreciam os dias frios do inverno, Deus mostra as noites mais limpas e cravejadas de estrelas e os dias de céu mais azul, de todas as estações. Deus nunca desiste... Se você ainda hão havia percebido essa realidade, comece a olhar ao seu redor. Há muitos motivos para você acreditar que o Criador está sempre fazendo o máximo para que você perceba o Seu empenho. Só no dia de hoje, quantas mostras da ação de Deus não se podem contemplar?! Se, para você, o dia parece inútil, as situações sem graça e os problemas sem possibilidade de solução, pare e observe melhor. Você notará uma árvore lhe oferecendo sombra, uma flor ofertando perfume, um pássaro cantando para você, uma borboleta o convidando a bailar... porque Deus nunca desiste. Ainda que a morte se apresente como vencedora da vida... Mesmo que se diga o ponto final da relação de amor que nos une a outros seres... Ainda que se proclame devastadora de sentimentos e capaz de aniquilar sonhos... Não se deixe levar por essa farsante cruel... Porque do outro lado do túmulo a morte será desmascarada, porque Deus nunca desiste... e a vida segue agitada. O Criador tem planos de felicidade para você... E jamais desistirá, enquanto você não tomar posse dessa herança que lhe foi destinada. Essa herança está depositada no íntimo de cada um de nós, e mesmo que os milênios se escoem, que nos pareça que jamais a conquistaremos, um dia a felicidade será realidade... Deus nunca desiste... Ainda que no dia de hoje você não tenha nenhuma conquista significante, que a tristeza lhe ronde as horas, que a alegria pareça distante e a esperança esteja de férias... Deus não desiste. Quando o hoje partir e nada mais restar de suas horas, Deus lhe acenará com um novo dia, e novas oportunidades surgirão para que você dê mais um passo na direção da felicidade. E se esta existência não for suficiente para você atingir a felicidade suprema, ainda assim, Deus não desistirá... Uma nova oportunidade irá surgir... uma nova existência lhe será oferecida... e novamente teremos a prova de que Deus não desiste. E se Deus não desiste é porque Ele ama cada filho Seu... E se assim é, por que você, que é herdeiro desse Pai amoroso e bom, irá desistir? Pense nisso e observe os acenos divinos em cada convite da vida para que você jamais deixe de caminhar na direção da luz. ... Porque Deus, Deus nunca desiste”.

Amado Pai, querido Mestre Jesus! Queremos agradecer por mais esse momento de estarmos reunidos em Seu nome. Agradecemos a oportunidade que nos é dada durante esses estudos aqui na Casa do Mestre e que tem nos auxiliado nesse caminhar. Agradecemos a todos que nos ajudam e colaboram de alguma forma com nosso aprendizado.

Sigamos em paz e que Jesus nos ilumine agora e sempre. Assim seja!

FONTE:
https://www.mensagemespirita.com.br/md/ad/vencendo-o-desanimo

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

A PACIÊNCIA

Inicialmente vamos nos reportar a algumas citações que servirão de base aos nossos estudos. Disse Jesus: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” O que quis o Mestre dizer com essas palavras? Que não nos preocupemos com o nosso futuro? Vejamos bem que o Cristo utilizou-se da palavra INQUIETAÇÃO, que remete ao desespero, à obsessão, à preocupação descabida. A Inquietação é a inimiga da Paciência. Pela inquietação vivemos o passado e o futuro, não o presente; pela inquietação construímos os meios de evolução durante a vida toda sem nunca chegar ao fim pelo medo; pela inquietação nos distraímos na vida pelo secundário que parece urgir mais, deixando de lado o primário, o primordial. A inquietação é o sentimento que nasce da ignorância, mas encontra terreno fértil na falta de fé. Quando o homem conhece quem é, tem certeza de Deus como Ser Supremo Justo e Bom, quando reconhece sua vida como mecanismo de evolução de si mesmo, quando reconhece as dificuldades como provações necessárias, então possui a fé robusta que automaticamente afasta a inquietação. É a fé que nos dá a “garantia” do dia de amanhã, não do ponto de vista meramente material, mas do PROVIMENTO DO NECESSÁRIO pela Providência Divina. É a fé que nos leva ao estado da CERTEZA que combate a incredulidade, o desespero, a desesperança, a inquietação. Quando Jesus disse “a cada dia basta seu mal” nos recomendou que nos concentrássemos nos problemas reais de cada instante, tendo a certeza de que o futuro será sempre traçado por Deus. Foi, portanto, do próprio Cristo, por diversas vezes feito o convite à fé e, no caso, à PACIÊNCIA, que combate a inquietação. Mas por que sofremos? E quando a paciência vai até o limite de nossa fé vacilante? Vejamos o que podemos ler em Corintios 1:6: ““Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos”. Já e O Evangelho segundo o Espiritismo temos: ““As provas têm por fim exercitar a inteligência, tanto quanto a paciência e a resignação”. SUPORTAR com paciência – RESIGNAÇÃO. Palavras difíceis, mas que adquirem, com o Espiritismo, seu significado mais amplo: SÃO GRANDE FINALIDADE DE MUITAS PROVAS O EXERCÍCIO DA PACIÊNCIA. A partir desse momento a paciência passou a ser um OBJETIVO do Espírito que busca a própria consciência, o próprio progresso. Se Jesus nos ensinou a paciência como forma de atingir os objetivos e se Paulo nos disse que é a chave para a “consolação”, foi a Doutrina Espírita que, descortinando o Espírito como ser imortal, nos trouxe a chave do entendimento: a paciência é uma característica do ESPÍRITO, que precisa ser exercitada e desenvolvida para que, com ela, saibamos APRENDER, ENTENDER o que nos traz a vida e aumentarmos a nossa fé e nossa empatia com o Criador. Se Jesus e Paulo nos trouxeram o alerta e o chamado e a Doutrina Espírita nos trouxe a explicação, resta-nos saber, portanto, COMO esse desenvolvimento se processa e COMO devemos agir e pensar sobre os problemas da vida para que nossa paciência seja desenvolvida. Voltamos a O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.” O objetivo, portanto, do Espiritismo, é trazer ao homem o CONHECIMENTO DE SI MESMO de uma maneira clara e objetiva, de maneira a fazer-se DESLIGAR da finalidade terrena e colocar-se na FINALIDADE DO ESPÍRITO, vivendo na Terra. É uma proposta audaciosa, uma profunda mudança de paradigma, que faz com que se VIVA no mundo, mas que não se SEJA do mundo. Então a visão se amplia e tudo passa a ser visto dos olhos do Espírito as coisas que se nos afiguravam infinitas e impossíveis agora são naturais – mesmo que machuquem o nosso coração – e não estão fora do controle de Deus. O homem então começa a ver seus problemas tão grandes como pontos pequeninos com uma finalidade divina de progresso, de evolução, de aprendizado. Vê a perda de pessoas queridas como um convite à paciência, que, se bem exercitada, poderá vir a representar encontros melhores e mais profundos no futuro com essas pessoas. Vê que os desesperos da vida física, embora dolorosos, se apagam na eternidade do Espírito. Nos transportamos para frente, para o infinito. Vamos. E agora olhamos para trás. Vamos nos afastando da Terra, de nós mesmos, do nosso tempo. E vamos olhar para trás. Como somos pequeninos! E como Deus nos ama para nos dar tanta atenção – somos pequenos, mas importantes. E como no espaço somos quase zero. No tempo somos uma gota de 50, 70, 100 anos, enquanto encarnados. E se nós somos tão pequenos o que são nossos problemas? O que restou deles? Só a lembrança, o aprendizado, a paz que conseguimos, a força que adquirimos em passá-los. Vamos retornar. Agora que já vimos o futuro que Jesus, seus apóstolos e o Espiritismo nos mostraram. Da nossa perfeição espiritual. Agora que as coisas de nossa vida deixaram de ser gigantes e tomaram a devida proporção. Vamos olhar de novo aos nossos problemas. Verificaremos, portanto, que a paciência para nós é mera obrigação. Sobre o tema dessa noite vou ler uma reflexão extraída do site momento espirita:, intitulada Paciência de Jó: “Quando passamos por uma sequência de fatos turbulentos ou quando acontecem muitas coisas que testam nossa capacidade de resignação, dizemos que é preciso ter paciência de Jó para tudo suportar. A expressão remonta a uma das mais antigas histórias narradas na Bíblia. Jó era o homem mais rico da região em que vivia. Possuía milhares de ovelhas e camelos, centenas de juntas de bois e jumentos, uma imensa propriedade, sete filhos, três filhas e grande quantidade de criados. Era considerado um homem bom, justo e temente a Deus. A fé de Jó foi severamente testada quando o mal o atingiu de diferentes formas. Num mesmo dia, sua propriedade foi invadida e saqueada, seus rebanhos foram roubados, seus empregados assassinados e seus filhos e filhas morreram quando a casa desabou sobre eles, em meio a um vento muito forte vindo do deserto. Jó se entristeceu profundamente, prostrou-se no chão e orou. Não se revoltou. Reconheceu que tudo o que tinha havia sido dado por Deus e que o Senhor achara por bem tirar tudo dele. Dessa forma, afirmou sua fé e mostrou resignação à vontade do Pai. Entretanto, as problemáticas continuaram. Ele teve o corpo coberto de chagas. Era a temida lepra. Sua esposa, atormentada pela dor, disse que ele deveria amaldiçoar Deus e morrer. Contudo, Jó permaneceu firme em sua fé. A esposa, revoltada, o abandonou. Sozinho, isolado, Jó foi visitado por três amigos que, em vez de consolá-lo, tentaram convencê-lo de que Deus o estava castigando por seus muitos pecados. Jó discordou deles, reafirmou sua fé na bondade e justiça divinas e ainda orou ao Senhor para que não punisse seus amigos. Por sua fé inabalável, por sua paciência em tudo suportar, após algum tempo, o Pai Celeste lhe permitiu a restituição da saúde, curando-o da lepra. Depois, Jó conseguiu reaver, e duplicados, todos os seus bens. Tornou a se casar e teve dez filhos, concluindo sua vida, anos mais tarde, em felicidade. Costumamos estar de bem com Deus quando a vida nos sorri e tudo corre de acordo com nossas expectativas. Basta um revés para nos desestruturarmos, erguermos os olhos e perguntarmos: Por quê comigo, Senhor? A Doutrina Espírita nos traz luz sobre as causas dos males que nos afligem. Muitas vezes são reações a ações nossas, do passado, que se refletem nesta vida. Outras vezes são consequências de más escolhas que fizemos nesta vida mesmo, acreditando que passariam em branco. O Espiritismo também nos elucida que escolhemos, antes de reencarnar, as provações pelas quais iremos passar. Porém, esquecemos disso e, diante das dificuldades, questionamos a bondade e a justiça do Pai. As provas que enfrentamos são, na verdade, um bem, pois nos ajudam a cultivar a humildade, a paciência, a resignação, preparando-nos para a vida futura. Se tivermos fé em Deus e confiança nas leis divinas, encararemos o sofrimento como um resgate, um pagamento de dívidas contraídas anteriormente por nós mesmos. Isso nos permitirá enfrentar os reveses com calma e confiança, superando as provas da vida.  Como se diz num Provérbio aborígene: “Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. O nosso objetivo é observar, crescer, amar… E depois vamos para casa.” Agora vou ler uma das histórias de Chico Xavier, o médium do amor que pudemos ter em nosso país e que deixou aprendizado desde que pisou nesse planeta. Essa história foi retirada do livro “O médium dos pés descalços”, escrito por Carlos Baccelli: “Na peregrinação de Natal, na companhia de Chico, chegávamos a uma casinha na periferia que, para adentrá-la, precisava se curvar, de tão baixa a única porta que lhe conferia acesso ao interior. - Eu vim visitar a minha professora de paciência! – saudava o Chico a uma senhora, D. Maria dos Reis, que o recebia com imenso sorriso e uma filha excepcional no colo. Tudo lá dentro era muito pobre – a senhora quase não possuía utensílios e, com a filha já crescida, dormia numa esteira suspensa por alguns tijolos, à guisa de cama. Chico abraçava-se à Maria dos Reis com imensa ternura e osculava a fronte de sua filha de olhos estrábicos, pernas e braços retorcidos. - Como vão as coisas? A nossa menina está mais calma? – perguntava ele. - Graças à Deus, tudo bem, “tio Chico” – respondia a senhora, quase sem dentes na boca - Ela parece saber quando o senhor vai chegar! Fica apontando para a porta e balança o corpo, como se quisesse me dizer alguma coisa. Aí o Chico nos explica, enquanto alisa os cabelos da filha de Maria dos Reis:  Ela não pode ouvir barulho de avião passando sobre a casa...Também esteve na guerra e desencarnou sob um bombardeio. Coitada! - Se ela escuta barulho de avião, - explica a mãe, endossando as palavras do Chico – fica muito agitada e quase chega a gritar. A crise custa a passar. - Mas ela vai ficar boa! - Chico faz uma breve prece e, logo em seguida, afirma: - Sempre que necessito de uma dose maior de paciência eu me lembro de Maria dos Reis e venho até aqui...Ela fica quase o dia inteiro com a filha ao colo, não a deixa um só estante!  A senhora sorri e aperta a filha junto ao peito como quem abraça um tesouro. - Temos muito que aprender com o devotamento desses espíritos que reencarnam com árdua tarefa no campo da maternidade. – acentua o médium, olhando-nos com firmeza. E prossegue: - Nós nos queixamos muito...Tem gente que sofre, mas, se for preciso, tem dinheiro para comprar uma farmácia inteira para amenizar os seus sintomas de dor, as suas angústias... Pode se consultar com o médico que quiser e se internar no hospital que escolher... Mas tem gente que geme de dor a noite inteira e treme de febre, sem um único comprimido à sua disposição!  Encerro o estudo dessa noite lendo uma mensagem do espirito André Luiz extraída do Livro Aulas da Vida, pela psicografia de Chico Xavier que diz: “Quando você se observe à beira da impaciência, capaz de arrojar-lhe o coração ao espinheiro da angústia, conte as vantagens de que dispõe, de modo a imunizar-se contra o assalto das trevas. Desentendimento em família. Recorde aqueles que desejariam encontrar alguém, até mesmo para simples discussão, na soledade crônica em que se identificam. Amigos que se afastam. Reflita na provação daqueles que nunca os tiveram. Agressões. Pense no cérebro equilibrado de que você está munido para agir em apoio aos companheiros doentes da alma. Criaturas queridas em problemas graves do sentimento. Medite na sua tranquilidade e segurança, pelas quais, por enquanto, consegue permanecer livre de obsessões. Tarefas em sobrecarga, compelindo você a desânimo e cansaço. Gaste alguns momentos, examinando a luta dos irmãos sem qualquer possibilidade de emprego na garantia da própria sustentação. Aborrecimentos. Avalie a importância de algumas frases de reconforto que você pode levar a companheiros enfermos ou compreensivelmente abatidos pelo sofrimento que os subjuga. Lar em desajuste. Um olhar para os irmãos que caminham sem teto. Some as bênçãos de sua vida e vacine-se contra o desespero, porque o desespero é um vulcão de fogo e sombra, cuja extensão nos domínios do desequilíbrio e da morte ninguém pode calcular. Amado Pai, querido Mestre Jesus! queremos agradecer por mais essa oportunidade de estarmos reunidos todos e cada qual em Seu nome. Agradecemos a oportunidade que nos é dada durante esses estudos aqui na Casa do Mestre e que nos auxilia nesse caminhar. Agradecemos a todos que nos ajudam colocando mais um elemento em nossos conhecimentos. Sigamos em paz e que Jesus nos ilumine agora e sempre. Assim seja!


FONTE:
https://www.espiritbook.com.br/profiles/blogs/hist-ria-de-chico-xavier-a-professora-da-paci-ncia