quinta-feira, 18 de julho de 2019

SOMBRA INTERIOR


Hoje falaremos um pouco mais sobre nossa SOMBRA. Nossa sombra interior pode ser definida como o lado escuro da nossa mente, onde guardamos sentimentos poucos dignos, que poderiam nos desconfigurar do nosso projeto em busca da evolução espiritual. São ideias, desejos e memórias que foram reprimidas pelo consciente, por ser incompatível com a alma ideal e contrárias aos padrões morais e sociais. Muitas vezes, dentro do nosso intimo convivemos com imagens indesejadas e inaceitáveis, difíceis de serem acessadas pois estão muito bem escondidas. Estudiosos do assunto afirmam que nossa personalidade é formada, desde criança, a partir de comportamentos entre o que queremos e gostamos e o que a sociedade define como certo e errado. Quando somos pequenos ficamos um pouco confusos com o que queremos e o que não podemos fazer e vamos aprendendo a esconder um monte de coisas dentro de nós, pois o que queremos ou sentimos não é aceito. Em outras palavras, ao longo de nossa vida somos obrigados a fazer escolhas forçadas na maioria das vezes induzidos pelos valores morais da coletividade e assim vamos criando padrões e noções a nosso próprio respeito diferente de quem realmente somos. Para melhor entender vou citar um exemplo: “José é um homem preguiçoso, mas ele não quer reconhecer isso. A preguiça nele é reconhecida como sendo um não-eu, já que ele não reconhece para si nem para os outros que ele é preguiçoso. José então pede a Pedro que está sentado ao seu lado para fazer o favor de alcançar uma pasta que está na outra mesa. Pedro lamenta e diz que não pode e que o próprio José poderia pegar a pasta, já que a distância é a mesma. José então fica indignado e chama Pedro de preguiçoso porque ele foi incapaz de se levantar para pegar a pasta. O engraçado é que o próprio José também foi incapaz de levantar para pegar a pasta, o que o torna, segundo seus próprios critérios, um preguiçoso. Mas como a preguiça no José faz parte de sua Sombra, ele não reconhece como sendo de si mesmo, mas sim projetado no outro e como sendo o outro”. Esse lado que não queremos reconhecer em nós mesmos foi denominado pelo psicanalista Carl Jung de SOMBRA. Muito se fala sobre o “Conhece-te a ti mesmo”, e podemos estudar nas obras de Kardec e na Série Psicológica de Joanna de Angelis que o autodescobrimento e reforma interior ocupa um papel importantíssimo no processo de desenvolvimento moral profundo do ser humano. Jung diz que "o encontro consigo mesmo significa, antes de mais nada, o encontro com a própria sombra”.  Mas para sabermos quem somos, temos que nos conhecer, e chega um dia que esse confronto conosco se  torna inadiável: ou criamos coragem para perguntar quem somos, ou nos destruímos interiormente e pagamos o preço por isso, vivendo na superficialidade da existência, aparentemente adequados e internamente vazios, em constante depressão. Como se diz: “vivemos só de fachada”.  A partir destes esclarecimentos, começamos a verificar a existência de duas dimensões em nós: um "eu" que reconheço, aceito, admiro e mostro a todos; e um "não-eu", uma parte que não aceito, recrimino, julgo, condeno e escondo de todos, até de mim, mas que vive dentro de mim.  Jung afirma: "Infelizmente, não se pode negar que o homem como um todo é menos bom do que ele se imagina ou gostaria de ser. Todo indivíduo é acompanhado por uma sombra, e quanto menos ela estiver incorporada à sua vida consciente, tanto mais escura e espessa ela se tornará". E como toda boa sombra, ela fica no nosso pé, tipo aquela sombra que se forma quando nosso corpo bate na luz. A gente anda e a sombra anda, a gente corre e a sombra corre. As crianças adoram brincar com essas sombras quando as descobre. Então voltando ao assunto da sombra interior: podemos dizer que sempre quando desejamos agir de determinada maneira e não conseguimos, quando agimos impulsivamente e depois nos arrependemos, quando somos tomados por compulsões, quando sentimos uma presença nos puxando para o outro lado como uma força dentro de nós mesmos, estamos nos referindo à sombra. É verdade! Não é um espirito obsessor não.. é você mesmo, seu lado sombrio, aliás, o obsessor pode até potencializar sua sombra, mas tenha certeza que o obsessor sozinho não consegue muita coisa. Mas a boa noticia é que nossa Sombra pode ser nossa amiga. Na verdade ela é uma realidade que não pode ser negada. Todos nós a possuímos! Deparar-se com nossa sombra é uma das tarefas mais difíceis para nós religiosos, por ser uma questão moral. "Ninguém é capaz de tomar consciência desta realidade sem gastar muitas energias morais." Por isso é tão difícil o confronto interior. Com certeza é mais fácil fingir que o conteúdo não é nosso, esquecer, negar, comportar-se diferente, projetar nos outros e etc. Carl Jung disse: "O encontro consigo mesmo pertence às coisas desagradáveis que evitamos, enquanto pudermos projetar o negativo à nossa volta". Joanna de Angelis acrescenta: "Todos aqueles que são portadores de sombra — e todos o são — em vez de a compreenderem na condição de processo de crescimento, experimentam uma certa forma de vergonha, de constrangimento, e procuram disfarçá-la. Tal comportamento dá lugar a uma sociedade hipócrita, artificial, incapaz de procedimentos maduros e significativos que a todos beneficie. O ser mais hábil no disfarce é sempre o mais homenageado querido, produzindo-lhe maior soma de conjunto, porque se vê obrigado a continuar a parecer aquilo que, realmente, não é".  Caros irmãos, contatar e aceitar nossa sombra não significa que o que habita nela deva ser exteriorizado sem critérios, ou vivido sem controle, pois isso significaria ser possuído pela sombra, o que seria doentio. Contatar a sombra é uma arte. Não pode ser pura e simplesmente se submeter a ela, porque esse contato sem consciência produz perturbação emocional. O confronto com a sombra, muitas vezes, retira nossos apoios – as tão faladas “muletas” - destrói nossas bases morais artificiais e nos joga no chão. Para exemplificar essa sensação esmagadora e a perturbação que o contato com a sombra pode proporcionar, vou ler um relato interessante de uma pessoa que se propôs a enfrentar esse lado escondido: "Creio que aquele sentimento de desestruturação de toda minha vida está piorando. Como se tudo que sempre acreditei não valesse mais. Valores, crenças, objetivos, entre outros. Como se uma pecinha do meu castelo de madeira tivesse sido arrancada. Colocar de novo como se nada tivesse acontecido? Difícil neste momento, mas tentador. Construir diferente? Talvez exija mudar toda a arquitetura. Pego-me então deitada diante dele sem fazer nada, olhos fixos sem enxergar e sem entender como a peça foi retirada, e talvez sem entender qual peça foi tirada. Pensava estar tudo tão arrumado, apenas precisando de uma reforminha aqui e ali. Que ilusão!" Como podemos ver, viver o encontro com a sombra sem ser esmagado por ela é a nossa tarefa. Rever conceitos, redimensionar nossa imagem e destituirmo-nos de determinados status; são questões existenciais para todos nós que baseamos nossos valores nas exterioridades, na vida material. Precisamos entender que ao fazermos contato com a sombra não nos tornamos piores, embora essa seja a sensação mais comum. Se pensarmos bem, estes conteúdos já faziam parte de nós, já estavam lá e influenciavam nosso comportamento no nosso dia a dia.  Com certeza já eram sentidos ou vistos por muitas pessoas, talvez, sendo apenas por nós desconhecidos. Não nos tornamos piores, apenas descobrimos que não somos tão bons e evoluídos como imaginávamos. O contato face a face, olhos nos olhos, frente a frente com nosso lado sombrio produz uma profunda transformação dentro de nós - nunca mais seremos os mesmos. Seremos melhores, mas não em aparência, e sim em essência. Somos herdeiros de nós mesmos, de nossas outras encarnações, de um passado milenar, de ignorâncias, de equívocos e desencontros; mas também temos potenciais de força, de vida e de amor. Só para exemplificar: Uma pessoa invejosa terminará esta reencarnação com os traços da inveja - lembremos de que estamos mais no início do que no final da caminhada -, porém, sua inveja ao final dessa reencarnação poderá e deverá estar mais consciente e, assim, mais sob controle, mas certamente ainda estará lá. Importante será ela aprender que a inveja tem um sentido em sua vida; e, quando assim compreender, poderá usar dessa energia de maneira saudável e adequada. Ela pode, por exemplo, aprender a usar da sua inveja como impulso para aquelas conquistas que deseja e admira nos outros, sem avaliá-los como capazes ou merecedores, canalizando sua sombra para a realização de si mesma e de seu potencial. Não é uma mudança de "ser outro alguém", de "não ser quem sou". É uma mudança no uso e na canalização da energia que hoje habita em você. O contato com nossa sombra é transformador e nos impulsiona para dias melhores, afinal, essa força em nós precisa de consciência, canalização adequadas, autodescobrimento. Paulo de Tarso teve um comportamento de integridade moral a partir do autodescobrimento: o fato dele conhecer sua condição, quando afirmava “do mal que fazia e não queria e do bem que queria e não fazia”, é que o tornou íntegro. Paulo tinha uma visão muito profunda a respeito de si e do ser humano, de suas limitações e dificuldades. E isso o fez um grande seguidor de Jesus. Ter consciência de sua sombra o tornou muito mais forte. Mas, infelizmente, essa perspectiva profunda a respeito de nós mesmos foi se perdendo. Atualmente, as pessoas se sentem obrigadas a se identificar com o bem ou, pelo menos, a fingir que são boas. Quando somos capazes de identificar a presença da sombra em nós e a aceitamos, imediatamente temos a sensação de menos valia por percebermos que somos moralmente menores do que nos acreditávamos ser. E essa tomada de consciência é profundamente transformadora, necessitando dessa vivência para abrir espaço ao divino que habita em nós, como ocorreu com Paulo. Paulo de Tarso disse "um anjo de Satanás para me esbofetear", porque é justamente isso que sentimos ao contato com a sombra. Nosso ego se sente esbofeteado, diminuído, humilhado. Somos colocados abaixo, diminuídos em nossa imagem e ideal, e podemos deprimir, abandonar tudo e nos vender à inferioridade, ou aproveitar dessa incrível experiência e, a exemplo de Paulo, crescermos para dentro, em amor e humildade. Como, em geral, o ser humano se vê nas alturas, sem aceitar sua inferioridade, o contato com a sombra produz uma queda que não deve ser vista como obra de Deus, punição ou sofrimento, mas como um ajuste que a vida faz, nos mostrando o nosso real tamanho em relação ao mundo. Se não formos capazes de nos amar, como poderemos verdadeiramente amar ao próximo se a regra fundamental da vida apresentada por Jesus dizia amar ao próximo como a si mesmo?  À medida que somos capazes de compreender nossas dificuldades, respeitarmos nossos limites e tolerarmos nossos problemas, poderemos agir de modo semelhante com os que estão à nossa volta. Ou seja, amando verdadeiramente a nós mesmos, conseguiremos, na mesma proporção, amar ao nosso próximo, ascendendo ao caminho da transformação moral, pois como diz Carl Jung, "a descida às profundezas sempre parece preceder à subida”. Como todo estudo, gostamos de ler um trecho do Livro “Lindos Casos de Chico Xavier”, de Ramiro Gama, e para hoje separei este: “Alguns companheiros conversavam furiosamente, em Pedro Leopoldo, sobre certo político. A coisa devia ser assim. Devia ser de certo modo. O homem era a perversidade em pessoa. Prometera isso e fizera aquilo. Um dos irmãos dirigiu-se ao Médium e perguntou: — Que diz você, Chico? Temos alguma referência dos Amigos Espirituais sobre o caso? O interpelado pretendia responder, mas no justo momento, em que ia emitir a sua opinião, ouviu a voz de Emmanuel sussurrar-lhe, segura, aos ouvidos: — Cale a sua boca. Você nada tem a ver com isso. O Médium ruborizou-se e o grupo, em torno, verificou que o Chico não conseguia responder, apesar do desejo de externar-se. Alguém ponderou que ele deveria estar mal e rodearam-no, em oração, dando-lhe passes. A reunião dispersou-se. Não foram poucos os que, estranhando o caso, afirmaram em surdina que o Chico parecia francamente um pobre obsidiado. Mas o fato é que a sombra da maledicência não lhe penetrou o espírito e nem lhe prejudicou, por isto, o clima de elevação, fruto de jejum e oração, em que se deve viver. Caso digno de ser seguido por todos que zelam pela vitória de seu dia, policiando o que lhes sai dos lábios, dominando nosso lado sombra”. Há milênios buscamos respostas sobre quem somos, o que estamos fazendo aqui, quais são nossos dons, habilidades, talentos, nossa missão de vida e por aí vai. Tem um dito popular que diz: “quando penso que encontrei as respostas, vem Deus e muda todas as perguntas”. Quando falamos da Sombra, estamos falando dos defeitos ou podemos simplesmente  chamar essa Sombra de “pontos a melhorar” que é o nosso temperamento agressivo, explosivo, as experiências negativas que vivenciamos, que queremos esquecer e guardamos na caixa preta da consciência. Finalizo nosso estudo de hoje lendo um trecho do livro “Os prazeres da alma”, psicografado por Francisco do Espirito Santo Neto, pelo Espirito Hammed: “Lembremo-nos de Jesus Cristo, o Notável Terapeuta de nossas almas, ao analisar os conflitos que atormentavam os seres humanos por não admitirem os diversos aspectos da própria sombra: “Assume logo uma atitude conciliadora com o teu adversário, enquanto estás com ele no caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão”. Nossos piores inimigos ou adversários estão dentro de nós, não fora. É imprescindível nos reconciliarmos com os opositores íntimos, ou seja, enxergarmos com bastante nitidez nosso “lado escuro”, para atingirmos paz e tranquilidade de espírito. Não somos necessariamente aquilo que parecemos ser. O autoconhecimento é a capacidade inata que nos permite perceber, de forma gradativa, tudo que necessitamos transformar. Ao mesmo tempo, amplia a consciência sobre nossos potenciais adormecidos, a fim de que possamos vir a ser aquilo que somos em essência.
Lembremos sempre que hoje somos o melhor de nós.

Que Jesus nos conceda a cura do corpo e da Alma.

Paz e Luz para todos!

  


FONTE:

sexta-feira, 5 de julho de 2019

MENSAGEM: PURO AMOR, do guru indiano Sai Baba


MENSAGEM: PURO AMOR, do guru indiano Sai Baba

Onde há fé, há amor. Onde há amor, há paz.
Onde há paz, há verdade. Onde há verdade, há DEUS.
Deus está em tudo, entretanto, nem todos os homens estão nele. E por isso sofrem.
Não se desespere. As dores e as batalhas deste mundo são ilusórias e passageiras.
É promessa divina que se você assumir bravamente o caminho da devoção.
Ele cuidará de seu futuro. Cuidará do bem-estar que lhe é devido. Deus é a luz!
É a estrela mais longínqua e também a folha de grama sob seus pés.
Apenas nas profundezas do silêncio é que a voz de Deus pode ser ouvida.
Ele não está em nenhuma religião, mas em sua mente e em seu coração.
Havendo retidão no coração, haverá beleza no caráter.
Se há beleza no caráter, reinará harmonia no lar.
Havendo harmonia no lar, haverá ordem na nação.
Se reina ordem na nação, se fará a paz no mundo.
Não exagere na condenação aos erros dos outros, releve-os, seja complacente.
Quanto aos seus, faça o contrário, enxergue-os maiores do que são e se empenhe em superá-los. O silêncio é a única linguagem do homem realizado.
Pratique moderação no falar. Isso é fecundo de várias maneiras.
Desenvolverá amor, pois do falar descuidado resultam incompreensões e facções.
Quando é o pé que resvala, a ferida pode ser curada, mas quando é a língua,
a ferida é no coração e perdurará por toda a vida.
Um coração compassivo é o templo de Deus.
Aja conforme diz. Diga conforme sente.
Não tente trapacear com sua consciência.
Seja como o lótus, que, apesar de ter nascido na lama do lago,
por pura força de vontade ascende acima das águas para contemplar o sol.
Só existe uma religião, a do amor.
Só existe uma linguagem, a do coração.
Que assim seja!


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DTeFfTYRRl0&t=45s

JULGAMENTO


Hoje falaremos um pouco sobre JULGAMENTO. Segundo o dicionário JULGAR significa: supor algo ou alguém pela aparência, pela forma ou atitude... Não temos como negar que julgar é algo que fazemos o tempo todo e com tanta naturalidade que nem percebemos. Basta uma fração de segundo para que a gente forme a primeira impressão sobre algo ou alguém. Em um espaço de tempo mais curto que uma piscada, nosso cérebro constrói imagens difíceis de serem contornadas. Você sabe quanto tempo levamos para formar uma primeira impressão de alguém? De acordo com um estudo, apenas meio segundo – ou um simples “olá” – já é suficiente para tirar conclusões sobre a personalidade de uma pessoa e julgar se ela lhe agrada.  Julgar é ato muito perigoso, por isso Jesus falou várias vezes sobre isso. Podemos ler no Evangelho de Mateus, no capítulo 7, versículos 1 e 2: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.” Também em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. 10, item 13 temos: disse Jesus - Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado". Vemos com muita nitidez os defeitos dos outros, mas temos muita dificuldade em  identificar os nossos defeitos, aqueles que nos prejudicam, que nos fazem sofrer, que nos colocam em situação de erro perante as leis espirituais. Gilberto de Nucci tem uma boa imagem a respeito de nosso comportamento. Segundo ele, os homens caminham pela Terra em fila indiana, cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás. Na sacola da frente, nós colocamos as nossas qualidades. Na sacola de trás, guardamos todos os nossos defeitos. Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos, presas em nosso peito. Ao mesmo tempo, reparamos impiedosamente, nas costas do companheiro que está adiante, todos os defeitos que ele possui. E nos julgamos melhores que ele – sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito”. Enfim, por sermos seres inferiores nos dispomos a julgar nosso irmão que certamente, de uma maneira ou de outra, comete os mesmos erros que nós. Mas sempre estamos certos e os outros, errados. Não podemos esquecer que Jesus nos alertou: “Seu julgamento será usado da mesma medida com você”. Pior quando somos possuidores de julgar com maledicência. Ser maledicente é ter o péssimo habito de falar mal do outro, com toda a raiva que possuímos em nosso coração. Julgamos secretamente a todos: amigos, conhecidos, parentes, colegas, e até pessoas que nunca vimosPara abrandar a maledicência nos julgamentos podemos usar de empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro. O exercício de se colocar no lugar do outro não é nada fácil, até porque é muito difícil sentir empatia por alguém que pensa e vive de modo diferente do nosso. Contudo ao olharmos para dentro de nós e veremos que não somos perfeitos e que cometemos muitos erros, alguns até consideráveis terríveis. Lembrando: quando apontamos o dedo para alguém, todos os outros dedos estão apontados para nós. Por isso antes de julgar seu próximo coloque-se no lugar dele.  Clarice Lispector poetizou: “Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter...  Calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri,  viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias.   Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz.  E então, só aí poderás julgar.  Cada um tem a sua própria história.  Não compare a sua vida com a dos outros.  Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida.”  O Cristo não disse que tudo que fizermos aos outros será, pela lei divina de justiça, aplicado a nós, na mesma medida? Se as leis divinas são irrevogáveis, resistindo à razão em qualquer tempo, não é inteligente pensar que conseguiremos resultados diferentes desrespeitando-as. Há séculos, o homem tem se deixado levar por sentimentos inferiores e tentado resolver tudo a seu próprio modo, mas com isso só tem colhido dores e sofrimentos. Já não seria hora de mudar de atitude, de fazer o bem para colher o bem?  Antes de preocuparmos com os defeitos dos outros, renovemo-nos dia a dia, só a transformação aparente não adianta, teremos que ir a fundo nessa renovação de nossa personalidade, renovemos nossa alma, façamos nossa reforma interior. Se nossa tendência é acusar, lutemos contra ela. Todos nós temos, de alguma forma, algum tipo de experiência com julgamentos, tanto os feitos como os recebidos. Os julgamentos, como já dissemos, são avaliações ou pressuposições a respeito das nossas percepções, que são baseadas nas nossas experiências, preconceitos e valores. O Site Mentalidade de Crescimento traz um texto interessante que diz: “O ato de julgar alguém é um ato de orgulho. Envolve olhar para a nossa própria bagagem de conhecimento, juntar alguns fatos, figuras ou fantasias, e chegar a algum tipo de resposta ou solução para um determinado problema ou situação. E muitas vezes, é a solução ou resposta errada, e por causa do orgulho, nos recusamos a corrigir o curso. Julgar os outros é um ato de orgulho monumental – orgulho enorme, orgulho estupendo, irritante, impressionante, orgulho fantástico. Isso deve ser entendido. Quando você faz julgamento sobre o outro, você assume a responsabilidade incrível de fazer um julgamento correto e justo. Tudo, grande e pequeno, convida o seu julgamento. A condição do tempo, questões políticas, o sabor da sua comida, um programa de televisão – a cada momento do dia, algo está convidando seu julgamento. E com tanta frequência, e de forma voluntária, você o julga, sem ter consciência das consequências, e sem cuidar das responsabilidades que isso implica. Você julga, e então, para piorar as coisas, você acredita em seu julgamento. Você olhou para as evidências em mãos e você fez um julgamento – deve estar certo! Não poderia haver nenhuma outra conclusão correta, além daquela que você alcançou, poderia? O que você não vê, não compreende, é que o seu julgamento leva ao sofrimento – seu próprio sofrimento. E às vezes ao sofrimento do outro. Mas, na maioria das vezes ele não afeta a pessoa julgada; Ele ou ela está livre de você e de seus pensamentos e julgamentos. Você não poderá mudar o comportamento do outro com o seu julgamento.” Complementando vou ler um trecho extraído do livro “Evolução para o Terceiro Milênio, onde Carlos Rizzini aponta: “Toda vez que uma pessoa define eticamente outra, está pura e simplesmente definindo-se a si mesma, isto é, trazendo para fora o seu mundo íntimo e aplicando-o sobre o próximo. A melhor maneira de conhecer alguém consiste em ouvir suas opiniões a respeito de outras pessoas. É a mulher amasiada que chama outras de prostitutas. É o homem bígamo que adverte outro contra a bigamia. É o estudante relapso ou inábil que se declara perseguido pelo professor ou que este não sabe ensinar. O espírito equilibrado não vê inferioridades em ninguém, antes projeta bondade e condescendência; de dentro dele só pode sair o que lá está, seja o que for. O inseguro, tendo a sensação de suas deficiências, é desconfiado e projeta continuamente o que reveste o fundo do seu espírito”.  Já o Espirito Hammed registra no livro Renovando Atitudes: “Nossos julgamentos serão sempre os motivos de nossa liberdade ou de nossa prisão no processo de desenvolvimento e crescimento espiritual.”  Como percebemos vemos nos outros o que somos. Para um melhor entendimento do que estamos falando vou contar uma lenda: “Certa vez um sábio deitou-se ao lado da estrada, imerso em profunda meditação. Passou por ali um ladrão e, ao vê-lo naquele estado, comentou: -Este homem dever ser um ladrão. Certamente roubou alguma casa à noite e agora adormeceu de cansaço. Logo chegará a polícia e o prenderá. Vou escapar a tempo. E tratou de fugir. Pouco depois, passou um bêbado e, olhando para aquele homem deitado, exclamou: -Bebeste demais e caíste aí. Estou mais firme do que tu e não vou cair. E continuou seu caminho. Finalmente, passou por ali um sábio e, percebendo que o homem caído ao chão era um Santo em estado de êxtase, sentou-se ao lado dele e, em silêncio, meditou junto.”.. essa lenda retrata, com muita facilidade, que cada um julga os outros por si. Mas por que será que julgamos tanto as pessoas a nossa volta? Por que esta atitude acaba sendo algo tão intenso em nossa vida pessoal e profissional? O que nos leva a julgar ou criticar o nosso próximo? Por que executamos este comportamento mesmo sabendo que ele é sabotador, que é péssimo? Porque será que antes de julgarmos não indicamos soluções que possam contribuir com o crescimento, mudança e melhora para o outro? Que tal oferecer ajuda ao invés de condenar? Antes de fazer algum julgamento sobre a vida de alguém pense em como suas palavras podem machucar as pessoas. E não se esqueça que você tem o livre arbítrio para pensar da forma que quiser, mas não tem o direito de ser cruel. A dica é: se coloque no lugar do outro pois isso nos ajuda a tentar compreender a pessoa, entendê-la em sua essência antes de julga-la. Seja Cristão! Vou contar uma historinha bastante interessante para podermos ver como julgamos rápido demais: “Uma mulher pede uma xícara de capuccino e cinco biscoitos de nata em um Café do shopping e  senta-se por alguns instantes para comê-los. Logo à sua frente está um senhor que lê uma revista enquanto toma sua xícara de chá.   A moça prova o capuccino e tira um biscoito da pequena embalagem sobre a mesa. Assim que o come, o homem estende a mão e tira para si um biscoito do mesmo pacote. Incrédula no que acabara de ver, ela  fica indignada com a ousadia. Curiosa, pega um segundo biscoito. O homem faz o mesmo. Ela se controla para não reagir mal a quem julga ser o maior cara-de-pau do mundo. Com apenas um biscoito sobrando, ela vai novamente ao pacote, mas o homem é mais rápido. Com semblante cordial e nenhuma palavra, ele quebra o único biscoito que sobrou ao meio e oferece o pedaço a ela. Inconformada, ela se levanta, pega sua bolsa e dirige-se rapidamente à saída, rumo a seu carro. Já no estacionamento até deixa escapar uma ofensa contra aquele rapaz petulante. Enquanto procura as chaves na bolsa, seus dedos tocam o pacotinho dos biscoitos que ela havia comprado no café. Está fechado, bem ao lado do molho de chaves, exatamente do jeito que a atendente lhe entregou no balcão! Os biscoitos que ela havia comido pertenciam ao homem. Não eram os dela”. Nosso ponto de vista, sobre qualquer evento, pode mudar de repente quando temos outras informações. Imagine como deve ter sido o choque que a mulher viveu ao encontrar seus próprios biscoitos na bolsa. Seu vizinho de mesa passou de vilão a gentil cavalheiro em pouco menos de um segundo. A lição aqui é:  cuidado com os seus julgamentos. Se julgar não for opcional, recomendo antes de tudo conceder o benefício da dúvida.   Meu irmão, o ato de julgar os outros nos distancia do caminho que Jesus nos ensinou, pois essa atitude nos guia para outros sentimentos nada bons e desnecessários para nossa evolução... Por isso pense, mas pense muito no que vai dizer antes de abrir a boca. Seja breve e preciso, já que cada vez que deixa sair uma palavra, deixa sair uma parte da sua energia. Se não tem nada de bom, verdadeiro e útil a dizer, é melhor não dizer nada, fique calado. Seja discreto, preserve a sua vida íntima. Desta forma libertar-se-á da opinião dos outros e terá uma vida tranquila. Não entre em competição com os outros, a terra que nos nutre dá-nos o necessário e tem espaço para todos. Ajude o próximo a perceber as suas próprias virtudes e qualidades. O espírito competitivo faz com que o ego cresça e, inevitavelmente, cria conflitos. Tenha confiança em si mesmo. Tenha seus momentos de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta e só então tome uma decisão. Assim desenvolverá a confiança em si mesmo e terá mais sabedoria. Se há algo que não sabe ou que não tenha resposta, aceite o fato. Evite julgar ou criticar. Cada vez que julgamos alguém, a única coisa que fazemos é expressar nossa opinião pessoal e isso é uma perda de energia. Julgar é uma maneira de esconder as nossas fraquezas, é uma maneira de apontar o outro para que ninguém descubra o quanto ainda somos imaturos. Deixe que cada um resolva os seus problemas por si só e concentre a sua energia na sua própria vida”.  Do livro “Lindos Casos de Chico Xavier”, vou ler uma lição-ensinamento: “Num domingo em que estava de plantão no estabelecimento do qual é empregado, Chico levantara-se cedo e foi a pé para seu escritório. Ao passar, às 7 horas da manhã, defronte de um bar, admirou-se por ver, tão cedo, um grupo de rapazes jogando bilhar. Na hora do almoço, os mesmos rapazes jogavam bilhar... De tarde, às 17 horas, veio para jantar, e, de volta, reparou que o mesmo grupo ali estava, no bar, carambolando. Por fim, às 22 horas, ao regressar à casa, acabada sua tarefa, passou de novo pelo mesmo local e, surpreso, verificou que o mesmo conjunto de jovens ali estava ainda no mesmo entretenimento. Exclamou consigo mesmo: - Meu Deus, será possível o que vejo? Tenho tanto trabalho, não me sobra tempo para perdê-lo. No entanto, esses moços atravessaram o dia inteiro em passatempo inútil... De imediato, porém, ouviu a palavra de Emmanuel, a dizer-lhe: - O bilhar também é uma criação de Deus. Detém os espíritos para que não sigam o caminho das trevas. Enquanto estes jovens se divertem, não mentalizam crimes, não aumentam as próprias faltas e nem dão acesso aos pensamentos tene­brosos dos espíritos cristalizados na delinquência. Aprendamos, desse modo, a respeitar a Bondade de Deus.” Finalizo o estudo de hoje com uma bela reflexão do espírito Hammed: Em todo o comportamento humano existe uma lógica, isto é, uma maneira particular de raciocinar sobre sua verdade, portanto, julgar, medir e sentenciar os outros, não se levando em conta suas realidades; mesmo sendo consideradas preconceituosas, neuróticas ou psicóticas, isso é não ter bom senso ou racionalidade, pois, na vida, somente é válido e possível o "autojulgamento".  Não obstante, cada ser humano descobre suas próprias formas de encarar a vida, pois cada um tende a usar suas oportunidades vivenciais, para tornar-se tudo aquilo que o leva a ser um "eu individualizado". Devemos reavaliar nossas ideias retrógradas, que estreitam nossa personalidade e, a partir de então, julgar os indivíduos de forma não generalizada, apreciando suas singularidades, pois cada pessoa tem uma consciência própria e diversificada das outras tantas consciências. Lembremos que julgar uma ação é diferente de julgar a criatura. Posso julgar e considerar a prostituição moralmente errada, mas não posso não devo julgar a pessoa prostituída. Se, no entanto, usarmos da empatia, colocando-nos no lugar do outro, "sentindo e pensando com ele", em vez de "pensar a respeito dele", teremos o comportamento ideal frente aos atos e atitudes das pessoas.  Segundo Paulo de Tarso, "é indesculpável o homem, quem quer que seja, que se arvora em ser juiz. Porque, julgando os outros, ele condena a si mesmo, pois praticará as mesmas coisas, atraindo-as para si, com seu julgamento". O "Apóstolo dos Gentios" manifesta-se claramente, evidenciando nessa afirmativa que todo comportamento julgador estará, na realidade, estabelecendo não somente uma sentença, ou um veredicto, mas, ao mesmo tempo, um juízo, um valor, um peso e uma medida de como julgaremos a nós mesmos. Essencialmente, tudo aquilo que decretamos ou sentenciamos tornar-se-á nossa "real medida": de como iremos viver com nós mesmos e com os outros.  O ser humano é um verdadeiro campo magnético, atraindo pessoas e situações, as quais se sintonizam com seu mundo mental, ou mesmo antipatizam com sua maneira de ser. Desta forma, nossas afirmações prescreverão as águas por onde a embarcação de nossa vida deverá navegar.”

Que Jesus nos conceda a cura do corpo e da alma! 

Paz e luz para todos.


Fontes:
https://www.verdadeluz.com.br/quando-passamos-julgar-o-outro-e-que-percebemos-vera-jacubowski/
http://www.passatempoespirita.com.br/aulas/aula-42-n%C3%A3o-julgue-para-n%C3%A3o-ser-julgado-%2A/
http://www.umcaminho.com/2010/01/cuidado-ao-julgar/
https://www.psicologiaracional.com.br/2013/06/julgar-o-outro.html
https://mentalidadedecrescimento.com.br/julgamento/
http://g1.globo.com/economia/blog/samy-dana/post/voce-julga-os-outros-como-julga-si-mesmo.html
http://www.profissaoatitude.com.br/blog/post/como-julgamos-as-pessoas